O mundo infernal

Tu, Satã, meu Senhor no bem dos doces toques,

Deste mundo infernal, atroz e exuberante,

Vês a terra do ardor e o mal que vos evoques.

Com que o Demo imortal e eterno vos encante!

Em noite atra e carnal das moças pervertidas

Dentre o amor sexual do festim como a amante.

Oh, Lúcifer, que porta a Luz pelas subidas,

Eis as asas do altar que doma a alma divina

Como o mau governante e o anjo que tu decidas!

Ei-lo o Demo entre a terra horrorosa da sina,

Ó morte moribunda! Ó carne humana e horrenda!

Que o horror feio e mortal ainda desatina.

Tens a glória elevada e a mão que o fogo acenda!

Que vês as podridões no mundo violento,

Doma a guerra macabra e os guerreiros sem venda!

Oh, grande Belzebu, no tinir do tormento!

Atro, venéreo e vil... Igual a um manto bravo!

Por isso é o grande deus pagão que eu me contento.

Com cornos da ardentia e formato do cravo,

Como a memória pura e os caminhos perversos

No lugar domador e ardoroso que eu gravo.

Autor: Lucas Munhoz (20/07/2015)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 20/07/2015
Código do texto: T5317744
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