Visita de Santa Maria a um peregrino
Eu trago o teu descanso com as estrelas
Desta abóbada de luz bem inflamada;
No teto vês rodas de Amor, e junto a elas
O silêncio e a pureza conclamada
No trajeto de teus pés pelo deserto
Sobre serpes e abrolhos da memória
De um tempo em ti trêmulo e incerto
Em cuja fímbria é entrevista a Glória
Que te fora vedada a vida inteira.
Agora deita; ergue o olhar; deixa a rasteira
Máscara humana sobre a areia e estende
A mão cansada para a luz que desce.
Tudo é passado; o que foste já não entendes.
Humana experiência desfez-se, poeira:
O mundo supremo está aqui. O resto, esquece.