FOLHA DE OUTONO
 
Sem hora... sem tempo, tomba a folha
amarela... seca... dourada...
sob o cântico de manhãs outonais...
 
Um sopro ameno acaricia seu ventre
e despede-se  a haurir a última carícia,
rodopiando a sorrir os instantes finais...
 
Foi o último outono... o último vento
a sublimar o rito de tua passagem
para uma eternidade  áurea e finita...
 
Fostes assim, contracenando  com as cores
às vezes quentes... às vezes mornas...
impregnadas nas viragens dessa estação...
 
Sem rumo... sem tempo, vai a folha
a descrever no ar um arco ocre e vago
e cair, enfim, nas linhas de meu poema...
 
 
 ( Imagem google)