PARA TODO GALO HÁ UM FIM
O galo Janjão cresceu no terreiro
Nasceu esporão e ficou festeiro
Logo tornou-se dono do pedaço.
 
Era o dono da rinha e das galinhas
Com suas penas sempre cuidadinhas
Virou o pai de todo o galinheiro.
 
Mas como na vida o que sobe cai
E quando mais velho a força esvai
O galo Janjão já não era o mesmo.
 
Ele viu sucumbi o porco a ermo
Seu velho amigo virou torresmo
E o pobre coitado começou a tremer.
 
As muitas galinhas puseram de “vento”
Janjão só olhava, porém sem alento
Já não mais cumpria seu único dever.
 
Eis que ouviu aquele esculacho
Um tapa na cara, cabeça pra baixo
E uma faca amolada em sua jugular.
 
Do rei do terreiro sobrou só História
As velhas galinhas só têm na memória
As doces bicadas do nobre Janjão.
JOEL MARINHO