LITERALMENTE LITERATURA ESTUDO VOLUME UM

Apresentação:

O PRESENTE TRABALHO não tem o carácter acadêmico, por não ser um estudo para defesa de tese, longe disso. É um olhar do leitor, do escritor, do curioso, que ao ser confrontado sistematicamente a respeito do tema (literatura), resolveu passar a estudar não só aquilo que diria respeito a poesia, quanto a estrutura dos textos poéticos: métrica, rimas etc, passando efetivamente para a literatura em si, enquanto arte, devido ao uso da mesma ferramenta comum: a língua portuguesa em textos individuais, ou mesmo em duetos com brasileiros e africanos, a curiosidade natural por saber mais a respeito da arte praticada nos países de língua portuguesa, levou a buscas por obras inicialmente de poesias, passando por obras literárias, que pudessem trazer respostas.

POR MAIS que sejam fartas as trocas de informações entre os escritores, o mesmo não podemos dizer sobre trocas com relação ao conhecimento, menos ainda que ocorreria oportunidades de ambos os lados, para um eventual trabalho de campo. Os países ou não mantém algum parâmetro quanto aos seus escritores do passado, ou não há interesse em buscar este tipo de conhecimento. Este estudo fica bem distante de esgostar as muitas perguntas, que ele mesmo suscita e que poderão ser respondidas por meio de outras pesquisas, que venham a ser realizadas. Existe um grande conjunto de obras e escritores desconhecidos pelas novas gerações nos países de língua portuguesa: Angola, Brasil e Moçambique, por certo que existe um grande campo de pesquisas, que poderão com as ferramentas necessárias, ser feita um dia.

Introdução:

NÃO TEM COMO dizer: há muito tempo, porque na realidade faz pouco tempo; tempo que sempre parece nos colocar em atraso. Hoje só mais um sábado comum, dois livros aguardam, para serem diagramados e revisados, outros dois já caminhando, contudo, como sempre uma mera escolha, entre garimpar, ou não, faz com que esta obra venha a funcionar como mais uma das molas em todo este processo, por alguns dos motivos expostos:

sendo um obra de 1987 está isenta de qualquer viés político;

suas imagens completamente analógicas;

seus artistas vivos ou não já são um aumento no repertório do banco para pesquisas futuras;

a ideia que esta obra trás, com seus mais de trinta e cinco anos, deixa claro que não foram muitas as pontes criadas, pelo menos o suficiente, que permitisse um leitor comum achar com facilidade obras de autores africanos em língua portuguesa;

comparações as mais variadas de ordem interna virão a ser feitas, entre esta obra, e as obras que são possíveis de serem realizadas hoje.

Este interesse em saber mais e em saber já antecipadamente que é, e sempre será falho, este tipo de leitura (não há como ter acesso a tudo), mais uma vez, deixa claro que o único fenômeno da literatura necessário é o da:

CURIOSIDADE!!!

Do que é feita a literatura? De livros. Mas existem livros e livros, já dizia Monteiro Lobato que: "um país se faz de homens e livros", antes do nascimento do primeiro livro, que tive a oportunidade de escrever e publicar, que alguns livros sempre estiveram no "radar" de buscas, alguns nomes mal são vistos e já trazem outros livros vistos ou lidos à memória, no caso deste a lombada com o nome estampado ÁFRICA foi o que chamou a atenção, num local pequeno, numa busca muito rápida, porque já não é possível ter mais tempo para ficar caçando livros como antes, ainda mais quando eles tomam espaço e não tem como serem lidos...mais um livro que é um modo de olhar para trás e tentar adequar ao aqui e agora pensando mais adiante. O quanto ali terá sobre a literatura desse continente, que tem sido responsável por tantas coisas boas e ruins nesta recente carreira só a leitura e a análise dirá. A literatura realmente pode ser um "fenómeno", quando serve para estimular a leitura entre qualquer pessoa ou despertar o interesse de praticá-la. Ainda bem que todo saber necessário para ter contato ou para mais tentar aprender e compreender está ao acesso de todos que podem ler e entender o conteúdo dos livros. Se por acaso a literatura não estivesse vinculada aos livros e dependesse de uma meia dúzia de "iniciados" aí sim seria uma coisa triste de tentar estudar e conseguir o básico: ler e aprender. Ainda mais estando tão distante. É essa a palavra chave que define esta obra de 1987, são basicamente trinta e sete anos. É um livro no único formato existente: físico. O papel da literatura em todos esses anos não mudou, não vai mudar, porém, não é possível pelo contato que se tem com os colegas de lá e também os daqui, sendo ou não dos sistemas de ensino, saber o que pensam sobre a literatura enquanto meio de ser usada na educação, nem este livro pode ser que dê pistas sobre isso, contudo, poder ter em mãos uma obra de uma pessoa que viajou tanto e fez um longo estudo como este, antes mesmo da primeira página lida, reforça o quão importante é a língua portuguesa como meio de agregar os falantes deste idioma, como tem sido realizado hoje os trabalhos literários, entre angolanos, brasileiros e moçambicanos, quantas lições e quantos ensinamentos esta obra trará só sua leitura e dupla análise dirá.

*MAL O LIVRO* começa e já informa a que veio...uma leitura dessas "pesadas" cheia de informações históricas, começa por Moçambique com muitos dos moçambicanos do passado, que podem vir a interessar os compatriotas de agora, pela facilidade da modernidade poderá ser realizada alguma busca aleatória, para verificar a existência de alguma obra desses escritores antes de informar aos colegas de lá, ou pode ser que a busca seja concentrada somente entre os poetas para tentar não aumentar demasiadamente o tempo da leitura e análise da obra. Bom dia e boa tarde para todos. Grande no tamanho e brilhante foi o trabalho desta jornalista na abordagem deste tema, este é o terceiro livro, dedicado somente a sua viagem ao continente africano, trazendo para a nossa realidade dos dias atuais, mais evidente fica o quanto sob determinado olhar em termos literários tudo está muito mais simples, claro que não tem como realizar uma obra como essa sem um trabalho de campo, porém, na prática conseguimos fazer acontecer a formalização da ideia do conceito que seja de um livro ou uma obra literária. Coisa que sem as possibilidades da internet seria impensável para este e para boa parte dos colegas aqui deste grupo, assim como era para boa parte dos escritores mencionados até aqui de Moçambique, a solução nesse tempo passado foi engenhosa: publicar fragmentos de obras dos escritores, uma poesia, duas, alguns capítulos de um conto, relatos sobre as questões relacionadas a literatura, ao passado colonial, a própria questão das diferenças dos nomes nas línguas maternas e na língua portuguesa, as imagens, são tantas as qualidades de poder estar num local por meio de uma obra literária, tantas as análises que podem ser realizadas que a única coisa certa é a leitura desta obra ser realizada com muito mais brevidade do que supunha ser possível. Boa parte devido ao gosto pela história e pela interação com angolanos e moçambicanos. É o que posso dizer por enquanto.

*FORA A PARTE* relacionada a história e a visão pessoal dessas pessoas, algumas muito conhecidas e prestigiadas, temos as possibilidades de ter acesso a informações sobre seus locais de nascimento, suas famílias, suas opiniões a respeito da política, da arte literária e toda a dificuldade numa época em que tudo dependia do papel. Era muito difícil conseguir a publicação de um único livro, prevalece, contudo, a questão que quase todos mencionam relacionada ao uso da língua portuguesa e as citações aos escritores estrangeiros por lá entre brasileiros e portugueses. Claro que para este novato é uma grande oportunidade para ampliar o leque de escritores destes países que, mais uma vez, não fosse esse temática de querer saber tão cara e de querer fazer da literatura o pão de cada dia não faria esta obra ter e ser o que está sendo. Aula e mais aula! Mais uma que se chegasse nova, "com aquele cheiro de livro novo" não iria dizer nada lá quando foi lançada. Aos onze anos de idade ou aos dez ainda, seria normal. Quando várias pessoas fazem questão de informar o local aonde estudaram, o que leram, o que escreveram, fica evidente uma série de coisas: a língua portuguesa e um sistema de educação, que poderia não ser o melhor, mas conseguiu fazer com que essas pessoas passassem à condição de leitores, posteriormente leram e passaram num momento posterior a escrever. A ordem dos fatores aqui é a única capaz de resultar no produto. Não há como inverter ou mudar isso. A própria questão dos autores citados do Brasil e de Portugal, os que porventura são conhecidos por este leitor, permite uma série de outras perguntas, como por exemplo: Eça se faz presente, Machado não. Pena. Machado até hoje, mesmo sendo indicado por ter suas obras em domínio público não parece despertar o interesse (que pensei poder despertar) entre angolanos e moçambicanos. Outra questão que se faz paralelo diz respeito as dificuldades quanto a publicação do livro em formato físico. A qualidade dos textos apresentados é indiscutível. São basicamente as impressões possíveis de serem realizadas até aqui. Pouca adesão entre os colegas do grupo de escritores, veremos se conforme os dias forem passando vai aumentar a quantidade de escritores interessados.

Viagens

Não é guia turístico, está bem longe disso.

Já choca logo no início.

Pela violência que é feita a uma criança pequena.

Lá na década dos setenta.

E informa, com suas páginas bem manchadas.

Que passou maltratada (a obra) pelo tempo.

Ali mal alocada.

Nem na fila estava.

Com a palavra África na lombada.

Pondo a vista e a cabeça esgotada.

Já nas suas setenta páginas.

Mostrando o passado recente.

Desse país com tanta gente.

Que passou a fazer parte do meu dia a dia.

Que até outro dia.

Seria só mais um dia.

E essa mais uma obra passada batida.

Talvez preterida.

Por um cd ou dvd.

Porque a prioridade não era o saber.

Nem o escrever.

Hoje com alegria saio da minha terra.

E viajo para essas terras.

Por essa tela.

Que está mais para janela.

Juntando textos, formando livros

E sem saber o tamanho,

Ou até onde irá tudo isso.

Seguimos.

Seguiremos.

Lendo, e claro, escrevendo.

APESAR DE QUERER. Apesar de entender. É preciso aceitar que algumas coisas não parecem ser feitas para estar entre aquilo que vai gerar um número mínimo de interesse. As manifestações voluntárias num grupo formado basicamente por escritores é a prova disso, seja do lugar que forem, o que vai levar ao "start" das pessoas é o ministério do mistério, algumas já foram as tentativas disso. Essa mais uma delas, este estudo tenderia a ser mais do interesse dos africanos do que nosso, porém, assim como alguns participantes estão em um ou no máximo dois livros destes projetos e vida que segue, acaba por ocorrer algo semelhante sobre uma informação direta sobre a própria literatura africana. Mesmo assim a fonte não depender de terceiros e estar disponível, mais uma vez, torna o estudo algo bem mais gratificante de ser feito, porque independentemente de adesões ou manifestações, sempre bem vindas, especialmente entre os escritores do país que estiver em estudo, ele vai seguir o ritmo da leitura do material de apoio. Mesmo não estando num estado tão precário como o de outros livros físicos, a escolha foi por reguardar os olhos e a obra, realizar a leitura somente em locais estáveis e não nos "escritórios" nada confortáveis da ida e volta de todos os dias. Pena. Esta obra apresenta um importante elo entre todos nós que temos feito tantas obras em língua portuguesa, veremos como serão, se é que se pode dizer que terão, manifestações nos próximos dias. Hora de retomar a leitura.

Passado

O passado sempre é algo engraçado.

As vezes parece algo sem valor e enferrujado.

Pode acontecer como a música clássica.

E mesmo que passe muito tempo.

Mostre seu valor.

Por mais que o tempo passe.

Machado nunca perderá o fio.

Seus contos são um primor.

A Divina Música do xará com Pinto.

Livro antigo que chega a dar arrepios.

Tantas foram as obras ali desconhecidas.

E agora me chega mais esse presente do passado.

Que tanto me ensina sobre a literatura africana.

Começando por Moçambique.

Vai passar por Angola.

E os demais que não sei uma única nota.

Nem mesmo um verso.

E como os colegas por aqui manifesto,

Nosso desconhecimento dos escritores do passado.

Todos ligados pela mesma língua.

Que cada dia.

Mais interessante fica.

Em cada obra lida.

E mais aprendemos todos os dias.

Como quem precisa estudar.

Para poder tentar algo aprender.

E saber.

Que sempre vai ser necessário:

Ler

Ler

Ler

Escritores citados:

Moçambique.

Citados:

Eduardo White

Juvenal Bucuane

Armando Artur

Nelson Saúte

Hélder Muteia

Marcelo Panguana,

Pedro Batista Chissano Ungulani Ba Ka Khosa

Citados com foto, biografia, etc:

Mia Couto

Luís Carlos Patraquim

Calane da Silva

Carolina Noémia de Souza

Albino Magaia

Orlando Mendes

Sérgio Vieira

Grupo Charrua

Revista Tempo

Jornal Notícias

SEGUE A LEITURA em meio a sala de aula barulhenta pela algazarra dos alunos, numa cadeira torta e desconfortável, muitos aspectos históricos de Moçambique desconhecidos por mim, a leitura flui, mas não com tanta intensidade, nem tão pouco velocidade porque pesa, não é como ler um livro de literatura, embora tudo aqui seja relacionado a este assunto está mais para História. Realizada uma pesquisa externa por uma das poetisas de Moçambique, dessas intervenções voluntárias sempre bem vindas. Perto já da centésima página, interessante ter tanto já dedicado a este país e seus escritores. Salvo engano (esqueci a "cola" do índice) Moçambique terá mais páginas e mais autores citados, seguido depois por Angola.

*Motivação*

O silêncio com que ela trabalhava.

O suor que espalhava pela casa.

As dores que não se queixava.

Só fraquejava, coitada.

Quando a cãibra às vezes as duas pernas atacava.

Sempre foi uma pessoa brava.

Amorosa como ela só.

As suas feições lembro de cor.

A saudade sempre esmaga.

Os que nos criam não precisam dizer uma palavra.

Minha tia já dizia.

Demorei para aprender essa lição.

O amor vinha embrulhado também num pão.

No arroz e no feijão.

No cuidado diário.

No serviço sem fim.

E nunca remunerado.

Sem final de semana e feriado.

A presença.

Sempre a presença.

A atenção e o carinho.

Às vezes até em nada falar.

Para não desanimar.

Mesmo sabendo já,

Que pode dar errado.

É um grande incentivo.

Os mais velhos tem muito disso.

Aprendem a menos falar.

E mantém tudo no lugar.

E a estabilidade no lar.

Aonde podemos descansar.

Sorrir.

E se for o caso também: chorar.

É o maior incentivo.

Pense nisso!

*ESSA É A IDEIA* que contém este livro e o que está inserida na composição das antologias...serem pontes entre nós escritores. Mas é muito difícil que essa troca de informações ocorra. Até acontecer de surgir um fato inesperado...no caso: esse livro. Particularmente talvez dois dos escritores moçambicanos mencionados sejam do meu conhecimento.

Desde os anos oitenta para cá...como se vê não existem obras disponíveis de autores de Moçambique ou de Angola, numa porta de livraria, com raríssimas exceções, se tanto. Alguns escritores daqui mencionados entre os escritores de lá, mas até a página cem nada sobre um Machado de Assis ou um Olavo Bilac por exemplo. Antes desta obra ser encontrada nem outra havia sido mencionada num grupo formado basicamente por escritores.

E achar informações neste sentido...É muito difícil.

Isso é um fato interessante e apavora ao mesmo tempo...muitas pessoas nem sequer ouviram falar sobre esta obra. E o número cresce entre pessoas que são bem mais vividas e estudadas quando se fala sobre poesias e literatura, ao mesmo tempo não faltam àqueles que dizem não se poder discutir isso ou aquilo em relação a temas literário sem se conhecer determinadas regras...mas não seria justamente procurar pela troca de ideias e troca de informações, sobre poesia ou qualquer que fosse o gênero literário, justamente o que pode ser algo positivo para todos? Qual seria a utilidade de guardar este tipo de conhecimento? A menção já faz com que as pessoas passem a citar autores e obras além dos mencionados no livro, alguns citando inclusive obras lidas, em resumo, o conhecimento não serve para ser guardado ou para ser "escondido" por alguém como se só a si pertencesse. E por mais informações que possua esse livro, como todos os livros, ele é apenas uma fração do que existiu e ainda pode existir e um retrato do passado, que consegue ajudar demais a formar várias ideias do presente e fomentar outras tantas para o futuro.

