AS TOGAS MORTALHAS
Por trás dessas capas pretas
Os negros lobos e suas tretas
Prontos a atacar as suas presas.
Nos seus banquetes e orgias
A negritude dos dias
Por baixo das suas mesas!
São bandos de urubus
Carregando a sua cruz
Sem qualquer arrependimento
Pois que vivem a se fartar
E se comprazem em furtar
Sem freio ou comedimento!
Um certo dia, talvez,
Quando a sua insensatez
Levá-los a julgamento,
Quem sabe, o povo espoliado
Seja-lhes algoz e cadeado
Trancado e jogado ao vento!