Eu: terra-coração de

Eu, terra de desrespeito.

Eu, terra de desalento.

Eu, terra misteriosa.

Eu, terra apolítica.

- Avante pelotão, terra a vista! -

Eu, terra de pecados.

Eu, terra sem fim.

Como abismo esqueci,

como abismo desapareci.

Eu, terra odiada; amada.

- Avante artilharia, inimigo a vista! -

Eu, terra baixa.

Eu, terra enganosa, arrogante.

Parece fofa, parece boa,

mas eu sou terra de misérias, de soberbas.

Eu, terra com mais adubos

- Avante horda, abominação chegando! -,

como à guerra, sou eu em espera.

Eu: era beira do caminho.

Eu: era terreno pedregoso.

Eu: era espinho - agora não mais meu coração.

Eu: era árvore infrutífera.

Era talento enterrado, fermento embolorado;

eu era joio a ser queimado.

Agora não mais coração, terra minha.

Não mais, agradeça e suspire aliviado;

coração agora és terra boa, frutífera.

Coração meu, terra viva.

Agora, coração meu, desde uma semente de mostarda;

plantada em ribeiros, em mananciais solenes.

- Avante soldados, mais terra a descobrir! -

Eu, abismo desconhecido.

Eu, infinito abismo de misérias.

Ainda há faísca a inflamar,

mesmo nesta terra fofa de vida.

A árvore viva frutifica, a morte não morta - mortificada.

Eu, em prisão de carne.

Eu, neste corpo abominável.

Eu, infinito abismo ao céu aberto.

- Avante ceifadores, colheita nesta terra! -

Terra minha, coração meu:

d'antes podre, agora vivo.

Terra que só DEUS conhece,

coração que só o SENHOR vê a fronteira abismal;

e só vive se Ele por ela se compadece.

Cesare, em tudo capacitado pelo Altíssimo.

[09/06/13]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 09/06/2013
Reeditado em 09/06/2013
Código do texto: T4332571
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