SILÊNCIO
Falava pouco
Mas o pouco que falava
Se tratuzia na mais perfeita oração
Ria pouco
Mas o pouco que ria
Se transformava na mais alegre atração
Brincava pouco
Mas o pouco que brincava
Se construia a mais atraente diversão
Escrevia pouco
Mas o pouco que escrevia
Se encontrava a mais patente redação
Cantava pouco
Mas o pouco que cantava
Se eternizava na mais bonita canção
Agia pouco
Mas o pouco que agia
Se produzia a mais rara construção
Sonhava pouco
Mas o pouco que sonhava
Se esperava a mais perene realização
Sofria pouco
Mas o pouco que sofria
Se refletia a mais profunda solidão
Amava pouco
Mas o pouco que amava
Se acalentava o mais virtuoso coração
De tão pouco que fazia
Em seu silêncio escondia
A mais verdadeira perfeição
De tão pouco
Em silêncio
Retidão