*O FATO INEGÁVEL* é que esta ponte realizada lá em 1987 não permitiu que as literaturas dessas três nações conversassem com alguma regularidade, sem entrar em qualquer outro aspecto porque não cabe, não é do meu conhecimento, não existe nem informações para tecer algum comentário com alguma profundidade, me valho do básico: a negativa quase unânime sobre o conhecimento dessa fonte de informações. Assim como este estudo não tem pretensão de alterar fato algum, interessa mais estudar sobre as obras mencionadas e as impressões gerais que o livro cause em todas as pessoas. Essa a melhor parte. A que realmente me cabe. Tentar registrar todas essas impressões. Ou o mover mais uma vez que pode gerar uma única obra.

*É NESSE MOVER* que passo a analisar esta obra: algo semelhante poderia ter sido realizado, mas aparentemente não foi. A reunião de escritores daqui e ser piblicada lá em Angola e Moçambique com eventuais menções a escritores africanos pelos escritores daqui. Ou quem sabe isto se deu nos outros dois volumes que não tenho para esta análise. Quanto mais pessoas entro em contato, especialmente na África, mais a negativa se repete sobre o conhecimento desta obra, pela ótica da física ação não gerou reação, como continua a não acontecer ainda hoje, apesar de tentar estabelecer pontes daqui para lá com sucesso, o mesmo não se dá de lá para cá, se antes o meio físico tornou isso possível e formou este livro ora estudado, por outro lado, o que se vê pelo que se consegue acompanhar à distância e de forma fragmentada são iniciativas mais voltadas no modo: cada um por si. Isso entre aqueles de Angola que tem escrito suas próprias obras, boa parte com um olhar obstinado quase ao meio físico, quase com um desprezo ao meio digital, longe dessas possíveis trocas que poderiam ser estabelecidas. Essas análises só podem ser realizadas pelo parâmetro que permite, mais uma vez, a fonte primária: o livro físico. A ausência da menção de escritores do passado brasileiros entre os moçambicanos nesta obra chama a atenção, mostrando que voltando ainda mais no tempo, com foco tão somente no aspecto literário, prevaleceu a literatura portuguesa, desdobrando isso ainda mais, nas análises dos livros de Machado de Assis lidos até aqui e algumas poucas leituras entre os autores portugueses, parece que a literatura africana não chegou até estes autores, temos sempre de levar em consideração as imensas dificuldades de comunicação do passado comparadas com as nossas de hoje em dia, as dificuldades de publicação de obras literárias, nesta obra em análise mesmo já se evidencia pelas próprias palavras da autora o período de ausência suportado pelos seus familiares e os vários voos por ela realizados, logo, quanto mais distante levarmos nosso pensamento, mais fica patente as dificuldades dessas trocas literárias, mesmo o Brasil não sendo mais uma colônia de Portugal, isto não podemos deixar de levar em consideração. O que se tem de fato é uma via de mão única ainda, embora alguns aleguem já terem participado de obras literárias conjuntas entre os países de língua portuguesa, essas se acontecem de lá para cá não as localizei ou pude tomar conhecimento. Por fim, antes de retomar a leitura da obra em si cabe pontuar aquilo que seria o necessário: a literatura estar com ênfase a serviço de diminuir os índices de analfabetismo em todos esses países e ser enfático no aspecto da sua importância à nivel escolar muito mais do que entre os acadêmicos, porque a estes já estão no topo, enquanto aqueles todos na base; base cada vez mais precária mesmo com toda tecnologia disponível. A literatura como toda e qualquer arte só consegue ser aprimorada pela prática, logo, como um músico escuta e toca seu instrumento incessantemente para poder aprimorar a técnica ou mesmo por gosto, todo leitor acaba por realizar o mesmo, quiçá um escritor e mais ainda um escritor que sempre quer manter um olhar ou um pé, quando não os dois, na História em tudo o que lê.

*O não planejado*

Mais uma vez me chega esse ser.

Que não tem como saber.

Quando irá aparecer.

O leitor,

Homem ou mulher.

Com quem não posso falar.

Mas que me lê.

E vai saber, se vai ou não querer.

Nos dois idiomas ler.

Mamana África cada página que passa.

Mostra mais riquezas.

Desse nossa língua portuguesa.

Sem conseguir saber.

Ou entender como não se deu de serem conhecidos.

Essas pessoas desse mesmo ofício.

Sem o qual eu, que mal comecei já não vivo.

E viveram e vivem os que de lá.

Pouco sabendo dos seus, menos ainda dos meus.

Mostrando o quanto mesmo falantes da mesma língua.

Ainda somos ilhas.

Falta só a informação lá da China.

Para saber se é mais uma ilha cercada de terra.

Igual a essas.

*O ESTUDO.* A leitura, tal como a lei só pode ser realizada mediante aquilo que acontece ou ao que aconteceu, logo só podemos nos valer do presente e do passado. Na realidade para fins de estudo literários sempre o passado. O tempo presente, quase sempre, pelo avanço demasiado das facilidades e correrias do dia a dia torna a leitura algo que parece ser cada dia mais contraditória ao uso da tela ou o seu uso contínuo. Quem negar isso, nega o óbvio. Assim como quem negar o manancial de informações que pode conter um único livro. Neste caso, claro, este que esta sendo estudado. Mais que lido. Lido sob mais de um prisma, o que diminui ainda mais a velocidade da leitura.

*Sonha Mamana*

Mama África

Chico César já cantava.

E de tanto ver canê das Casas Bahia.

Fora o comercial com aquela figura.

Quase todo santo dia.

Até da tv de um real.

Que mandava os tubos para o "cemitério".

Especialmente os trombolhos, pesados.

Haja vidros e plásticos.

Será que foi tudo devidamente reciclado?

Acho esse livro cada dia mais um achado.

Longe de ser relíquia.

Sofre comigo todos os dias.

Na labuta de passear.

E em suas páginas revelar.

Que os sonhos ainda estão longe de se realizar.

Mas devemos continuar a proclamar,

Pedir.

Até, se for o caso, suplicar:

Sonha

Mamana África!!!

Sonha!!!

Com suas gentes todas letradas.

E devidamente instruídas.

Com o pão de cada dia!

E as letras e o conhecimento por companhia.

Todos os dias!!!

Sonha! Mamana África!!

Mama África!

As raízes daqui e daí.

Vivem em nosso existir!!!

Fala um dos misturados daqui!!!

Renato Lannes Chagas BR

*A poesia agita.*

Estraga com a rotina.

É como o cheiro do pão quente na padaria.

Com manteiga é uma delícia,

Se não tiver...vai mesmo qualquer margarina.

E o bico da bisnaga, nem chegava em casa.

A poesia, como toda arte.

Não é feita para unanimidade.

É feita pela vontade.

Que transborda.

A qualquer hora.

E ratifica o que se aprendeu um dia.

Lá atrás nessa vida.

É marca registrada.

Da instrução que só se apaga.

Na última lufada.

Mas a obra nem mesmo a traça tem como levar.

Os pensamentos vão continuar.

Soltos por aí.

Só Deus sabe onde!!!

*COMO SEMPRE FEITO* um regente, embora seja obra de uma só gente, aqui tudo pode mudar num estalar de dedos, o que era para ser só prosa já não será mais, largo do livro, escrevo e posto poesia e vejo os versos virarem fogo como se fosse mato seco, ainda coloco mais combustível quando mencionado o local de onde vem tudo isso e todas as três nações me devolvem a mesma resposta: não. As buscas pela mesma ou seus números anteriores de igual forma, por enquanto será um jogo de paciência. Página a página a obra vai sendo apreciada, linha a linha vai ser extraída o que melhor possa encaixar com as ideias que cismam em se bater em fila desordenada, num desconforto diário regado a boa música, nesse tempo "morto" e calorento, não há o mínimo de glamour em nada disso. É o oposto do trabalho num local sossegado e quietinho, desses estereótipos tão surreais, perdendo só para as "lições sobre como (não) escrever qualquer livro, com suas inúmeras variantes da glamurosa carreira ou do cimentado das letras, tudo bem útil para quem, volto a dizer quer muito (não) escrever, claro. Enfim. Voltando a sintonia normal, a literatura bem pé no chão e loucura de montão. Seria um exercício ainda mais lindo poder contar com todas as coisas que uma obra dessa põe a frente, como não será o caso, nem vale a pena mencionar, ela por si só vai ter de suprir com folgas as ideias soltas. O que vem fazendo com folga. Será um exercício de ida e volta constante ou podemos chamar pelo singelo nome de fonte. Tem tanto para fornecer que nem é preciso afobação, vamos no ritmo lento mesmo, ainda mais após as buscas infrutíferas. É mais uma para a conta de agradecer por (não) ouvir absolutamente NADA das pessoas que muito sabem, sem querer que outros possam fazer ou outra coisa qualquer além do exercício contínuo de ler, ler, ler e escrever. Essa ciência que não poderia ser praticada assim por qualquer um sem os devidos impactos impactantes. Pura comédia. Leitura, livros e derivados, doses assombrosas de loucura... o dia que precisar de mais, aí realmente a literatura será muito dura. Duríssima. Como não foi feita para ser, todos damos graças e com graça vamos fazendo: lendo, estudando, aprendendo e fazendo. E nada mais. Sem arrependimentos ao olhar para trás, esqueci dessa, mais uma das lições que (não) prestam para serem seguidas a risca. Dói de tanto rir a barriga. Em silêncio, claro, o calor já é ingrato.

*DE VOLTA* ao conforto do lar, deixando de lado questões de ordem subjetiva, podemos chegar a algumas conclusões: sou não o mais novo em idade, mas um dos mais novos quando se conta o tempo de carreira literária. O fato, repita-se: fato de num grupo de cem pessoas em sua maioria escritores não apresentar manifestação para dizer conhecer sobre esta obra, faz com que se possa deduzir que estudos sobre literatura envolvendo os países de língua portuguesa não são simples de serem realizados e suas fontes escassas ou raras ou fora do mercado, faz muitos anos. Somado a isto, Moçambicanos sem conhecer boa parte dos escritores de outras gerações de seu próprio país, angolanos que de igual modo desconhecem esses escritores também. Isso tudo é um levantamento informal, cabe esclarecer. Como também cabe dizer que as pessoas não precisam querer saber de obras literárias o tempo todo ou estarem a par disso, ainda mais quando estamos lidando com um referencial de mais de trinta e cinco anos. No meu caso vale e sempre valerá a premissa do instinto, da confiança na antiguidade da obra e na sorte de achar e gostar dos assuntos abordados. A arte impregnada de ciência em escrever e em toda História nessas histórias, faz parte integrante e interessante e a cada dia mais aumenta o interesse neste tipo de estudo e leitura. É um novo desdobramento dentro deste vasto mar de letras. O que faz a imaginação voar mais alto e mais longe e o melhor: de forma independente e sem amarras. Livre e atrelada ao ler e estudar e querer de todos os dias. Em resumo: aprender. Sempre com a pré disposição para aprender. O que deveria ser o básico de todos nas escolas. Mas não é o que acontece. Aqui vale o antes só do que mal acompanhado por outra coisa que não seja aquilo que vai dar todo o necessário: os livros. Entre pessoas falando coisas que não terão utilidade prática e nem tem como comparar com uma obra literária dessas, toda energia fica com a análise de onde não há o que ponderar. É uma obra que ensina por si só, página por página. Melhor aula, só mesmo com a autora da mesma.

AS COISAS* quase nunca são na ordem ou no devido tempo, mesmo que se tenha por certa a direção e o que se quer com o que se faz, mesmo estando claro que em todos os anos passados, no presente e no futuro muito mais possa ser feito com o uso da literatura e da língua portuguesa, não parece haver um pensamento coletivo que leve adiante o uso racional e em prol do todo e de todos em tudo isso. Ficam essas valiosas lições e registros de autores, de obras que mesmo estando aqui já há muito tempo não se ouve falar, não se ouviu falar, sabemos somente aqui pelo tamanho das duas grandes bibliotecas o peso do idioma. Lá nos países africanos não disponho de informações sobre eventuais bibliotecas deste porte ou mesmo de porte menor. O livro indica um acesso precário ao material literário. Aparentemente mais literatura portuguesa, pouca brasileira do que hoje seria impensável ser dispensada em qualquer país com essas raízes comuns. Cabe só ponderar, como cabe com ou sem entendimento à distância seguir com o trabalho como é possível, com aquilo que veio a funcionar: a poesia. Ir por outros caminhos...até pode ser possível, contudo, exigiria um nível e um volume de trabalho técnico além do possível ser realizado hoje.

*POR MAIS AMPLA E DIVERSIDADE* que exista na internet, ao pesquisar sobre a obra em estudo ou sua autora, o retorno que acontece é: nenhum. Mesmo que veja nessa obra um marco importante, ela lá no passado e o que está sendo feito hoje não parece despertar entre os próprios escritores africanos a característica mais marcante de buscar meios e soluções para aumentar a disseminação do uso da língua portuguesa, que somente é possível por meio da educação. O que se pode sempre esperar em todo trabalho literário deste porte ou com esse intuito, como são os meus, voltados para educação é que o futuro seja melhor do que a característica que se vê hoje. Onde os que são dessa área foram justo os que não participaram ou participaram, quando muito, num livro tão somente após vários e vários convites, neste ponto são aqui só conjecturas, mas todo processo de ensino, realizado em instituições para tal fim, conta com o coletivo como uma das suas marcas registradas. No ensino pouco cabe ou deveria caber de individualismo. Essa quase sempre, no entanto é a característica que se vê mais pelas atitudes do que pela própria opinião pessoal de cada um. É o que se vê e se lê estampado e também nas entrelinhas, para qualquer pessoa que faça uma análise bem superficial de todos esses processos. Ou cabe apenas pensar e ponderar que todos podemos ter pensamentos que não têm características em comum e cada um está fazendo à sua maneira o que entende ser o melhor que pode ser feito. A razão longe da emoção está em saber que a língua portuguesa é essa característica comum que muito permite que se faça pelo outro. A única ferramenta na realidade que tornou os trabalhos deste livro tão importantes e impactantes lá no passado e a mesma ferramenta que permite a interação e comunicação com tantas pessoas hoje, todos nós com as duas características de falar e saber ler. Na falta da segunda não aconteceria a primeira. Exatamente como se deu nesta obra em análise. A arte da escrita só nasce porque antes nasce o desejo pela leitura, mas a arte enquanto arte pode ou não atender a sociedade como um todo. O que se vê é não ser feita neste sentido ou então com iniciativas pontuais e locais, não com pontes entre as nações ou com o uso do mesmo idioma como aglutinador para um fim maior. Com uma visão artística naquele determinado grupo de artistas funciona, lá no passado e aqui, informalmente conseguimos fazer esses trabalhos acontecerem, entre nós artistas, agora se o olhar for além fica evidente que neste intervalo de tempo isso não se deu. Como não há como dizer que as obras coletivas realizadas serão disseminadas entre os países de língua portuguesa, aqui ou lá entre os africanos, pelas mesmas dificuldades que existiam no passado. A começar pela questão do custo para levar adiante e concretizar essas obras no meio mais usual ainda em Angola e Moçambique: o físico. Aqui os custos também inviabilizam que seja feito neste meio.

*ALGUNS DIÁLOGOS...*

Sim. Foi a primeira pessoa que pensei quando coloquei as mãos nesse espetacular livro de 1987...Que começa justo por Moçambique

Esse livro...estabelece uma ponte...que não foi avante...

E de lá para cá...quanto não poderia ter sido realizado, tão somente em termos educacionais e literários...

Sim. Não com as mesmas facilidades que temos e no volume que fazemos, mas com toda certeza muito poderia ter sido realizado.

Isso, claro, se houvesse interesse em trabalhar com a língua portuguesa como a ferramenta que ela pode vir a ser. Se alguém perguntar porque insisto em escrever...duas pessoas já seriam a resposta imediata entre os abençoados do continente africano: A menina das tranças amarelas, Inês Safite de Angola e você Eunice!!!! OBRIGADO!!!! Outros sobrinhos, sobrinhas, neta, e colegas de canetas e mais canetas vieram e vem daí, mas esta criança e esta jovem moçambicana são um caso fora a parte em todo este processo!!!! Obrigado sobrinha por esta linda homenagem!!! Deus a Abençoe e Guarde SEMPRE!!!!

