Sou ninguém.
Sou apenas um fazendeiro,
um humilde fazendeiro.
Rego campos e cego o trigo.
Sou apenas um garoto,
um pequenino
dentre um inteiro mundo.
Sou apenas um gafanhoto
em estado vegetativo,
sem vegetal para roer.
Sou apenas alguém.
Sou apenas um que tenta escrever.
Aliás, apenas não sou - nem ser sou.
Sou apenas um inútil
detrás de um monitor,
julgando, orgulhoso, soberbo.
Sou apenas alguém carregado.
Nalgum intento, nalguma capacidade,
sou apenas um fantoche do Altíssimo.
Sou apenas um pecador [...] repete-se o pecador,
mais que os outros, do número das reticências.
Sou um miserável apenas.
Sou tão fraco,
sou tão falho,
sou tão ingrato.
Sou apenas um pecador.
Sou um ninguém - sou nada, sou ninguém.
[...]
Não sou ninguém [nada],
Ninguém, ninguém [...]
sou [um] ninguém.
[05/12/12]
Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor.