::: AFÃ MUSA DO MEU VERSO :::
Tiro um instante de vida para compor um gole de existência.
De fragmentos da minha mais inconstante incoerência
A manhã solitária e a música melancólica estão cobertas
Ao deitar minha alma nos teus olhos claros como o céu
Deito minha mente e lembro que como são escuros os meus
Olhos que observam minh’alma profundamente deserta.
Que luzir portentoso há nos meus votos secretos
Almejando a paz que consigo traz o amor discreto
Cultivado no silêncio platônico de um romântico.
Eu que queria; meus rústicos lábios nos seus; deitar
A sentir o veludo calor com que persegue meu recitar
Tristemente solitário no impropério do meu cântico.
Francamente, eu não sei. Mas rogo um dia ter
A chama com que se vencem guerras, por ser
Esperado na terra de que vieste tão amado.
E de andar contigo, ter-me-ia feliz a alva manhã
Que vem luzir nesta hora chuvosa e afã
As leves notas de um peito que sonha calado.
Bem, cantarei sozinho todos os seus versos
Que carregam a conjectura de um universo
Na busca da minha natural verdade.
Hoje, sentado a ver a chuva ruidosa desse dia
Invoco a esperança e com tamanha alegria
De nos teus lábios achar minha felicidade.
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Dedicado à Ana Paula Araújo, Mulher que me ensina a respirar...