*NA PRÁTICA JÁ SÃO ALGUMAS* centenas de leitores entre angolanos, brasileiros, moçambicanos e outros espalhados por este planeta, a maior parte leitores e falantes da língua portuguesa, para ler algum dos textos que escrevo e onde foram lidos, livros de contos, crônicas e poesias em sua maioria, logo só podemos chegar a conclusão que foram textos literários. Entre o que é possível alguém realizar hoje e o que apresenta este livro, fica claro o fato da diferença e evolução nos meios de comunicação e de difusão da informação, longe de pensar em questões que não sejam de ordem prática, no aqui e agora, interessa para quem faz saber se está chegando ao entendimento de quem lê, de quem participa e de quem vai voltar a participar, lendo e, se possível, escrevendo. Lá quando as conversas e os textos foram recolhidos e hoje, penso que a dinâmica foi bem parecida (zero de críticas) porque era uma única oportunidade para todos aproveitarem. Aqui, mesmo com todas as facilidades do imediatismo, nem sempre todos tem a oportunidade de comparecer, não existe a menor de pensar que um trabalho literário seja mais ou menos que outro, apenas que a oportunidade de realização seja aproveitada, todos estamos em pé de igualdade e em sua maioria participam de mais uma antologia, cada um pelos seus motivos, mas todos com a mesma possibilidade pelo entendimento que nos proporciona o uso do mesmo idioma. Essas são algumas das conclusões a que se pode chegar nesse pouco tempo de leitura e nas mais diversas comunicações que têm acontecido a partir do estudo desta obra, pelas dezesseis antologias até aqui escritas entre angolanos, brasileiros e moçambicanos. Ainda existe muito a ser lido, estudado e escrito. O uso do idioma e da arte da escrita pode ser uma ferramenta para muitos usos como se pode deduzir pela análise que tem sido feita da leitura deste livro de 1987 e por tudo que temos realizado hoje com potencial para leitura de pessoas de todas as idades, encontrar meios de fazer isso acontecer nessas três nações e nas outras onde a língua portuguesa é o idioma oficial é o desafio.

*AO RETOMAR A LEITURA* um dos escritores moçambicanos, faz algumas interessantes ponderações a respeito dos romances e dos contos, pena não ter também ponderação a respeito das poesias. Apesar de manter o mesmo pensamento a respeito de todos os gêneros literários: todos se equivalem. Existem aqueles que pensam serem os romances e poesias os de maior expressividade, para não dizer valor, já os contos e as crônicas teriam menos valor. Quem estabeleceu isso e quando, acaba sendo uma questão que vem à tona quando alguém faz alguma menção sobre isso.

COMO BRASILEIRO a única vertente da língua portuguesa que havia chegado ao conhecimento deste escritor durante muitos anos, aqui já saio um pouco da questão literária propriamente dita, foi uma variação da língua portuguesa pelo português falado em Portugal, até recentemente poucas oportunidades de ter contato com um ou outro cidadão de Angola, sem conhecer as línguas maternas dessas duas Nações que são as que hoje fazem parte do dia a dia, a língua faz parte do uso essencial na literatura, expressões populares, dentro do pouco que se sabe, aqui não tem como serem "patenteadas", coisa que ocorreu por lá numa dessas coincidências infelizes, com a expressão "nossas vozes", mostrando que o somatório das vozes na literatura ainda é um processo longo e demorado. Ainda que se queira fazer do uso do mesmo idioma uma forma de agregar e com a maior parte é exatamente o que se consegue, alguns vão pelo caminho contrário, como se andar no "cada um por si" fosse a melhor opção. Isto acabou por resultar em querer estudar, buscar nos livros, e não nas eventuais discordâncias, as melhores fontes para estudar não teorias literárias, não a própria literatura e sim os textos poéticos do passado. A curiosidade insaciável e insana do leitor, fascinado pelo uso do mesmo idioma, depois das diversas conversas com pessoas nas mais diferentes distâncias e com um bocado de sorte, fez com que esbarrace nesta obra que está sendo analisada, solicitada até por alguns dos colegas já lá na África, justo por não a conhecerem. Mostrando mais uma vez a confiabilidade, quando o assunto é estudar, que existe nas fontes antigas.

*SÓ A PARTE RELACIONADA À LITERATURA* moçambicana vai até a página 190, o que mostra uma grande quantidade de escritores, com apenas uma escritora mencionada, ou seja, existe um grande campo para pesquisas posteriores, sem mencionar uma possível busca por alguma dessas obras que tenham sido publicadas por aqui, embora sem nenhuma pretensão de achá-las. Já está sendo difícil a localização dos outros dois livros que completam este estudo.

*A LITERATURA BRASILEIRA* é e foi e sempre há de ser muito profícua, diversificada e rica. Todo leitor que quiser tem à disposição uma vasta obra para ser lida; lida e se assim o desejar analisar, bem difícil é ler um único gênero e vir a conseguir fazer análises sem estabelecer alguma direção, menos ainda se a formação ou desinteresse passar ao largo de uma análise crítica sob a ótica que for. É este o caso. Tudo que se lê, leu e tudo que se escreve ou escreveu leva em consideração única e exclusivamente estar longe daquilo que não é possível fazer: comparar. Sempre o que se tem a mente, estando certo ou errado, é a questão de pensar que os grandes são como o nome sugere: GRANDES. Não há como nem chegar perto. Nem se quer chegar, só se quer: escrever. Ler, estudar e aprender. Repetir os passos e repetir, repetir indefinidamente. Nada de preocupação com outra coisa que não sejam as obras, se a imagem pessoal falar mais que as letras...fugirei da proposta que está na medula de tudo. A palavra. A literatura não é arte da imagem, nem das imagens de autopromoção. O leitor cada dia com uma quantidade de letras maior à sua disposição não vai ser "seduzido" por imagens de um ilustre desconhecido forcando algo que de fato não mostra nem zero vírgula qualquer coisa daquilo que realmente quer passar: suas palavras. A modernidade dos meios, o precisar migrar para o digital, o poder da independência no processo, o fazer coletivo, o realizar, mais várias outras coisas vão estar bem a frente de promoção de imagens. Volto a afirmar: a literatura está fincada na palavra não na imagem. Propaganda de obra literária, na minha opinião, não é autopromoção de imagem. Vendo ou autor ou o livro? Os gigantes de hoje. Os que vendem milhões e milhões de livros...mal aparecem, mal se vê em fotos e mais fotos por aí. O leitor pode até se encantar com a capa, pode comprar pela capa, mas não há capa que sustente obra alguma. Melhor até, pode uma capa ruim esconder uma obra sem igual, não faltam exemplos na minha própria biblioteca, quando a imagem do autor então nem era sequer cogitada de aparecer no livro. Por mais que se amplie a discussão, nada será mais capaz que os alicerces: ler e escrever. Mais ler que escrever. A preocupação com outras coisas pode até ser válida, pode até ser necessária, mas só é possível ter conteúdo para escrever quem lê. O mais é crendice, inventar...com qual intuito, não sei dizer. Aquilo que se estuda sempre será válido, porém como já ensinou um certo professor e crítico literário: para escrever é preciso ler e ampliar sempre o leque de leitura, seguindo essa receita que se vai lendo e degustando estas páginas que apresentam escritores e mais escritores deste país, que é tão exótico quanto este em que me encontro, ambos desconhecidos, vislumbrados da forma que é possível pelo contato com as palavras de suas gentes do aqui e agora, alguns faladas, mas a maior parte escritas, pessoas. Encontro de pessoas, que com ou sem conhecimentos sobre literatura (os meus limitados ao ensinado há muitos anos atrás) vamos nos lendo, juntando nossas artes e ficando cada livro mais satisfeitos com isso. Ainda que dessem outro nome, só vejo, leio e sei ser: literatura. Cabe aos leitores a opinião sobre o resultado final, sempre coube aos leitores os movimentos que impulsionaram e impulsionam este leitor e escritor a escrever. O mais sempre será: trabalhar. Trabalhar. Em silêncio. Escrever é ato movido a silêncio.

*A LEITURA PROSSEGUE,* a busca pelas demais obras também, zeradas as interações ou manifestações por parte dos africanos ou mesmo dos brasileiros a respeito desta obra, alguns poetas apresentam além das suas poesias, opiniões políticas, também opiniões a respeito da própria literatura e da arte que praticam, especialmente quanto a questão da poesia nascer de forma espontânea no meio de todo e qualquer povo, já que a música é a poesia cantada, ponderando ainda que a prosa sim poderia exigir algum conhecimento para criação e não a poesia, isto dito por um dos mais importantes poetas de Moçambique, põe por terra, mais uma vez, opiniões empedradas a respeito da composição do texto poético, dados assustadores sobre um percentual inimaginável de população analfabeta e da necessidade de reverter este quadro enriquecem as análises desta obra, pesa novamente as questões relacionadas a História ali mencionadas, boa parte que vai até Portugal estudar, colocando paradoxos a perder de vista em mais esta obra literária, ao que parece será uma caminhada solitária, sem desistência da busca pelas obras que venham a enriquecer o que vem sendo apresentado e aprendido com a leitura desta.

*A LITERATURA PARA QUEM NÃO* tem o acesso aos livros, nem tem meio de adquiri-los vai além o querer ler, a diferença entre pagar um e cem, seja a moeda que for, sempre vai contar na escolha. A disponibilidade e a vontade também, nunca daveria ser ignorada a questão prática da necessidade da leitura e do conhecimento sobre a literatura de cada país, boa parte dela contém pistas para compreender a História, cultura e costumes desse mesmo país. Mesmo assim, cabe ao leitor fazer essa escolha, pode ser necessária, contudo, pode ser que nunca seja a primeira opção ou nem chegue a ser uma opção.

*LER É UMA COISA* tão indissociável de escrever, como é ouvir uma nota musical que sai de um instrumento qualquer, ou ouvir, como se tem ouvido violões, cavaquinhos e instrumentos musicais de cordas, que para isso o sistema é sempre pródigo, quanto mais procuramos algo, mais ele "oferece", causa muita estranheza quando alguém que escreve já fala sem cerimônia que lê pouco, a imagem que vem a mente seria de um total desequilíbrio. Ler sempre pode ser muito. O contrário não é possível de ser sequer pensado. Ou pela lógica: se quero escrever muito, logo devo ler muito. Se não quero escrever, logo não leio. Ainda cabe: Só quero ler e leio. Enfim, vai sempre na mesma, quem quer fazer da escrita uma companheira para todos os dias, casou antes com os livros e a leitura. A escrita só pode ser a "filha", "sobrinha", "neta", o começo da história só pode ser com a leitura, fazer pouco caso da leitura e ainda assim querer escrever? Existe isso? Não sei, não visualizo. Nem há como tentar descobrir como seria...os livros estão lá esperando para serem lidos. O melhor sempre deles é estarem disponíveis para serem relidos, caso seja necessário ou folheados que seja. Hora de retomar a leitura a respeito da literatura moçambicana e talvez conseguir terminá-la neste dia completamente gelado. *ENCERRADA A PARTE RELACIONADA* a Moçambique, importante e difícil não realizar ponderações de ordem literária e históricas. É simples notar que pessoas instruídas acabaram por ocupar cargos que exigiam...instrução, logo fica patente, claro e óbvia a diferença enorme entre ter ou não instrução, quando pensamos na ocupação de cargos dentro das esferas burocráticas de todos os poderes de um país, já dentro da literatura propriamente dita aqui existe um bom número de escritores completamente desconhecidos, com alguns poucos conhecidos, isto pensando tão somente em Moçambique é sempre bom enfatizar. Lá no passado muitos relatam o grande problema da falta de papel para que livros fossem impressos. Hoje pode ser que tenha papel, mas falta o outro papel (dinheiro), lá, ou em qualquer outro local onde não se tenha dinheiro. Antes de dar continuidade ao estudo deste livro ímpar, seguirá a lista completa de todos os autores mencionados com as respectivas legendas: MO; BR e AG, PO, caso tenha algum outro país será representado por OP e depois terá início o estudo da próxima etapa para, no mínimo, mais um volume de estudo. Num mundo ideial, desses dos faz de conta, as pessoas passariam de forma espontânea informações sobre literatura e conhecimentos literários ou mesmo fariam a indicação de livros e mais livros, para todo aquele que eventualmente quisesse estudar sobre o assunto fora do seu país, só que no mundo real ou você, às vezes, dá sorte de ter acesso ao algo como um livro desses ou faz como for possível. Ficar sem fazer ou destruir o que se faz deveriam ser as últimas coisas a passar pelas nossas cabeças já que não temos como saber se temos pouco ou muito tempo, nem o que perdemos por aí pelo ar. Sempre perdemos. E sempre não iremos estar plenamente convictos que tudo ou alguma coisa está ótima ou isenta de defeitos. Melhor é fazer. Cada um que faça o que, como e o quanto achar que deve, desde que julgue estar bom e só. Estar disposto. É a questão primordial. Aprender. Querer e ir ler. A literatura é estudada, claro, assim como a música, a pintura e toda e qualquer arte, como boa parte de tudo o que modificamos e aprimoramos, mas como gostam de enfatizar os próprios colegas da África: existe uma forte tradição da cultura oral por lá. A estas histórias existe outro termo que as qualifique que não seja...literatura? Cada um dos vários poetas declama a sua maneira, cada um não é exatamente um poeta? Hoje não faltam pessoas a mostrar, supostamente, o que e como seguir por determinado caminho para chegar ao mesmo fim que cada um dos autores mencionados nesta primeira etapa do livro chegou: ler, escrever em língua portuguesa. Os que tiveram oportunidade foram buscar estudar em Portugal, escreveram em língua portuguesa e até prova em contrário estudaram várias coisas, alguns até podem ter estudado literatura. A maior parte, com certeza não. O mesmo deve acontecer com os demais mencionados dos outros países. Espero algum dia estar de posse dos demais livros para ampliar o conhecimento de parte dos escritores que me precederam em língua portuguesa, essa a finalidade maior deste estudo. Dividido meio a meio entre o aspecto literário e o histórico desses países.

*MAL TERMINA A PARTE* sobre Moçambique, volto para realizar uma nova varredura dos nomes citados afim de melhorar futuras pesquisas tanto aqui, quanto dos eventuais leitores deste estudo, em especial os africanos. Mal começa a leitura da parte reservada a São Tomé e Príncipe novamente o choque pelas informações de cunho histórico e as questões relacionadas a língua portuguesa como a ferramenta que ela é e como foi utilizada como ferramenta e com inteligência, claro, por essas pessoas. Como acontece hoje. A língua, embora seja óbvio só pensar nisso, é o que permite e sempre vai permitir a comunicação não só essa, como todas as demais possibilidades de uso que existem graças a ela. Apenas para citar: uma em Moçambique obrigava os filhos a usar a língua portuguesa e a outra em São Tomé se preocupou em alfabetizar vários, esse exercício de olhar para trás sempre acaba por focar nos mesmos pontos: saber ler e escrever e seus desdobramentos a partir daí. O mais sempre acontecem a partir disso. Ninguém abria mão de, podendo, óbvio, estudar em Portugal. Esse é outro fato comum, ter suas obras publicadas lá e quando não acontecia: ir morar por naquele país. Isto sempre só era possível por usarem a língua portuguesa e por terem deixado o analfabetismo para trás. Hora de retomar a leitura...

*Saudade*

Saudade.

Saudade.

Saudade.

Coisa doída.

Poderia encher todas linhas.

Que não daria o espaço de um ponto.

Nem meia vírgula.

Palavra cujo significado.

Já vem estampado.

Não se confunda com nostalgia.

A saudade quase sempre é doída.

Quando não, no mínimo, dolorida.

É coisa sempre sentida.

Nunca fica vencida.

Nem esquecida.

Basta uma imagem.

Mal toca uma nota.

E a alma fica torta.

Mais emperrada,

que uma porta torta.

E a lágrima brota.

A sorte é que ela não marca hora.

*Lucidez da saudade*

Eis uma dessas junções de palavras.

Que se já havia sido lida.

