Lavras
Há os livros que se deitam,
Outros que são verticais,
A parcela dos geniais...
Há, no entanto, os que mergulham
Ficam de ponta cabeça
Sem ser com quem se pareça
Há os de barriga pra cima
E os de barriga pra baixo:
Os que procuro e não acho.
Há livros vivendo em sebos
No esconde-esconde sem graça
Às vezes salvos das traças
Há livros que não são lidos
Aprisionando palavras,
Mas são verdadeiras lavras.
Há livros lidos, relidos
São best, bestas, bestiais
Mesmo assim são imortais
Há livros feios e cheios
Outros, lindos e vazios
são sangas, fontes e rios.
Há livros que não são livros
em triste aborto amarelo
que nunca foram ao prelo.