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ANO NOVO
 
 
Sai um ano, outro vem
Minha vida encurtando
E meus sonhos também
 
Pouco ou de nada me queixo
Tenho e tive bela existência
E não perco meu eixo
 
Pouso os olhos no real
Somente falo por desabafo
E jamais faço por mal
 
É claro que não estou parada
Agito-me feito pipoca saltitando
Na medida em que esquentada
 
Vivo apressando meus passos,
Colhendo as flores que plantei
Com a força de meus braços
 
Cabelos brancos não nego
As rugas também são enfeites
E a nada me apego.