Passou batida.

Até outro dia.

Lendo uma poesia.

Do José Craveirinha.

Com esse nome assim no diminutivo.

Sem saber se era grande ou se ficou velhinho.

Grande escritor de Moçambique.

Desse país tão chic.

De gente tão misturada.

Quanto as pessoas desta minha pátria amada.

Cada dia mais complicada.

Com a violência a nos desanimar.

A sair de casa.

Mas sem ir.

Com toda certeza a lucidez da saudade.

Se multiplica.

Se uma saudade dói.

O plural corrói.

E o fazer nem o tempo, nem o medo, nem a inércia destrói.

*Um dia*

Um dia que a memória não guarda.

A saudade nasceu.

Para uns a saudade é lá da primeira infância.

Da terra aonde se tem vagas lembranças.

Prefiria ter essa conta zerada.

E não ter saudade estocada.

Ou poder dela abrir mão.

Toda vez que apretasse o coração.

Nem trocar pela nostalgia.

Que mais parece uma saudade vestida.

Com fantasia.

Lá daquilo que não volta mais.

Como não volta o ar que sai.

Ontem, hoje e, se Deus permitir amanhã, vou tentar usar.

Da palavra.

E não ficar com arte alguma guardada.

Saudade de nada.

Da poesia que vem e passa.

Para quem sabe ver.

Ou parar só para querer.

Ouvir o som do viver.

Da bomba que põe tudo a arder.

Nesse fogo que queima sem queimar.

Mais profundo que qualquer lugar.

A palavra é para quem quiser usar.

A saudade deixa para quem ficar.

*HOJE: QUINZE DE AGOSTO DE 2024,* em plena era do 5G e sei lá mais quantos virão por aí, o que fica claro é o quanto a língua portuguesa por mais força e presença que tenha é desconhecida por aqueles que a usamos como arte, entre brasileiros e africanos. Se adentrar nos aspectos relacionados a História presentes tão somente neste livro em análise, a situação piora. E a análise e a lista permanecerá tão somente quanto a literatura, porque essa é a proposta, como bem pontuado ontem, estudar literatura, teoria sobre seus gêneros não faz de ninguém um candidato a escritor, talvez seja essa a voz muda que carrega a arte ou só mesmo um eco, poderia até nem fazer este estudo e seguir com as leituras acumuladas e com o escrever, mas se os que estão aí há muito mais tempo se mostram ainda mais pobres quanto ao conhecimento dos próprios poetas das suas respetivas pátrias, isto por si só já faz o estudo ganhar um sabor a mais ou uma necessidade a mais, dessas que não os vi preocupados nem em pensar fazer. Todos esses escritores do passado pareciam entender com muito mais coerência o valor implícito no uso da língua portuguesa, bem mais que os que tem opiniões um tanto quanto equivocadas entre os mais novos hoje, ainda que a maior parte volte sempre ao mesmo ponto: desconhecer essa obra e os escritores mencionados de seu próprio continente ou mesmo as semelhanças entre o que foi feito lá, o que não foi feito, ou se aconteceu não chegou ao nosso conhecimento, e o que estamos realizando em conjunto hoje. A maior parte somos teimosos, só que tem teimoso e teimoso. A depender dos que falam coisas vazias e nada acrescentam tudo permaneceria no cada um por si, coisa de mentes muito pequenas, se num estudo parcial se chega a uma conclusão assim, pela lógica fica claro que informações de lá para cá não virão, acaba por ficar mais simples o entendimento do problema maior: nós e não a língua portuguesa. Essa vai continuar cada vez mais o que sempre foi: viva, bela e para o uso dos que se deixam seduzir por ela.

*CADA UM TEM SEUS* motivos seja para ler, seja para escrever, mas tal qual algum detetive que está realizando uma investigação ou um estudioso qualquer, fica fácil chegar a algumas conclusões: se eu aqui no Brasil não conheço os poetas do passado da África e os próprios africanos os desconhecem, teria de ser algo mais que inocente para achar que eles irão conhecer os nossos poetas do passado, bem como achar que é possível, com raríssimas exceções, especialmente se não for um estudioso do assunto, que algum dos colegas de escrita lá faz algum estudo aprofundado sobre a própria literatura ou poesia. Não fazem; não esses que alegam não saber quem eram os poetas apresentados, como não há como saber se cada pessoa tem referências ou preferências com relação a poesia ou se as lê cotidianamente, podemos supor que gostem se não difícil imaginar que escrevessem, daí a constatar que estudam ou gostam de História já não é a mesma coisa. Entre os mais novos então, mais complicado afirmar qualquer coisa, aparentemente já não há a mesma disposição para se debruçar sobre os livros. Fica tudo sem uma conclusão de fato. O fato é só saber o que se sabe pelo acesso a fonte primária. O que vai não retorna, as pessoas tendem a querer, mas não a compartilhar informações, mesmo que estejamos todos falando o mesmo idioma e seja um estudo direcionado a agregar os falantes da mesma língua. Isso mostra o quão difícil deve ser para alguém tentar se manter num local qualquer em que nem o idioma domine. Deve complicado, até mesmo do ponto de vista psicológico.

*Sou*

Eu sou.

Eu sou pobre.

E não tem como negar.

Não tem como ler.

Nem como analisar.

Todas as obras de José Saramago.

Nem o português rebuscado de Machado.

Menos ainda o do Olavo.

Surgiram ainda dezenas de nomes.

Todos fora das nossas listas.

Daqui até a África.

A única certeza afixada.

É o mal uso, pela falta de uso.

Disso que ninguém acha absurdo.

A língua.

A mesma língua que não é usada.

Por quem não sabe nem ler.

Nem escrever.

E agora ainda dói mais ainda de saber,

Que não sabem somar.

Para um real achar.

Enquanto por noventa e nove centavos.

Noventa e nove centavos!!!

Tenho aqui na palma das mãos:

Todos os Machados, Lima Barreto, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, José de Alencar e para fechar...

Euclides da Cunha.

É mesmo de deixar mais seca qualquer secura.

Quem não se indigna com a falta de tudo.

Quando o povo fica abandonado.

Sem o básico do básico.

Nesse manancial tão vasto.

*E VAMOS, COMO SEMPRE, AOS FATOS:* Comecei eu como sempre se começa algo por algum lugar, a literatura não possui um itinerário certo e tão pouco é uma linha reta. Escrever vem só Deus sabe dizer de onde e para até onde irá só Ele responderá. Escrevi um conto chamado O Marquês onde abordo a questão do português enquanto idioma oficial adota no Brasil, mais a questão pertinente ao próprio marquês, num outro chamdo Segredo Revelado, faço a abordagem sobre o desmonte do Morro do Castelo, nos dois casos nada sabia ou havia lido sobre o escritor Lima Barreto, ambas as minhas histórias ficcionais com base no material disponível na biblioteca particular ou doméstica, eis que hoje após fazer a aquisição das obras completas dos seis escritores mencionados acima na poesia, pelo nome Morro do Castelo tenho o primeiro contato com a obra deste escritor tão brasileiro quanto eu e o mesmo em duas crônicas numa linguagem permeada de ironias junta não só o mesmo Marquês de Pombal, como também o Morro do Castelo, nada existe de estudos técnicos literários ou sobre a técnica literária nesses textos, apenas se lê e se gosta do que se leu ou não, conforme o entendimento e conhecimento do leitor. A fina ironia empregada por Barreto no aspecto de críticas ao poder e a política é genial, fazem meus textos ainda que abordem o mesmo tema serem nitidamente voltados para um público mais ligado a História em si, a medida que as crônicas avançam as ironias vão ficando igualmente mais elaboradas, o que por seu turno aumenta a quantidade de indagações: se saíram nas datas em que foram escritas, se realmente foi o olhar dele a respeito do desmonte de fato, se o acompanhou. E isso, tal qual este estudo, é um nada perto da vastidão que existe no campo da literatura, pensando tão somente aqui na literatura brasileira, claro que todos os países tem suas literaturas a serem lidas por seus cidadãos e também as que mais convierem a cada um. Não é uma área, assim como outras artes onde exista um lado certo e outro errado, ou onde só quem tem um estudo na área pode ter um opinião ou conhecer ou praticar. Supondo que os textos do escritor Lima Barreto sejam mesmo de 1905, os meus são de 2023, portando mais de cento e dezoito anos depois, o que vem ratificar as inúmeras e inesgotáveis possibilidades que permite a arte. Não fosse assim, ninguém se atreveria a tentar. Todos que tentamos dar voz ao que carregamos vamos pelo puro "atrevimento". Alguém que não começou a dedilhar bem um instrumento qualquer, se desistisse no início jamais teria condições de chegar a virar um músico profissional. Alguns podem até começar já escrevendo O TEXTO, isso não impede o resto da humanidade que vai ralar para ir se aprimorando e afiando suas penas e canetas. CASO, apenas para exemplificar: não sei a fonte primária utilizada pelo escritor mencionado, sei pelos nomes que essas pessoas têm em avenias, estradas, etc que realmente existem. A paisagem por mim vista várias vezes, bem provável que por ele também. Todos os demais elementos, reais ou fictícios são irrelevantes para esta análise e estudo, corroboram apenas os fatos de que a criação de uma história, crônica ou poesia não precisa obedecer a forma ou fórmula alguma. Pode? Claro, como também pode ser feita ao gosto do escritor. Textos literários, sejam de prosa ou poesia não são feitos para serem realizados numa forma, apesar de alguns insistirem que sim, paciência. Enquanto for possível que se faça a ligação entre as histórias, neste caso feitas para puro entretenimento, pela própria linguagem que usam, são apenas mesmo literatura. Das poesias então nem vale a pena entrar nesse mérito, são para o entendimento mais simples ainda que carregadas de subjetividade. Depois de um dia tão cheio de literatura para todos os lados, amanhã é tentar voltar a leitura e estudo do livro que mais mostra o quanto não se sabe sobre a língua portuguesa nos próprios países de língua portuguesa entre os próprios escritores e leitores da Mamana...São Tomé e Príncipe...ilustres desconhecidas para moçambicanos, angolanos e, claro, brasileiros...

*Barraco?*

Barraco.

Não barro.

Nem uso barro.

Prefiro o concreto.

Prefiro a dureza.

Da verdade que seja.

De segunda a sexta.

Que o final de semana.

Já não dá mais.

A família também me quer e a vista precisa de paz.

São horas e horas.

Sem deixar a cabeça dar voltas.

Entre o Brasil e a África.

Rindo à bença com a Lênia Márcia.

Com o Professor Benize.

Porque sou mesmo de falar.

Se achar aonde me apoiar.

De preferência com esse material do ofício...

Vulgo livro.

E ainda invento de prestigiar.

Até os que virão depois aporrinhar.

Porque a literatura é meu intento.

E o conhecimento distribuo sem argumentos.

É parte do contentamento de poder garimpar.

Achar e saber que nada sabemos dos escritores de outrora.

Assim como sei que não sei jogar bola.

Mas sei ler.

Sei estudar.

Sei escrever.

E isso faço com prazer.

Se puder do amanhecer ao anoitecer.

Até quando Deus quiser.

*De Janeiro*

De janeiro a janeiro.

Já não tem como ser mais o mesmo.

Aqui neste Estado do Rio de Janeiro.

Como todos: envelheço.

As marcas vão ficando pela juventude que passa.

E não entro em desespero.

De só agora conhecer a Lima Barreto.

Porque sem atropelo.

Vou aonde for possível.

Só não jogo papel mesmo velho e amarelado no lixo.

Nem o tempo é desperdício.

Se ler é parte essencial da arte que pratico.

Faz parte do ofício.

Cento e dezoito anos nos separam.

E com toda certeza.

Nem querendo tentar inovar.

Tem como os mestres superar.

A ironia fina, mais cortante que uma navalha.

Não vamos hoje nem chegar perto de reproduzir.

Poder entender.

Poder buscar o melhor fazer.

E deixar cada um ter a liberdade de expressão.

"Já é"

Porque não somos nem "malandros" e nem "manés".

A arte sempre vai dar pé.

Para o que der e vier.

Cada um na sua.

Porque ninguém sai as pedras da rua.

E amanhã outros virão.

É sempre a renovação.

Sem conseguir melhorar.

O que faziam desde lá.

Quando realmente se ensinava.

Além do que se aprende na escola.

Machado, Barreto me ensinam a toda hora.

E agora com a obra da Dra. CREMILDA, até São Tomé e Príncipe entraram no dia a dia.

*INCRÍVEL A PARTE RELACIONADA* a dois pedaços tão pequenos de chão. Mais ainda seria só mesmo, aqui em termos literários, se alguma das obras desses escritores pudessem ser lidas por completo. Mesmo assim é um farto material perto daquilo que pode ser compartilhado com essas pessoas de Angola e Moçambique, porque para todos nós são pessoas e obras desconhecidos. Isto torna mais especial o saber sobre duas ilhas tão pequenas perto da masssa de terra que representa toda África e como a língua se fixa em qualquer lugar e permanece com a passagem dos séculos. Mesmo que por lá mantenha elementos que não mantemos na língua portuguesa por aqui. É interessante. Todo saber deste livro. Apaixonante mesmo. Nos textos já se lê variações e palavras que não são do nosso conhecimento aqui no Brasil, resta tentar apenas entender, difícil conseguir. O mais certo e ver isso em todos os escritos dos países de lá, aqui não sobraram entre nós neste Sudeste de meu Deus pessoas que tragam alguma língua diferente dessa língua portuguesa, quando muito, coisa que já faz anos que não se vê pelas ruas um som diferente da língua portuguesa falada em Portugal, mas nada como o que se ouve ao conversar com uma dessas pessoas irmãs lá da Mamana África. É continuar a leitura e mais aumentar o leque de pessoas a serem conhecidas e futuramente estudadas.

*COMO BOA PARTE DE TUDO O QUE ESTUDAMOS,* existe realmente a parte teórica, que quase sempre é bem diferente da parte prática. Saindo da literatura, só que permanecendo na arte. Podemos pensar no pintor, que é ensinado só na teoria sobre a paleta de cores, entre saber a teroria e preparar a tinta e printar, já existem três etapas diferentes. A teoria por si só é incapaz de fazer alguém dar uma mísera pincelada, quiçá pintar um quadro inteiro. O mesmo raciocínio pode ser aplicado as demais artes. Porque a prática vai ser sempre a parte necessária para que ela se manifeste. A teoria não manifesta a arte, pode até gerar conhecimento, conjecturas, ideias, mas não é capaz de externar sentimentos ou fazer com que as palavras sejam agrupadas de forma que o leitor, a começar pelo escritor consigam ler e entender que ali está um texto poético ou em prosa. Em resumo: a teoria não tem como ser mais "pesada" que a prática. Nunca é em coisa alguma, pode ser necessária, pode e deve ser estudada, pode um monte, mas não faz acontecer de nascer um único texto. Entre estudar a teoria sobre como Machado de Assis escreveu, por exemplo, para quem não vai estudar um curso acadêmico sobre letras ou literatura e ler todas as obras do mesmo escritor, a fim de conhecer quem foi o escritor Machado de Assis, como qualquer outro escritor. Os leigos, os que escrevem, optamos pelas obras. Todas as bibliotecas particulares dos mais diversos escritores ou pessoas que gostam de ler, estão com obras, óbvio literárias. Não são pessoas que querem ir na fonte da teoria, querem se deleitar com o mar de letras da parte prática. Até mesmo porque não há material para teorias sobre boa parte desses escritores que há muito tempo já nos deixaram. O produto final de suas vidas, sua arte é o que ainda permanece e não vai ser diferente sempre, pelo contrário, se a tecnologia faz com que os estudantes abandonem o próprio hábito de ler, usam a máquina a "escrever" por eles, vulgo copiar e colar, aos que ainda nos atrevemos a mergulhar neste ofício, seguiremos até voltando e com razão para a prática, por certo que não certa aos olhos de alguns, porém, os livros continuarão a ser as melhores fontes para quem quer e sente necessidade de estudar a literatura que seja, mesmo que seja um campo, onde concordo com Professores como o grande Rodrigo Gurgel, nos seja impossível chegar ao nível dos grandes mestres, estes que nos chegaram nos lados de cá. Os que estão sendo mencionados neste estudo, infelizmente, faltam suas artes para apreciação. Mesmo que as tivesse, seriam lidas como a este livro e os demais que se prestam a serem estudados, sob a ótica que me cabe: do leitor e do escritor. Não pretendo ser um estudioso literário, sempre um leitor e um escritor, essas duas coisas só a morte há de impedir de ser. As letras cada dia mais ficam incorporadas no dia a dia. Não nego e nem elas deixam de estar em tudo que leio e escrevo. A teoria trás embutido o conhecimento, isso é fato, porém, tal qual o curso de Direito ou o dia a dia numa sala de aula ensinam, estar na prática do dia a dia não é a mesma coisa que estar tão somente estudando, ir a campo é o que permite fazer além da teoria. Teorias literárias não iriam mencionar aspectos históricos, por exemplo, como os mencionados na obra em análise, menos ainda informar sobre as pessoas, porque uma teoria literária vai focar apenas na literatura, em tese, para um estudioso literário, esses aspectos não tem interesse numa obra como esta. Repito: em tese. Todos os que se voltam a prática de alguma arte podem e devem ampliar sua visão para o que pode ir além daquilo que podemos fazer já com tanta naturalidade no dia a dia. É o caso aqui. Os estudos eram focados, por exemplo, na História, na Geografia até, na literatura não quanto a teoria, nem na análise dos diferentes textos como são escritos seja de prosa, seja de poesia, porque a escrita fluiu sem a necessidade disso, contudo, conhecimento não tira, agrega. Sempre soma. E mais uma vez a compensação com alguma sorte em poder analisar não só esta obra como obras diversas de poesias dos grandes poetas do passado, limitada, infelizmente aos brasileiros e alguns poucos portugueses e aos fragmentos apresentados nesta obra dos poetas africanos. Isso tudo quando o olhar é para o passado. Hoje, com os livros já escritos em conjunto, todos os participantes têm a chance de ter para si um bom material em quantidade e qualidade para ler e estudar, além dos escritores e obras mencionados e disponibilizados para boa parte dos escritores realizarem suas pesquisas em seus respectivos países.

