RICTUS

Esse riso que estampo na face,
é um rictus amargo e acre,
que mais fere ao invés de adoçar.

É máscara que esconde o meu crime,
e que mesmo assim não redime,
o meu longo sofrer, meu penar.

É inútil exibi-lo ao mundo,
esse mundo solerte e facundo,
que amedronta e me quer esmagar.

Por isso, não mostro o meu rosto
deformado de tristeza e desgosto,
pelos anos de angústia sem par.

Não importa, não quero mais vê-lo,
o meu rosto eu prefiro escondê-lo...
a ninguém, nunca mais, vou mostrar.

                         .  .  .

 
Deixa o mundo ser contra nós
 e a lei de Deus também
 pois a primeira pedra
 não a atirou ninguém...