Ao Crânio
Teus olhos que foram órbitas,
Nestes vazios globos oculares,
Palavras de rudezas mórbidas
Com os mistérios seculares!
Nada lhe restou velho crânio
Só a protuberância da fronte
Ao pó retornaste como gerânio
No ciclo da vida foste à fonte!
Contudo se ardeu o gênio,
Nesta tua caixa craniana,
Na lembrança d’um milênio
Fizera a poesia mundana!