SILÊNCIO DO SER
O que será do passado que não foi.
Agora não era mais que Platão,
Pois o que não foi também não será.
A dor de morder o que se não diz
O ardor de engolir o que se não faz
Do aperto que no peito percorre
Como o dia que ao sol se fez,
Bate o coração, forte, que mesmo cego
Faz o sofrer que rola pelo canto do olhar.
Mas, o que foi muito valerá,
Pois o que é, de profundo, não mudou.
Foi, é e, silenciosamente, será.