O ASFALTO NÃO É PRETO
O dia está lindo! Posso ver da janela...
Lá fora a passarinhada em alvoroço
Disputando a flor mais bela.
Passo batom... Coloco brincos.
Ensaiando um tímido sorriso
No espelho gosto do que vejo.
Já na avenida! O asfalto não é preto.
Colorido de confetes e purpurinas
Rastros dos foliões que estão dormindo.
Na praça como sempre! Crianças brincando...
O velho pipoqueiro! E o carrinho de algodão doce.
Nos bancos casais enamorados trocando beijos.
Na esquina a tenda do fruteiro!
Com seus suculentos pêssegos maduros
E os afrodisíacos morangos vermelhos.
Nos canteiros floridos! Flores acenando
No verde das folhagens a Esperança
A alegria no colorido das flores.
Olhando para o céu azul!
Vejo uma nuvem cinzenta...
Avisando que vem chuva.
Apresso o passo! Atravesso para o outro lado
Brincos de pedras e sombrinhas coloridas.
Na vitrine da lojinha de futilidades.