*NA MINHA VISÃO DE HISTORIADOR, LEITOR E ESCRITOR* Todas as pessoas ali entrevistadas até aqui de Moçambique e São Tomé e Príncipe, quando tiveram oportunidade fizeram duas coisas: estudaram e foram para Portugal com o intuito de aprimorar seus estudos e por saberem da importância política de falar o idioma dos colonizadores ou das pessoas que detinham o poder. Hoje, ainda que se pense pela ótica da manutenção das tradições ou respeito as mesmas, ao que quer que seja. Modernizamos a mesma sistemática quando o olhar é para aquilo que diz respeito ao saber. Absolutamente para onde se olha, nas redes sociais, nos contatos com angolanos e moçambicanos, se veem com muito mais frequência celulares ou smartphones e notebooks, aparelhos de som modernos com luzes de led, ar condicionado, carros dos melhores modelos, etc do que uma rejeição ao que supostamente vem de fora. Exatamente como ocorre por aqui neste meu Brasil. Aqui também mantemos nosso folclore, no geral é difícil existir esses pensamentos contra os colonizadores, talvez por uma série de razões históricas que não servem para uma análise quanto a literatura. O certo é que, em qualquer lugar deste planeta as pessoas não rejeitam, nem seria sábio fazê-lo o uso e ensino das línguas que foram impostas e todos os líderes aonde os meus parcos conhecimentos gerais foram, passaram a usá-las. E assim tem sido. E pela força desta ferramenta e por uma série de uma longa carreira literária que mal começou dia a dia estou debruçado e conhecendo um pouco mais a respeito da língua portuguesa, dos escritores africanos, da sua geografia e das suas pessoas, além, claro da sua literatura e dos seus escritores. Tudo isso somente sendo possível pelo uso do mesmo idioma comum: a língua portuguesa!!!

*Espelho*

Olho.

Olho e vejo.

Olho e reconheço.

Gostando ou não.

Não mudo.

Não pedi.

Não peço.

Nem tão pouco atropelo.

Deixo tudo na mesma linha.

A loucura até me faz companhia.

Mas se da independência faço questão.

A inocência.

Que mais seria incoerência.

Fica com minhas crianças pequenas.

Uma vez já seria para fechar o coração,

Aqui a fonte primária da emoção.

Em qualquer mais velho.

Já ficou para trás há muito o colégio.

Tudo que temos além das letras passa pela seriedade.

Que as crianças sabem.

Desde a mais tenra idade.

Se sim é sim.

Não só pode ser não.

Mais que isso.

Não sei.

Não uso.

Me recuso.

A liberdade.

É o que faz tudo sem igual.

Em cada trabalho que não será nunca menos que a prova viva.

Do amor de cada um pela arte da escrita.

Sonhos dos Brasil.

Sonhos da África.

Sonhos que não dependem de taxa.

Só mesmo de querer.

E poder.

Podemos!

E fazemos!

Vamos em frente.

Gente!

*Duas*

Duas cabeças.

"Duas cabeças de alfinete."

Elas duas disseram.

Mãe e filha.

Lá naquelas duas ilhas.

A mãe que lá atrás um dia.

Alfabetizou sabe lá Deus quantas crianças.

Tirando-as da ignorância.

Quanto fez pela sua nação.

Com o uso da razão.

Deixando estampada a emoção.

No sorriso da filha.

Naquela fotografia.

Já hoje bem antiga.

Que me ensinou um pouco mais sobre o que nem sabia.

Porque muito longe estão essas ilhas.

Aqui do meu dia a dia.

E tantas misturas nessa mesma língua.

Que mais quero saber todos os dias.

Ao estudar.

Tudo que pode ensinar.

Uma obra que não canso de folhear.

Degustar.

E Angola já vai começar!!!

*Muitas perguntas.*

Dificuldades para as respostas.

Viver sempre importa.

Mas ela sempre bate ou entra pela porta.

E mesmo que doa ir.

Ninguém quer só vir.

De passagem nesse existir.

Nós ainda acabamos por mais sorrir.

Porque a arte mais nos põe a ver.

Sem ver.

Às vezes só pelo prazer.

De poder.

Compartilhar o que se aprende.

Num livro gasto.

Com os abençoados.

Que nem tem o privilégio de olhar os retratos.

Do seu próprio povo.

Porque não posso me fazer de inocente.

Menos ainda de bobo.

Se a obra que não é minha.

Já me deixou um pobre mais rico ainda.

Por tantas linhas escritas.

E lidas.

De pessoas desconhecidas.

Que usaram dessa mesma língua.

Nos seus escritos.

Fazendo da arte ofício.

Coloquemos por fim as coisas na fé.

E que o Pai nos dê a Paz do descanso.

Porque de lutas todos vamos passando.

E a saúde vai se gastando.

Ano a ano.

Como chegam os cabelos brancos.

Renato Lannes Chagas BR

*Ainda terá início.*

Mas antes mesmo disso,

Simbolicamente já pisei no continente,

vou e volto vezes sem conta.

Não tem como ir.

Nem a pé.

Nem a nado.

Nem ir para voltar em mil.

Nem em cem dias.

A barriga explodiria.

Bem antes de um quarto de travessia.

Só de imaginar.

Dói de pensar.

Em quantos livros poderiam ser mandados para lá.

Se com um só.

Sem sair do lugar.

Já se põe tantas palavras a trocar.

Com os daqui e os de lá.

Imagina um nada do que vão gastar...

Tudo relacionado ao mesmo lugar.

Pelo menos posso pensar.

E trabalhar!

Com gasto zero.

É um privilégio.

Me lembra logo de ironizar.

Com a marchinha.

Da choradeira.

Logo eu que nunca quis chupeta!

*Inovar*

In+"ovo"+ar.

Antes de começar.

Um mestre já dizia de lá:

"Não existe nada de novo debaixo do céu."

Outro já confirma com outras palavras:

"Não inventei nada já estava tudo aí."

Lá atrás um dia.

Augusto e Lima.

Para sair do nunca dispensável Machado.

Sem esquecer, claro Monteiro Lobato.

Saramago.

Inovação mesmo foi achar num velho livro.

Mais do que poderia ser pedido.

Alvarenga.

Que é uma pena.

Por sua pena, preso, interrogado, encarcerado, nove vezes interrogado.

Injustiçado.

Lá atrás, antes mesmo do Olavo.

Outro também encarcerado.

Poetas do passado.

Que como os contistas.

Sempre nos deixam em perplexidade.

Porque sabem muito.

Dizem muito.

E são sempre atuais.

Não há melhor inovação.

Que olhar a lição.

Dos que já fizeram com maestria.

No tempo em que nem lápis direito existia.

Mas o pensar já era carregado de peso.

E o tempo passa e lá os vejo.

Com foi agora.

Com esse poeta do livro ainda guardado.

Poeta de uma obra só.

De poesias que nem sei de cor.

Assim como não sabia, nem as poesias do José Craveirinha.

E de tantos outros mais.

Que foram mestres no passado.

Sempre a ensinar.

Em todo tempo.

A qualquer tempo.

E até depois do nosso tempo.

Isso é bem melhor que inovar.

Porque o novo vai lá.

Tentar buscar.

Do mesmo ar.

Mudam as palavras.

Muda até o jeito de escrever.

Mas muda a obra permace para patrimônio da cultura.

Mesmo surrada.

E com as folhas quase rasgadas.

*ANTES DE COMEÇAR* a parte relacionada a Angola, cabe apenas para registro esclarecer que este é um trabalho em que todas as suas possibilidades nasceram a partir da obra abaixo mencionada, não há como executar algum estudo, que nasce por uma determinada fonte sem fazer menção sobre a mesma, isso é o básico que aprendemos desde a época do colégio, mais uma vez ecoa a "voz" do conteúdo sobre a forma, ainda mais sabendo que a fonte primária vem a ser a razão de ser do trabalho que pode ser feito. Além de ser um desrespeito a pesquisa e trabalho de campo realizado há tantos anos atrás pela jornalista que lá esteve e pelos próprios escritores mencionados na obra, seria tão leviano quanto fazer a transcrição das obras aqui registradas sem ao menos citar sua autoria, a execução de um trabalho de pesquisa sem fazer questão de mencionar este livro, mesmo sabendo previamente que não poderia ter sido executado sem que este escritor fornecesse os nomes dos escritores mencionados, mostra que a prudência é desses atributos neste meio que não podemos deixar de lado nunca, por mais facilidade que as pessoas tenham de acesso a informação, cabe o bom senso sempre. Ainda mais com obra alheia. Dito isto vamos enfim passar a analisar o que será descrito sobre Angola e seus escritores...

*UMA OPINIÃO:*

*Há ponderações a serem feitas...*mas confere que teoria é uma coisa e prática e outra e não por acaso a maior parte dos escritores não é estudioso da literatura, isso é certo. A teoria, como em todo curso teórico tem razão de ser, mas concordo e não abro mão do seu modo de pensar e vou mais além, trabalhei numa creche. Ninguém me ensinou a pegar num livro ou me direcionar para ler com crianças entre um e três anos...nem menos ainda teorizar sobre a importância de ler. Chegava todos os dias e íamos para o chão com os livros...mais literal que isso, só as histórias da tia no meu próprio período no jardim de infância. Ninguém estuda literatura para começar a ler, tão pouco, vai estudar literatura para começar a escrever, pode acontecer...pode. Nada estudei, nem quando comecei a escrever poesias. Não cito, não menciono números, apenas sei o que Deus até aqui permitiu que fosse escrito, porque me faço de cego, burro, surdo e sigo lendo e escrevendo, porque? Porque como o personagem arrogante: posso. E continuo a poder. E faço com prazer. Hoje até estudo sob a ótica do leitor, sobre literatura. Sonha Mamana África que o diga!!!

*Por aqui*

Por aqui: Boto cor de rosa

Pelos lados de lá.

Não sei dizer.

Por aqui: Boitatá

Pelos lados de lá.

Quem me dirá?

Por aqui: Cupira, Bumba meu boi, Mula sem cabeça, Cuca e Saci.

Por lá...só sei dos Baobás,

Os Umbuzeiros.

Que já me deixam sem queixo.

Terão eles pão de queijo?

*EXISTEM AS LENDAS* daqui e por certo devem existir as muitas de lá, que direta ou indiretamente fazem parte da literatura e das histórias, sejam as da tradição oral ou não. Hoje em razão da semana do folclore por aqui, nasceu a poesia acima, que em conjunto com a *Sonha Mamana* farão parte de uma antologia que sairá em outubro lá em Angola em língua portuguesa. A arte, como o universo não encontra limites, os limites estão dentro das nossas limitações, sempre estarão. Assim como as palavras continuarão a instigar a imaginação deste escritor e fazer as alegrias do leitor a cada vez que observar outras pessoas lendo. A prova real do trabalho que se realiza com o essencial todos os dias. O básico: paixão e amor. Não existe mágica, nem algo fora do normal, até existe, porém melhor é sempre nessas horas fingir que a razão tem vez e voltar para o estudo da obra em análise.

AINDA NÃO FOI possível retornar a análise, assim como não depende de uma pessoa mandar nas condições a sua volta, caminhamos conforme podemos ou ficamos pelo caminho, quando alguém fala que é preciso uma situação A para atingir um fim B, sem levar em consideração as mudanças que de fato estão no dia a dia, fica complicado pensar que só existe a situação A e o fim B, porque, querendo ou não, o grosso das pessoas acaba por passar boa parte dos seus dias entulhadas em transportes públicos, que, como hoje, vão passar fora do horário, vão ser desconfortáveis e sentar já será lucro. Ter horas num ambiente para concentração e só a partir daí conseguir concentração é um luxo que hoje em dia, mesmo que não estejamos conectados é quase impossível de fazer parte da rotina. Se isolar, em resumo, é uma dessas coisas raras, para poucos. Até mesmo nessa área literária, faz muito tempo que não tem como estar sozinho para calmamente ler ou estar concentrado para ler e menos ainda para escrever. Assim como, num lugar qualquer aonde as pessoas escreviam ali todos os dias e os textos precisavam ser escritos mesmo assim. Como não pode nunca deixar de ser notado, quase todas essas pessoas estão adaptadas e nas redes, em mais de uma, com todo aparato profissional, para gravar, ou como disse uma certa pessoa: em busca da audiência. Não é difícil entender os porques de precisarmos estar dispostos e adaptar algo ao que podemos e não deixar de fazer por não poder ter como manter uma determinada estrutura para tal. É tudo um caminhar, a não ser, claro, que seja uma dessas questões que envolvessem o trabalho de análise, o que faria a coisa ser feita com uma outra estrutura? Pode ser que sim, pode ser que não. Ainda neste caminhar apareceu alguém que esteja dedicado única e exclusivamente às letras, todos ou trabalham com outras coisas ou trabalham numa área que faça uso do intelecto, mas ninguém que se possa dizer que "come, bebe e dorme" só de livros. Ou que tenha como se isolar naquelas lindas bibliotecas. Feito esta pausa, mais uma vez, num atraso dessa friorenta manhã, que fique registrada a boa acolhida desta poesia nascida num momento calorento pela simples junção de tentar imaginar o folclore dos países africanos aonde o idioma oficial é a língua portuguesa, mais as manifestações ocorridas entre brasileiros e africanos. MAIS UMA VEZ prevalece a questão presente nos demais países: o acesso à educação e o uso da língua portuguesa, ao longo das páginas questões sobre os aspectos históricos também chamam a atenção, além de uma lista extensa de nomes e obras. Aqui cabe pensar no quão difícil é estabelecer um período de tempo para demarcar algum estudo tão somente no que diz respeito as obras, desconsiderando algum estudo sobre teoria literária, porque faltam já as obras literárias mencionadas pelos próprios escritores que compõem essa obra e a cada contato com escritores é inegável que o contato com os escritores brasileiros antigos será raro, bem como com os seus próprios ou mesmo os angolanos conhecerem a literatura de Moçambique e estes aqueles, daí que entre escritores, que supostamente são leitores regulares não há como alguém afirmar ter uma obra que seja de cada autor em língua portuguesa espalhado por aí, mais difícil seria pensar que os leitores teriam ou tentar a sorte para saber se por acaso algum vai ter. O trabalho não compensaria. Logo, este estudo vai permanecer apenas como uma amostragem da grande diversidade cultural nos diversos países onde a língua portuguesa é o idioma oficial.

