Bem de mansinho

DONA SOLIDÃO

Chegou, bem de mansinho, silenciosa

E adentrou, sem convite, em minha vida;

Logo estendeu-me a mão branca e sedosa,

Num gesto de piedade comovida...

Era pálida, fria e tão formosa,

Acenou-me, a sorrir, com a paz perdida

E com uma existência venturosa

Onde a dor ficaria sem guarida...

Eu que exgotara a taça de amargura,

Longe do amor, sem ter felicidade,

Acreditei na estranha criatura !

E, fascinado, sem hesitação,

Aspirando o perfume da saudade,

Iludido abracei a Solidão !...

Lourdes Badaró - Casa do Poeta de Campinas
Enviado por J R em 12/12/2012
Reeditado em 12/12/2012
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