MENDIGANDO A ESPERANÇA
Lá fora o dia amanheceu cinza
Sem teu amor... Sem teu sorriso
Minha vida ficou em preto e branco
Na inquietude e na ânsia...
Voa... Voa meu pensamento
Sentindo o tempo que passou
Na casa vazia... Sozinha me perco
Entre as paredes de concreto
Solidão e lembranças me acompanham
Ouço o eco dos meus passos
Converso com minhas palavras
Alimento-me com mentiras que invento
O coração gritando pedindo explicação
O vazio dilacerando minh’alma
Eu perco o sono! Invade-me a madrugada
O frio dos polos me consome
Na tua ausência abstrata... Virtual
A sensação real da eternidade
Sinto raiva de mim mesma
Uma parte do meu ser...
Esqueceu-se de acordar
Bebendo no cálice da saudade
Gole a gole do fel amargo
Dizendo para mim mesma...
Tudo passa... Passa... Passará!
Meu eu mendigando a esperança
Fico esperando o teu querer
Em meio às pedras clamo ao céu brilhante
Que o alado anjo do meu lamento se compadeça
Dando-me a benção na madrugada da tua presença