QUANTO MAIS as letras estão presentes mais incrédulo fico com quem mesmo fazendo autopromoção o tempo todo num local onde tudo é digital, se põe a falar papel, papel, papel, como se para ler um livro só pudesse ser feito neste formato, cinicamente ignorando o formato digital conforme a conveniência. É bem cansativo. Todo aparato tecnológico que algumas pessoas têm a disposição ou mesmo Instituições poderiam servir para que um trabalho, como este, fosse realizado de forma mais ampla e com um alcance educacional que não é possível mensurar, entre o que se fala e se lê pessoas da área fazendo e o que é feito ou o que se conhece, é bem visível o que não acontece. Daí que martelar na mesma tecla seja no país que for que se sabe ou não sobre literatura desconhecendo inúmeros dos seus autores, sem nem voltar muito no tempo, é uma incoerência que para nada se presta. Isso não quer dizer que algo muito diferente do que aí está vai acontecer, porque não haverá nenhum esforço substancial para sanar com o problema número um em todos os países de língua portuguesa. Só que essa é uma questão muito grande que não cabe dissertar neste momento e nem nesta obra. A única coisa que precisa ser ratificada é a importância da língua portuguesa em todos os desdobramentos dos ciclos históricos desses países e sua real importância ontem, hoje e sempre. Hora de parar com as divagações e retornar para leitura.

A LEITURA AINDA outro acréscimo se faz necessário...aos meios de comunicação e a internet simplesmente ou nos adaptamos ou ficamos; ficamos sem e pronto. Coisa cada vez mais rara é uma pessoa ter um aparelho de telefone fixo, enquanto quase todos têm um aparelho móvel nas mãos, idem para os demais itens analógicos que a imaginação humana já inventou um dia, a própria literatura não teria como ser a exceção, ou teria, para alguns sim, para alguns existe uma questão dessas difíceis de ser classificada onde a forma pesa mais que o conteúdo, ainda que só de imaginar carregar todo conteúdo físico de um único autor já seja o suficiente para desencorajar qualquer leitor ou qualquer potencial leitor. A literatura não tem como, nem teria como ser diferente, vai ser mais ou menos o que ela é pelo meio em que está, a mobilidade dos telefones, a internet, etc vieram pelas comodidades e facilidades e aceitação do mercado e dos consumidores, sempre vai prevalecer a questão na base da matemática: quantas pessoas com livros x quantas pessoas sem livros, quantas pessoas com celular x quantas pessoas sem celular. Isso num país como o nosso onde as faltas estão sempre presentes ou como levantado por quem defende o ter livros físicos x não ler livros digitais, falta dinheiro para comprar livros físicos. Livros sempre são e sempre serão livros; sempre serão importantes, porém, não são a realidade do cotidiano nas casas, são a exceção não a regra, mesmo assim não quer dizer que as letras não possam e não devam chegar e estar no dia a dia. Seria o mesmo que dizer que não leio nos dois meios ou que a literatura produzida em meio físico e digital só o é num meio e não no outro, voltamos as eternas discussões sobre o óbvio, como vem sendo realizado por aqui. A separação por exclusão, como se isto fosse uma realidade possível, até quando? Para os mais jovens? Ou os com mais idade rapidamente, nos adaptamos aos novos meios ou ficamos pelo meio do caminho, por mais se se leia e se aprecie livros físicos, bem poucos podemos ter em vista somente a leitura no meio físico, sem entrar em outras questões de ordem técnica. Em resumo, a literatura não possui as limitações que alguns de nós pensamos em impor por nossas vontades e particularidades, se assim fosse um outro sistema não estaria em uso e os livros físicos não estariam caindo em desuso e sendo banidos das casas. Esse processo já começou há muito tempo, desde a época das tvs, não vamos mudar da água pro vinho agora, contudo, é possível a convivência, com muitas limitações pela própria questão da mobilidade e espaço físico. Toda forma de leitura sempre será válida e melhor que não ler. É essa a grande premissa que sempre deveria ser levantada e defendida.

AINDA NO que diz respeito ao assunto leitura, mantem-se a equivocada ideia da sua não obrigatoriedade e ser tratada como uma "coisa sagrada". As pessoas que defendem essas hipóteses, devem passar ao largo dos sistemas de ensino e dos graves problemas que a falta de leitura deixam expostos, como se fossem fraturas para todo e qualquer um ver. A começar pelo mais gritante de todos: a falta de vocabulário, seguido pela igualmente dolorida falta de interpretação de texto, falta de concentração, interesse, apatia, etc. Não é preciso ser um phd para aprender o funcionamento do cérebro humano, ajustável o tempo todo ao que nos pré dispomos a fazer ou a não fazer, quanto mais preguiçoso forem os atos cotidianos, mais e mais apática serão as respostas apresentadas em sala de aula. Hoje ainda existe uma ferramenta para deixar isso estampado para qualquer um enteder isso. A tecnologia seria bem menos "sagrada" e as pessoas não largam dela, os motivos não são de ordem literária, então ficarão de fora. Os benéficos da leitura são tantos, que mantê-la na livre escolha dos alunos é convidá-los ao que ocorre todos os dias, números bem aquém de leitores, com os problemas acima elencados isso nas escolas. Sem contar quem nem nesta etapa está inserido. Não a leitura além de nada sagrada, como o jornal ou as revistas deveria estar sempre inserida no dia a dia. A leitura é necessária, sempre o que é necessário é feito, assim deveria ser a leitura, especialmente nas escolas.

Hora de retornar a leitura.

MAIS E MAIS informações vão sendo passadas, como se fosse algum desses cursos ou documentos desses perdidos que não se cogitava ter acesso um dia, se por acaso algum dia existir a possibilidade, vai levar algum tempo para conseguir fazer uma busca por todas as obras mencionadas. Acesso a elas? Sem chances, seria uma questão de saciar a curiosidade, difícil dizer que será feito um dia. Não custa deixar registrado. Pausa na leitura, intercalada com as poesias sempre presentes sob toda e qualquer circunstância, exatamente como a leitura, quase sempre realizada em condições nada propícias para alguém dizer que leva isso tudo a sério, segundo dizem alguns. Mesclar o físico com o digital então, outra coisa de quem não deve ser levado a sério. Sério mesmo? CLARO QUE NÃO, inevitavelmente ter muitos livros sempre será ter de dispor de espaço para guardá-los, se nas instituições, grandes empresas por exemplo, não existem esses espaços, num cultura aonde a leitura não é a ordem das prioridades é que não vai acontecer. Na palma das mãos contam-se mais de 970 livros entre completos e amostras, apenas na coleção de clássicos da literatura em língua portuguesa são mais de vinte e três mil e setecentas páginas, impossível carrgá-las de outra forma. Bem como é impossível disponibilizar em outro meio uma poesia na mesma hora, em ambos os casos seria menos literatura? NESSA PARTE do livro o único dos escritores citados que tem uma formação semelhante a minha é outro advogado. Em momento algum diz que algum deles fez estudos sobre teoria da literatura antes de começarem a escrever suas obras, diferente do que afirmam hoje, que só saberiam ou estariam aptos para conhecer a literatura quem fizesse algum estudo ou curso com professores do ramo, isso entre os angolanos, é necessário esclarecer, os próprios escritores do passado daquele país provam exatamente o oposto, como ocorre nos demais países analisados e aqui também no Brasil em qualquer época e lugar, desde padres até professores ou outros advogados, médicos ou pessoas sem formação alguma na área das letras. As pessoas escrevem, escreveram e continuarão a escrever. Vamos voltar ao livro...

*Brucutu*

Brucutu, não ligava.

Tarzan, Fantasma, nunca foram minha praia.

Já aquele menino de cabelos espetados.

Com o tigre sempre ao lado...

A menina dentuça e sua turma.

Recruta zero, Urbano o aposentado.

Mister magu, Zé do boné.

Nada que chegue perto do sangue pra todo lado daquele bárbaro.

Os mutantes.

O morcego.

Até matarem o Homem de Aço.

Mais todas as várias e várias histórias em quadrinhos.

A mão nunca serviu para acertar um desenho.

Hoje não vejo a menor graça.

Em tudo estampar a minha cara.

Ou mesmo uma linda imagem.

Se a letra não me vale.

Pra mim não vale.

Como foi difícil desistir do papel.

Sem ficar com cara de pastel.

Porque lá no judiciário.

Ele foi eliminado.

Fim de papo.

Quando alguém vem com esse papo.

Que só serve no papel.

Me ponho logo a pensar.

O que iriam dizer.

Se acaso fosse outro lugar.

Aonde nem adianta chorar.

Ou é como é...ou nada feito.

Só a literatura tem ainda esses...Brucutus?

Que não dispensão uma imagem.

Em toda rede social.

Ali, pode, fica legal.

E se é um ebook pega mal.

Nem desce.

Como adoçar café com sal.

*Valor*

Existirá valor em parar.

E ver os primeiros sons emitidos por um filho?

O privilégio que não vai ser lembrado.

Os primeiros sorrisos dados.

Os primeiros passos.

Existirá valor em poder...ler.

Tudo o que for possível.

Mesmo que seja na obrigação do ofício.

Já há muito tempo esquecido.

Do início.

Que se dirá então sobre poder passar para o outro lado?

E também criar.

Criar.

Criar histórias.

Olhar o dia a dia.

E dali extrair...vida!

Seja numa crônica.

Seja numa poesia.

Repetir continuamente.

Exatamente como faziam os mestres desde sempre.

Porque não existe caminha com uma perna só.

Isso já ensinava o saci.

Desde antes do dia que nasci.

*Inusitado*

Seria mesmo inusitado.

Aí sim, sagrado.

Se pegasse agora num saxofone.

E tocasse como toca.

Esse cara dos cabelos longos e encaracolados.

Porque nunca soube de alguém ficar afinado.

Capaz de acertar nas melodias.

Já no primeiro dia.

Assim como a leitura não é feita comendo livros.

Nem rasgando as páginas.

Sorte que nem para ouvir precisamos mais carregar vitrola.

Nem para ler estamos presos mais só ao peso.

Porque aí sim seria o desespero.

Ler Lima Barreto, nesses sacolejos.

Logo de manhã cedo.

Escrever então...

*Surpreendente*

Entro na literatura angolana.

Como havia entrado na de Moçambique.

Passo pela História em suas duas versões: a oficial e a do real.

Me vem logo a mente.

Todas as páginas do Tratado do Viventes.

A Vida dos Escravos no Rio de Janeiro.

História Trágico Marítima.

Esqueletos no Saara.

O Velho e o Mar.

O Pequeno Príncipe.

E mais e mais literatura.

Desse pedaço de chão.

E novamente a surpresa: quem abre a cena.

Não é uma pessoa de pela negra.

Nem o segundo.

Nem o terceiro.

E então de novo vejo.

O erro.

São como os daqui.

Como este que aqui está.

Misturados.

Frutos ou não do acaso.

Mas está lá.

Ainda que sejam de pele clara.

Fazem questão de declarar o amor por suas pátrias.

Se eram ou não pessoas casadas.

E o tom de pele de suas famílias.

A mim não diz a mínima.

Como hoje, não se separa um em duas partes.

O fruto não manda na árvore!

Toda gente vai.

E essas bobagens vão ficar.

Bom será o dia.

Em que a cor não for sinônimo de nada nessa vida.

E só importar a VIDA!

*ESSES DIAS* têm sido intensos e interessantes pelas múltiplas e inesgotáveis possibilidades proporcionadas pela arte. Este livro já mencionado inúmeras vezes é um dos responsáveis, bem como a leitura na palma da mão da obra de outro gênio chamado Lima Barreto! Fora as conversas literárias e hilárias com alguns dos colegas aqui, além do exercício diário de todos os dias de ler e escrever. Cada estudo realizado põe ênfase no grande leque de novas possibilidades que surgem ao ler sobre determinado assunto. Seja ele com ligação direta a atividade que exercemos ou não, por isso, esteja sempre disposto a aprender. Embora como já me ensinaram, não é possível ler tudo, nem pensar em tudo, nem ter meios para conseguir ler sobre todos os assuntos.

Assim como não será nunca feito nada por aqui além do que nos permitiu avançar até aonde já estamos. A parte referente a Angola conta com ótimos trechos de ensaios realizados pelos escritores daí, que poderão ou não ser mencionados, além de uma grande e significativa quantidade de informações sobre as muitas obras realizadas pelos seus escritores. O conhecimento vai sempre estar caminhando com as ferramentas que existem no aqui e agora. O uso de fontes "primárias" sempre é do meu interesse, mas tudo o que foi compartilhado tão somente desta obra só foi possível pelo uso das mensagens aqui via internet e zap, prova mais do que concreta de ser risível uma forma ser mais do que outra em qualquer lugar que seja. Todos os com mais de quarenta simplesmente vamos continuar escolhendo: ou a adaptação ou...não fazer. Entre um e outro, a arte acaba por indicar o caminho. Aos que já tiveram acesso a alguma parte destes estudos ou a lista de escritores e obras, espero que seja uma forma positiva de encorajá-los a querer mais! E sigamos com os preparativos para mais esse dois livros que vem por aí!

*HOJE 22 DE AGOSTO* Todos sabemos e ninguém vai ter a indecência de negar: as dresgraças de todos esses sistemas coloniais...mas, dentro do contexto HISTÓRICO, não saia daí nem seus pensamentos e nem essas linhas...tudo que se pensar sobre algum conceito com final dade...cai por terra. Sejam daqui, de Moçambique, São Tomé e Príncipe e agora em Angola, absolutamente todas as pessoas que puderam e tiveram condições foram buscar instrução no melhor lugar possível...e fizeram o que fizeram com a escrita. Desde que me vi escrevendo, os pensamentos não ficam turvos, pelo contrário, ficam mais claros, se lê mal, ou nem se lê e a consequência e se estudar mal ou fingir que se estuda isso quando se pensa no contingente que mais precisaria estar inserido nos sistemas educacionais. Se algumas pessoas afirmassem conhecer boa parte das pessoas mencionadas neste livro, então a realidade quem sabe seria outra. Mesmo assim sempre será válida toda incursão nesta arte e todo movimento que venha a estimular a leitura, porém, os fatos estão aí e fingir que não estão é só fingimento mesmo. Não fez dois anos debruçado sobre as letras na condição de escritor para constatar que os países de língua portuguesa continuam ilhados, sem algum plano para que se faça diferente da situação no seu status quo, logo, alguma coisa é melhor que coisa nenhuma. Tudo nessa hora vale, físico ou digital ou só partilhar conhecimento mesmo. Este, para quem não entendeu ainda, é a "força" de um grupo tão pequeno em números e tão produtivo. A disseminação e o estímulo as leituras em seus respectivos países, especialmente de quem é da área da educação, já representa algo a mais que a inércia. E por mais que livros físicos sejam lindos. Os mais novos e nenhum de nós vai abrir mão da tecnologia que faz parte do uso do dia a dia. Ler é o que interessa. Aonde? Tanto faz. Leio todos os dias nos dois formatos, a preocupação maior é com quem nem sabe ler o próprio nome, nem escrevê-lo. Bem mais que a minha vaidade pessoal de dizer que escrevo. Deus permita que as pessoas se atenham aos fatos e não ao que não é a realidade em si ou por um motivo qualquer fique a favor de um pelo outro e vice versa. E o livro ainda está na página 300...

*SEGUE O LIVRO* com umas escolhas de autores agora mais heterogênea do que nos países anteriores, se pela quantidade não saberia dizer, todos lá no passado continuam tendo muito a ensinar, com base nas suas ações no que diz respeito a literatura e as suas vidas, as imagens todas em preto e branco, não sei se por opção de quem fez a edição ou da autora, "falam" como a daquele filme "carpe diem"...todo tempo, o tempo todo...o dia amanhece e começo de novo.

