MADRUGADA
Eis que chega a madrugada
Vivo um vazio sem igual
Sinto me só e desnorteada
O silêncio lá fora é sepulcral
Pensamentos são incessantes
Cansaço físico,caos espiritual
Devaneios vêm em rompantes
Coisas que não consigo esquecer
Deixam aqui uma dor pulsante
Sozinha , sinto a carência vencer
Essa sensação me deixa inerte
Faz meu corpo ,aos poucos adoecer
Preciso de ajuda, algo que me liberte
Sinto que minha força se esvaece
Reaja ,dizem! - creia,seja forte!
Assim aos céus elevo uma prece
Oro, clamo e suplico .... eu creio
Minha alma,lentamente padece
Fecho os olhos e ali me vejo
Sendo enfim tocada por mãos
Que os rostos eu, desconheço
São anjos, mensageiros em ação
Sinto paz , na madrugada silenciosa
Aquieta-se, o combalido coração
Abro os olhos e sinto-me venturosa
Já ausente, a tristeza e a agonia
A madrugada não é mais dolorosa
Não sinto a sensação de melancolia
Dissipou -se aquele peso de outrora
Que a todo instante me perseguia
Imenso alívio me acolhe agora
Traz de volta a calma e serenidade
Nesse imperioso romper da aurora