FERIDA QUE NÃO QUER CURAR

Pouco se teme viagem, senão em mata desconhecida

Mais fascinante se coloca, mais perigosa se faz sentir

Como belos são teus caminhos, como a luz sabes guardar

Mas se te desnudo as curvas de teus fartos rios

Vermelhos ipês e belos montes vão se mostrar

Chuva que chora e limpa, cicatrizes não podem ficar

Como clareira em mata virgem que desmatada sem pensar

Clama aos grandes ventos que logo se lhe fechem as feridas

Antes que o ardor do sol, causada erosão venha se dar

Metabolismo fagocitário qual dor de não poder dizer

Silencioso em suas formas, novos tecidos há de criar

Mata que se fecha; lágrimas de dor hão de cessar