*O FIM CERTAMENTE* não vai acontecer com o final da leitura, tal qual a série da tv antiga Raízes sobre os negros que foram escravos nos Estados Unidos, passando por todas as leituras realizadas de livros relacionados ao tema, mais a série da TV ESCOLA Retornados, pouca coisa será possível saber de fato, porque dos anos oitenta para cá as paisagens urbanas ou rurais de todos esses países mudou, como não há informações sobre fauna, flora, geografia, folclore, população, além da própria arte literária e aspectos educacionais de todos esses países, outras obras recentes por acaso achadas em ebook, realizadas por universidades e pesquisadores daqui do Brasil e de Angola, mostram o quanto esses estudos acabam sendo direcionados, pena que não para este campo, o literário, nem sobre nada relacionado a arte, o que já valeria uma leitura mais simpática. A literatura se descortina num verdadeiro mar sem fim, como tem sido desde o início de todo este processo. Essa é a parte difícil de começar a estudar, as perguntas aumentam e não há meios de respondê-las. O melhor é nem começar a fazê-las. Retomar a leitura é o processo natural e necessário.

*Tempo, time*

A inércia convida:

-"Fique...sair do conforto pra quê?"

A cama está tão quentinha, ainda mais com companhia..."

A mente não vacila:

-"Cai fora! Já deu a hora!

Se ficar...a ferrugem vai começar a brotar!"

Vencer a preguiça é a primeira vitória do dia.

A inércia vira vítima.

A única.

O passado, ensina.

Lá em todos aqueles retratos.

Continuam tendo muito a ensinar,

Com base nas suas ações

no que diz respeito a literatura, a história de suas vidas e carreiras,

as imagens todas em preto e branco,

falam com mais sabedoria que as coloridas de hoje em dia;

"falam" como a daquele filme: "carpe diem"...

todo tempo,

o tempo todo...

o dia amanhece...

E começo de novo.

*118*

Cento e dezoito anos atrás.

Um escritor daqui mesmo!

Um senhor chamado Lima Barreto, escrevendo sobre este lugar que já não vejo.

Chamado Rio de Janeiro.

Me deixa a cada dia.

Na certeza da eterna dúvida.

Que não existe tempo.

Quando lá estão marcadas com as palavras.

A História que não se apaga.

O mesmo morro.

O mesmo marquês.

E só.

Mas a maestria das crônicas dele.

Deixam as minhas tão distantes.

Que ficam cada vez mais inebriantes.

Como pode fazer uso da nossa língua.

De forma que nem sei se serei capaz um dia.

Não é só distante da ferrugem do tempo.

É valorizar a língua portuguesa com certeza.

E daquo a outros tantos anos.

O valor só vai aumentando.

Já que do morro e do marquês.

As lembranças podem sumir de vez.

*A LITERATURA* É uma arte. Isso é um fato, com o qual não tem como discutir, em tese, todos os que escrevemos devíamos ser também ávidos leitores, porém entre teses e fatos existem abismos. Mesmo assim surgem oportunidades dentro deste meio que vão além das questões relacionadas ao dia a dia desta atividade, como a oportunidade de ler e escrever o prefácio da obra de um jovem escritor de Angola: Paulo Gonçalves Ngunga, colega dos mais recentes, com um intelecto privilegiado e que em poucas leituras já fez com que despertasse justo análises da arte praticada por este escritor e por essas alegrias inexperadas o convite para participar da sua obra, prova mais do que irrefutável da inteligência e do intelecto humano e da união que acontece por meio da literatura, da arte e da amizade. Abaixo segue o prefácio:

*Prefácio:*

Li a presente o do jovem escritor Paulo Gonçalves Ngunga, que me deu a oportunidade honrosa de expor algumas palavras.

Para um brasileiro é difícil tecer uma análise minuciosa sobre uma cultura que está a um oceano de distância, porém, lá e aqui muitos são os problemas sociais a serem enfrentados. Do passado não há como retornar, contudo, é necessário ser estudado, escrito e divulgado, ainda que não haja supostamente um mercado ou interesse para estas histórias, são a base do que as nações foram um dia, tem sua importância e assim há de ser sempre. Ainda mais difícil é uma abordagem no que diz respeito as pessoas, aos costumes e valores, as coisas vem mudando e mudam numa velocidade maior do que o poder de escolha, creio que a educação continuará a ser a ferramenta mais essencial para que as gerações do presente e as futuras tenham condições de aproveitar as oportunidades e fazer com dignidade suas histórias em seu próprio país. Cabe aos governos e governantes trabalhar para que as bases sejam acessíveis para todos. A literatura e a língua portuguesa por seu turno são os elos que primeiro começam e permitem que pessoas de locais tão distantes comecem a ter afinidades e interesses comuns pela arte que externamos dia a dia.

Que essa obra gere questionamentos e pessoas que tenham um real interesse em ações positivas, seja a favor da Angolanidade e de toda Africanidade e que busquemos sempre melhorar nossa humanidade. Mais até que as questões relacionadas a nossa pátria e nossa arte. Que todas as obras, como esta, nos levem a querer melhorar.

Em razão de não saber qual das duas obras será lançada primeiro, optei por não mencionar a obra do escritor mencionado acima, a quem volto a externar os votos de uma carreira profícua e de muitos sucessos!

Alguns escritores em Moçambique e outros Angola lá nos anos oitenta levantaram a ideia da necessidade do romance, como forma de preservação até das histórias dos seus respectivos países e preservação da identidade nacional, entendo hoje mais ainda essas questões, elucidadas pela leitura da obra que foi prefaciada, as histórias que temos do folclore, os romances de época que temos por aqui, mesmo que não tenha como elucidar muito a questão pelos poucos trechos que existem no livro, apontaram, que estes escritores beberam numa fonte, teoricamente, e não em outras do que temos disponíveis por aqui, mas aí já seria abrir um leque para outras questões um dos autores de Moçambique, que cita José Saramago como exemplo de romancista a ser seguido, porque deixava em evidência Portugal (o país) em seus escritos, mas penso que Eça de Queiroz também e outros pelo lado dos portugueses. Aqui cito alguns, são muitos, mas Machado de Assis, José de Alencar, Graciliano Ramos, e vários outros, poderiam ser lembrados neste sentido. O melhor caminho para escrever sobre um local é fazer uma pesquisa nos locais históricos (igrejas, museus, etc) e, como sempre, os livros. Daí a necessidade mais uma vez de enfatizar a imensa importância de ter fontes fidedignas para leitura, obras que por terem quase um século de existência, ainda que não tenham a melhor das aparências, carregam o que todo livro carrega: seu conteúdo e a ideia que vai ali embora com certeza com a palavra idéia impressa. Ainda há muito a ser lido, estudado, contudo, por uma mudança no tempo e pelo risco de molhar e estragar a obra, essa ficou a salvo das águas e seguiremos com a leitura na palma das mãos mesmo.

A literatura, assim como outras artes, não fica condicionada apenas ao momento presente porque vai usar os mesmos elementos que usavam os antigos artistas. As letras estão presentes em todos os textos literários, assim como as tintas estão em todas as pinturas, as notas musicais em todas as músicas, etc. Mesmo que modernizem os meios, as ferramentas, a ideia vai sempre ser o traço comum e aquilo que na essência permite que ela seja praticada.

*NUM MUNDO AONDE* se pensa cada vez mais em coisas relacionadas ao visual, a opção pelas letras não parece ter muita lógica, mesmo assim, alguns acabam sendo atraídos por elas, o problema não é quem é atraído e sim quem as dispensa, já que até para navegar pelo campo do visual saber mater a comunicação é fundamental, ou deveria ser, todavia por meio das letras é possível realizar aquilo que não tem como ser refutado sem fundamento, já que as pesquisas não são realizadas por gosto pessoal e sim pelo estudo, que não esgota o assunto, abre cada vez mais perguntas sem material necessário para as devidas respostas. Ficando tão somente aqui na arte da palavra, todos os escritores até aqui lidos não apresentam opiniões contrárias ao uso da nossa língua portuguesa e tão pouco negam ou rejeitam a ferramenta que ela é ou o quanto serve para consolidar a cultura de uma nação, mesmo que não esteja explícito em todos os depoimentos. O ensino e o uso da língua portuguesa foram usados por cada uma dessas pessoas, é usado hoje por cada um de nós, seja o estilo de poesia que for, seja o estilo de prosa que for, cada um sabe da importância da língua portuguesa para expressar sua arte. A arte da palavra está atrelada a língua usada pelo seu povo, é um fato normal, corriqueiro e cotidiano. Arte essa que não pode ser usada com liberdade plena, aqui neste estudo está uma amostra disso não cabe tecer comentários a respeito dos porquês, essa matéria já faz parte da História, lá mais atrás ainda ao estudar o pouco das biografias dos poetas aqui do Brasil na época do Império, palavras já levaram a prisões, sem que seja necessário esmiuçar também essas, a conclusão que se chega é que o uso da arte da palavra, no mínimo, incomoda. A questão paradoxal que berra é que todas as coisas dependem do uso da palavra, todas as matérias escolares, todas do ensino superior, mas só o ensino do uso técnico da língua em si a faria uma matéria "pobre", toda literatura, toda arte, música, etc tem o potencial de elevar o espírito humano e tornar mais humano aquilo que faz com que sejamos, justo humanos. A própria literatura fica relagada a margem do contexto escolar e sua arte mal é vista na superfície. Nisso e tão somente nesse ponto acertam os que defendem o ensino da literatura, deveria fazer parte, assim como a leitura, do contexto escolar, já que grande parte dos principais problemas relacionados ao desempenho e desenvolvimento dos estudantes passam pela leitura; leitura de obras literárias que não acontecem por anos e anos durante os primeiros anos do ciclo escolar, sendo cobradas tão somente nos últimos anos, quando muitos não têm adquirido gosto algum pela leitura, nem foram ensinados sobre sua importância.

*CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS NÃO* permitiram a retomada da análise da obra em estudo, só que o assunto acaba por estar sempre em evidência dentro do contexto escolar e dos problemas relacionados à falta de leitura constatados entre os alunos desde os primeiros até os últimos anos do ensino fundamental, somado ao trabalho de escritor realizado todos os dias, mais a organização de material literário próprio e também coletivo, além de distribuição de livros gratuitos, poesias em diversas redes sociais e interação com escritores e seus escritos, tudo isso enriquece mais não só o estudo sobre literatura, como sobre a escrita, colocando ainda mais peso na importância da leitura, instigando o estudo não só do que se lê e escreve, mais ainda das histórias por trás do que se tem podido conhecer.

*Grande*

Imensa.

Bem maior que um elefante.

Não tem como deixar de ser notada.

É a cara da África.

Pena que pouco falada.

Nas escolas daqui não lembro de ser uma única vez mencionada.

Não canso de admirar.

Como podem ser tão rechonchudas.

E ter uma aparência tão rude.

E lindas.

De dentro saíram ninfas?

*Espaços*

Qual o espaço me deixa com mais administração.

Nunca sei não.

Se o giro dos aneis.

Que logo me lembram os discos.

Que não mais tenho comigo.

O espaço entre eles e o planeta.

O conjunto completo.

Ou todo o espaço infinito.

Cheio de tanto pó.

E ainda tem os desengonçados,

A achar que o Pai não está em tudo que há.

Ah vá!

*Não*

Não é um quadro.

Nem tão pouco é um pintura.

Não diria que é unanimidade.

Nem sei aonde fica essa cidade.

Só sei que faz parte.

Dessa realidade.

De amar essas paixões antigas:

O preto e branco.

E as fotografias.

Que fazem um poça de água ficar mais bela.

Ou tão bela, como muitas telas.

Sejam ou não aquarelas.

Como é belo o tempo assim parado.

Num belo retrato!

*Empedrado*

Um achado.

Um livro que faz das pedras.

Coisas ainda mais belas.

Um conto deixado.

De lado.

Trocado.

Pelas poesias.

Porque voar.

Sem o chão deixar.

Nem estava nos planos.

Então até hoje continuo flutuando.

E leveza na dureza dessa vida colocando.

Bolha a bolha.

Pena a pena.

E algum dia.

Volto as pedras.

*Pessoas*

Pessoas, seres humanos, animais racionais...

Infelizmente, por mais que se tente explicar.

Que todo experimento científico...

Perto do ser humano é um lixo.

É difícil.

Porque só para começar, não tem outro animal que saiba falar.

A competição é tão desigual.

Que não tem outro que use sal.

Nem que seja tão bom e tão ruim.

Nessa ciranda sem fim.

Onde temos aqui sim.

Fim.

Todos os dias, querem nos colocar numa fria.

Me mostrem as moedas das formigas.

Um família de vermes?

Quem sabe um banco de bactérias?

Ou uma sociedade mais civilizada.

Um alfabeto das engenheiras toupeiras.

Aonde os diques tenham agora até tabuletas.

A população aumenta.

O mundo não se acaba.

E deve ser o fim da picada.

Das teorias que só dão com os burros n'água.

Veremos qual será a próxima.

E se virá também fora de hora.

Para as nossas escolas.

Ou se vai ser la nina, el nino, juntos, que vai por tudo a perder.

O medo infelizmente nos põe pior que os ratos.

Isso, para não variar, é um fato.

*Beleza*

Dizem que está nos olhos de quem vê.

Diria alguém em sã consciência...

Que a lagarta é bela como a borboleta?

Ainda mais as folhas comidas,

E todas aquelas bonitinhas?

Criatura que se arrasta, feia até o casulo.

E quando não voa.

Fica como um teatro do absurdo.

Não consegue mostrar beleza.

Não consegue mais mastigar.

E mal se põe a se arrastar.

E acaba por virar refeição de formigas.

É triste a sina.

*A MEMÓRIA* sempre pode nos pregar peças, mais uma editora, leu e aprovou um outro manuscrito em prosa, dando várias opiniões a respeito das possibilidades da publicação em meio físico, assim como havia acontecido com outro dois há mais de um ano atrás, três editoras, vários leitores, das mais diversas idades e do meio ou não, mais os milhares de leitores anônimos, têm confirmado aquilo que é o trivial já: a leitura. O formato físico esbarra na mesma questão que é a pedra no sapato de todos os que não temos livros físicos publicados: capital. As possibilidades permitidas pela forma disponível: digital ou pdf ou docx ou ebook estão longe de serem assimiladas ou esgotadas, exatamente pelas mesmas que são permitidas pela internet. O crescente interesse do público é o que faz ser renovado e ampliado o ânimo para as duas práticas: leitura e escrita. Os que chegam e permanecem, os que nem chegam e os que partem, só ratificam o fato óbvio de que todos não somos um número, uma linha ou temos de ter as mesmas ideias em sintonia, porém, o principal está presente em toda e qualquer escrita: a liberdade de pensamento, o fazer, cada um busca ou não aquilo que serve na arte que pratica. Quanto mais se lê os trabalhos dos escritores, mais se vê o quanto estamos muito longe de poder afirmar que todos seguem por um caminho pré determinado, que na minha opinião pessoal, só os escritores das gerações passadas seguiam, o que se lê hoje em poesia, vamos ficar só na poesia está longe do que se lê há décadas atrás, mesmo que alguns digam que mantém, ao serem colocados lado a lado, todos seriam capazes de identificar as diferenças, ainda assim não é este o intuito deste estudo, apenas se expõe mais este fato concreto: as pessoas não usam aquela linguagem rebuscada de um Olavo Bilac, por exemplo, pode ser que num ou em outro texto se ache algo que lembre vagamente, a maior parte com toda certeza que não. Ainda é preciso voltar a leitura da obra em análise, que por problemas de saúde deste vem sendo adiada.

*SURPRESAS PODEM* ser grandes com pequenos momentos, mais precisamente um minuto e um segundo. Um vídeo, uma criança declamando uma poesia escrita para a própria, a literatura não possui fronteiras e o tempo funciona como algo que mais serve para aumentar a admiração pela arte. A declamação de poesias entre angolanos e moçambicanos é muito interessante e muito bonito de se ver. A poesia abaixo, nem a descrição, fazem jus ao que foi visto e ouvido neste vídeo.

*Aurora*

Vem chegando a aurora.

Trazendo sem demora.

Mais uma idade.

A esta menina que chegou, nem cedo nem tarde.

Ainda com seus nove anos de idade.

E se fez presente em minha vida.

Primeiro no silêncio do teclado, até logo em seguida.

Ver no vídeo ela declamar aquela poesia.

E fazer a língua uma coisa ainda mais linda.

Nem parece haver um rio mar a separar este tio adotado.

Por esta menina e sua família.

Todos angolanos.

Eu brasileiro.

Portanto, no solo deles, estrangeiro.

