VERSOS INSÓLITOS

Sozinha, penso no meu reduto particular
Lugar que eu chamo às vezes, de meu lar
Sentada numa poltrona, vagueio ao olhar

Visões de paisagens que não as conheço
Mas, me sinto bem quando aqui permaneço
Fico no tempo, o espaço de horas desconheço

O relógio não marca o tempo, dias sem cores
Aqui tento mergulhar se encontro os amores 
Perdidos num universo em supostas dores

Não mais, são os que choram por mim agora
Deste lugar que meus olhos procura e aflora
O desejo de me encontrar com amores afora

Busco no choro no olhar lacrimejante, a fonte
Algo que traga dela e que não me confronte
Mas, cura-me toda mágoa, sem secar a fonte

Pois, tenho mágoas a curar não são só minhas,
Mas, de tantos outros que aqui estão entrelinhas
Mentes vazias, filhas da ilusão e das meras linhas

Do tempo que passa mas, não cala a tua voz
Gritos ouço, tentando enlouquecer-me, algoz
Querendo me confundir, se eu sou a tua voz

Há batalhas a guerrear entre choro e rancor
Perdida entre almas a querer daqui sarar a dor
Dor que maltrata, e, ao mesmo tempo, é cor

Que colore os meus dias cinzas e, sob o céu
O que me cobres o olhar sua cor é negro, o véu
Véu que gela minh'alma, os gritos, escarcéu.

Aguardo o dia que minha alma da dor tenha alforria
E às outras almas infelizes, liberdade será a euforia
Alegres em saber que o fim de tudo se fez, um dia.



Ilustração: Google
Simone Medeiros
Enviado por Simone Medeiros em 27/09/2015
Reeditado em 27/09/2015
Código do texto: T5396063
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