NA BEIRA DO RIACHO
NA BEIRA DO RIACHO
Num gesto de carinho
eu colho as flores campestres
e te oferto
na beira do manso riacho,
onde nos sentamos
sobre a relva verdosa,
e o contemplamos
ostentando sorrisos pueris,
enquanto o fim da tarde
e envolto pela beleza
do ocaso. Temos o habito
de gozar desse momento
amoroso, feito de ternura
e paz campesina, alegrando
os nossos coraçoes enamorados.
Nao sabemos por que,
mas o cheiro do limo sobre
as pedras ribeiras,
insiste em ficar entre nos,
e a nossa reaçao e de excitaçao,
de inicio de climax
entre amantes sensuais.
O tempo passa e continuamos
indo nesse recanto
especial para nos, na beira
do riacho, porque foi nele
que nos conhecemos, foi nele
que as nossas almas
sentiram que poderiam se amar
carnalmente, mediante
a nossa afinidade espiritual.
Nele nutrimos o nosso amor
das energias pacificas
que emanam das aguas mansas
do riacho, mesclada as algas
ribeirinhas, tao salutares
nutrientes aos pequenos peixes
que nele habitam.
Parece que em outras vidas,
tivemos nesse mesmo ambiente
campesino, nao propriamente
como amantes conjugais,
mas talvez como amigos,
como parentes pertencentes
ao mesmo grupo familiar.
Falo assim, porque compreendo
que nos encontramos
em vidas anteriores,
como nos achamos agora,
e o que nos faltava, pelo visto,
para nos tornar evidente
a nossa sintonia espiritual
amorosa, sao os nossos laços
afetivos, fortalecidos
e edificados pelas virtudes
que nos unem, tanto em nossas
vidas carnais efemeras,
como em nossas existencias
espirituais eternas.
Escritor Adilson Fontoura
Adendo: alguns acentos nao
estao postos, porque duas teclas
estao defeituosas.