Mas Cristo e o Amor chegaram primeiro.

Neste seu dia.

Desejo a você uma longa vida.

Com a companhia.

Sempre da sua família.

Seus pais, seus irmãos.

Que você seja sempre uma pessoa de bem com a vida.

Feliz aniversário Inês sobrinha querida.

Essa poesia, a segunda feita como presente de aniversário, a esta sobrinha abençoada lá de Angola...nunca sabemos enquanto escritores o que de fato vai acontecer e até onde vai aquilo que sai. Nem sei dizer o que pensam as tantas pessoas disso tudo que é feito aqui (algumas sei, claro, atitudes falam mais que as palavras), mas poder ver materializada numa declamação aquilo que nasceu da emoção a tantos quilômetros de distância, na voz de uma criança que hoje consegue estar assim tão bem diante de uma platéia apreaentando sua arte só me enche mais ainda de orgulho e felicidade por um dia poder ter escrito essas linhas para esta abençoada menina. Que vai longe! A poesia foi escrita no amanhecer do dia três de dezembro do ano passado.

*NO DIA SEGUINTE* um colega de Angola levantou uma interessante questão quanto aos jovens de lá, supostamente, não gostarem de ler os seus clássicos. Em meio as diversas respostas que não tem como chegar a uma conclusão, levantei a mesma questão no grupo, mas sem que nenhuma pessoa quisesse opinar. Até as questões relacionadas a própria base da arte literária, a leitura, depende sempre da boa vontade e interesse das pessoas. O que vem a demonstrar como está cada vez mais difícil mesmo a formação não só do público leitor, mas criar formas de despertar interesse pela leitura. A leitura de livros antigos demanda sempre mais paciência, a língua muda, o ritmo da narrativa também, os cenários, etc. Para um leitor que está acostumado ao que se escreve hoje deve ser um exercício ainda maior se debruçar sobre o passado mesmo que não seja tão distante, difícil tirar quaisquer conclusões, mesmo ao final deste breve estudo, muitas questões como essa não terão uma resposta que seja certa ou errada. Mais uma vez fica estampada a questão da individualidade e a independência, que tornam cada escritor e leitor o que são: únicos. Até para emitir uma opinião pessoal é difícil.

*NO DIA SEGUINTE* nova tentativa de levantar a questão...Essa é uma dessas questões bem provocativas pela palavra nunca...inserida aqui por acabar sendo, infelizmente, o lugar comum não com relação a literatura "velha", mas com a literatura em geral e outros temas que poderiam ser postos em discussão para diálogo, porém, é muito difícil. O parâmetro é o que se pode acompanhar, já que não se tem como estar em vários lugares ao mesmo tempo. Se a nova geração lesse a nova geração já seria algum o saldo positivo, embora as inúmeras referências perdidas seria de se lamentar tão profundamente, que já não haveria razão de ser neste suposto saldo positivo. Não faltam exemplos de pessoas mais experientes que indicam livros bem anteriores a elas como referência. Não é um fato isolado e tem uma série de razões para alguém ler os autores do passado, mesmo que seja uma leitura bem mais exigente e trabalhosa...essa uma das hipóteses que levaria os da nova geração não quererem ler os da velha...como esse é um grupo com um bom número de escritores de Angola, Brasil e Moçambique, segue em aberto para quem quiser apresentar sua opinião.

*Essa*

Essa gota de palavras.

Com suas imagens analógicas.

Nessa época onde tudo apela para o visual.

Deixa no pó.

Toda hipocrisia.

Que se mostra dia a dia.

Que cansa qualquer vista.

Porque a língua não tem cor.

Não é pela cor que passa o que for.

Gente da cor que for está lá a não negar, pelo contrário,

A confirmar o valor que da ao chão.

Que tem por nação.

Mesmo sendo de outra geração.

São.

Não deixam de contribuir para o que se tem hoje lá ou aqui.

Difícil entender esse insistir.

Em fazer uma escolha.

Que não é o fiel retrato.

De nenhum desses solos ocupados.

Nem vai mudar os fatos.

Todos deveriam ser só pessoas.

Pessoas.

Quanto mais levam para um lado.

Mais ridículo é diante do que mostram só os retratos.

Hoje e amanhã a cena vai se repetir.

E a cor errada apenas o nome vai constar.

Então deixa pra lá.

Chegando ao fim a parte relacionada aos escritores de Angola é hora de retornar para colocar os muitos nomes e então aguardar, como quem deixa marinando algo para saber se alguma pessoa vai apresentar algum acréscimo antes de retornar à leitura para o último quarto desta obra, que deixa mais e mais ampla a imensa questão de não ser possível ler minimamente sobre qualquer coisa em literatura, qualquer estudo acaba por ser tão somente exemplificativo e o melhor é seguir em frente, porque faltará sempre algo, nessas condições é mais brigar com o óbvio. Logo é melhor não brigar. Voltar as "atividades normais" de ler e escrever poesias, numa ocasião com mais tempo disponível retomar a leitura e a elaboração da lista. É época de ajustes, então que se aceite isso e se trabalhe nesse novo ritmo.

*CONCLUSÃO*

O RETRATO SEMPRE será a oportunidade de ter uma visão do momento, o que escrevemos hoje é eco do que foi feito, dos que vieram antes e deixam expostas as inúmeras referências, além das que se perdem ao longo do tempo, não há como ter acesso, nem como ler as obras completas de alguns poucos autores, outros aparecem e mais ainda aparecerão, estudar literatura pode ou não fazer parte do processo da carreira de um escritor, penso que a curiosidade mais do que a necessidade de saber ou ter conhecimento é o que levou a leitura dessa obra ser feita como foi e como resultado o presente trabalho, essa é a única obra para isso, não tenho comigo livro algum desses autores mencionados, tão pouco sei se algum dia vai ser possível ler alguma, bem como dos autores brasileiros, então o leitor deve levar esses fatos em consideração, mesmo assim é importante conhecer parte que seja do passado para comparar com o que temos escrito e com o que podemos vir a projetar para o futuro, pensando sempre na ferramenta sem igual chamada Língua Portuguesa.

Concluí a leitura de Moçambique, São Tomé e Príncipe, e a por alguns motivos menos do que pensei que teria, Angola...muitas coisas em comum. Mais perguntas que respostas. Algumas certezas: todos que escrevemos não temos como, a não ser alguns poucos privilegiados, ter tempo para ler com o olhar do escritor, com o olhar do leitor e fazer muitas análises e conclusões porque salvo engando a literatura cresce numa PG e mesmo que crescesse numa PA já tornaria essa tarefa Hercúlea, centenas de livros físicos aguardam a vez de serem lidos, mais que o dobro de livros digitais, mais os livros a serem escritos e finalizados, mais os livros coletivos, sem contar eventuais participações em projetos de terceiros. Ignorar a qualidade dos escritos dos mestres do passado seria o último dos pensamentos, porque são os melhores professores em todo este processo, pensando tão somente nos escritores de língua portuguesa.

A lista de obras e autores de Angola é bem grande, fossem ser pesquisados cada autor e cada obra mencionados desses três países, já seria certo trabalho para mais de um ano. Esse deve ser desses projetos para quando pesquisar for a única coisa que se dedique por um certo tempo. O próprio modo de estudar literatura poderia ser revisto e modificado para trazer essas obras mais para próximo dos cidadãos das novas gerações de todos esses países, que desconhecem seus trabalhos e seus escritores. O que é sempre lamentável.

Por mais óbvio que seja, os países colonizados usarem os idiomas oficiais dos países colonizadores acabou por ser o traço comum entre boa parte deles, se não entre todos eles. Ao que parece não conseguiram colocar em prática o ensino das línguas maternas com a língua portuguesa, pelas poucas análises e conversas realizadas com angolanos e moçambicanos, o que não invalida ou desmerece o uso dessas línguas, caso ocorram, mas não fazem parte do ensino nas escolas e tão pouco das obras literárias com que se tem contato, essa uma outra questão dentro dessa questão maior que é a literatura, até mesmo levar as pessoas a apresentar opiniões não é uma tarefa das mais simples. Como o trabalho de ler e escrever é basicamente uma opção solitária, permanecer assim faz parte do processo.

*SETEMBRO MAL* começa, assim como o fato de conhecer uma professora aqui deste meu Estado do Rio de Janeiro. A Professora Renata Barcellos, que posta o link com o vídeo de um cidadão de Guiné-Bissau, justo a parte que começa de fato a ser lida, mais as reclamações dos funcionários sobre alunos que não lêem suas provas, mais os dados do livro sobre mais este país aonde a educação é um problema desde há muito tempo, para mais uma vez confirmar a realidade das imensas dificuldades em ter uma população longe do analfabetismo e com alguma regularidade de leitura, o que faz ainda mais importante a questão ligada a literatura não só como matéria de estudo ou como "pedestal" e sim como ferramenta para uso de todos, entre os fatos e palavras vazias, aqueles esmagam qualquer discurso vindo de qualquer lugar. É uma seara que, infelizmente, não parece ter fim nem em décadas, a literatura, apesar disso vai continuar a ser a melhor e mais eficiente das ferramentas, basta só pensar e olhar para cada um dos países falantes da língua portuguesa. Mas enquanto o egoísmo prevalecer, nem o mais otimista vai ver mudanças no quadro geral. Seria bom ter os dados para comparar a evolução no quesito leitura e crescimento populacional, educação, livros publicados, etc em cada um desses países...mas não existem esses dados, creio, nem dessa época do livro e nem sei se os países os tem hoje em dia, pode ser que existam dados sobre a educação, sobre a literatura propriamente dita...poderia anotar mais essa questão, para pesquisas futuras se algum dia parar para fazer isso, sempre se...

*LIVROS SÃO* mesmo testemunhas mudas incríveis. Deste país um único escritor, esteve no Brasil, no Rio de Janeiro, nas praias: Ipanema e Leblon, com um olhar, vamos dizer...sem gentilezas, o que contrasta com o olhar que lança sobre suas próprias mazelas, mas é mais uma dessas riquezas da literatura numa época em que se podia escrever opinando sobre aquilo que se via e pronto ou até omitindo o que se via e paciência, vai depender de quem lê. A curiosidade fez avançar, folheando e em Cabo verde se dá o mesmo que se deu em Moçambique e Angola, se pensou uma coisa e se viu outra, até a quantidade de autores entrevistados é surpreendente pelo tamanho do conjunto de ilhas comparado com a Guiné Bissau. Guiné-Equatorial não existia ainda? Não sei informar. É dar prosseguimento a leitura que vem entrando em sua reta final. Fora de série. Pena não ter mais material para levar estes estudos adiante.

*Bibliografia:*

MEDINA, Cremilda de Araújo

"Sonha Mamana África", EDIÇÕES EPOPEIA, 1987

Autores, obras ou demais informações literárias:

Quando não há referenciais sobre o país, será usado A como África ou nada indicando ser fora da África.

Na ordem em que aparecem na obra:

Cremilda de Araújo Medina BR;

Oswaldo Alcântara AG;

José Mindim;

José Luandino Vieira;

União dos Escritores Angolanos;

João Correia de Assunção;

Rui Nogar MO;

Aida Espírito Santo São Tomé e Príncipe;

Albino Magaia MO;

Revista Tempo de Moçambique;

Jornal das Letras de Lisboa PO;

Flávio Menezes Marques Trindade de São Tomé e Príncipe artista plástico;

Manuel Ferreira e Pires Laranjeira, pesquisadores de Portugal;

Russell G. Hamilton, pesquisador dos EUA;

Chico Buarque de Hollanda BR;

Sinval Medina BR;

*Moçambique:*

Rui Nogar;

Lina Magaia;

Revista Charrua;

Juvenal Bucuane;

Fátima Mendonça;

INLD Instituto Nacional do Livro e do Disco;

Pedro Chissano;

Hélder Muteia;

Juvenal Bucuane:

Marcelo Panguana;

Ungulani Ba Ka Khosa (Francisco Esaú Cossa);

Eduardo White;

Luís Carlos Patraquim;

Mia Couto;

Luandino Vieira AG;

Carlos Drummond de Andrade BR;

Jorge Amado BR;

Pablo Neruda CHI;

Hemingway EUA;

Garcia Marques COL;

Ricardo Ramos BR;

Lygia Fagundes Telles BR;

Juan Rulfo MEX;

Sábato BR:

Cortázar ARG;

Scorza PER;

Portugal:

Cardoso Pires;

Sophia de Mello Breyner Andersen;

Eugénio de Andrade;

Fernando Pessoa;

António Boto;

Camões;

Camilo Castelo Branco;

Eça de Queiroz;

José Saramago;

Shakespeare;

Dostoiévski;

Albert Camus;

Manuel Scorza;

José Craveirinha MO;

*São Tomé e Príncipe:*

Quando não há referenciais sobre o país, será usado A como África ou nada indicando ser fora da África.

Alda Espírito Santo STP;

Agostinho Neto Marcelino dos Santos;

Amílcar Cabral;

Francisco José Tenreiro STP;

Eduardo Mondlane;

Caetano da Costa Alegre STP;

Francisco Stockler Historiador;

Marcelo da Veiga Historiador;

Tomás Medeiros STP;

Maria Manuela Margarido STP;

Russell G. Hamilton: "Literatura Africana Literatura Necessária";

Mário de Andrade BR;

Sophia de Mello Breyner Andersen PO;

Conceição Lima STP;

Marx;

Frederico Gustavo dos Anjos STP;

Albertino Bragança STP;

Luandino Vieira AG;

Jorge Amado BR;

*Angola:*

*Luandino Vieira:*

"Angola Trabalho e Luta", 1985;

"Douglas L. Wheeler, Angola", p.67;

"A Literatura Angolana: Resenha Histórica, CEI, Lisboa", 1963;

Fernando Monteiro de Castro Soromenho;

Tomaz Vieira da Cruz;

Russell G. Hamilton: "Literatura Africana Literatura Necessária I Angola";

Geraldo Bessa Victor: "Ao Som das Marimbas";

Luandino Vieira;

Guimarães Rosa;

Alexandre Dumas;

Eça de Queiroz;

Gorki;

Antônio Jacinto;

Antônio Callado;

Ivan Ângelo;

João Ubaldo Ribeiro;

Salim Miguel;

Ricardo Ramos;

Flávio Moreira da Costa;

Jorge Amado;

*António Cardoso:*

António Jacinto;

Alexandre Herculano;

Eça de Queiroz;

Drummond;

Bandeira;

Jorge Lima;

João Cabral;

Eugénio de Andrade;

Carlos Oliveira;

Alexandre O'Neill;

Graciliano Ramos;

Machado de Assis;

Cardoso Pires;

Alves Redol;

Soeiro Pereira Gomes;

*Fernando Costa Andrade*

*Manuel Rui*

*Arnaldo Santos*

Agostinho Neto;

Viriato da Cruz;

Aires de Almeida Sales;

Tomás Vieira da Cruz;

Alda Lara;

Rui Duarte Carvalho;

David Mestre;

Fernando Pessoa;

*Jorge Macedo*

*Pepetela*

"História da Literatura Portuguesa", de António Saraiva e Oscar Lopes

José Lins do Rego

Graciliano Ramos

Erico Verissimo

Jorge Amado

Antônio Callado

João Ubaldo Ribeiro

Márcio Souza

Herberto Salles

Darcy Ribeiro

Maia Ferreira

*Boaventura Cardoso*

"O Fogo da Fala"

António Jacinto

Viriato da Cruz

Agostinho Neto

Luandino Vieira

Arnaldo Santos

Guimarães Rosa

David Mestre

Tito Lívio de Menezes

Henrique Guerra

Mário Guerra

Gilberto Freyre

Uanhenga Xitu (Mendes de Carvalho)

Ruy Duarte de Carvalho

Manuel Pedro Pacavira

Arlindo Barbeiros

Jofre Rocha

Mário Césariny

Dalton Trevisan

Carlos Nejar

Esta obra é um estudo livre realizado pelo escritor e leitor, estudioso Renato Lannes Chagas

PREZADO LEITOR, ESTE ESTUDO NÃO TEM AS FORMALIDADES DE UM ESTUDO ACADÊMICO, FAZ PARTE DA PAIXÃO PELA ESCRITA E DOS GARIMPOS REALIZADOS PELO LEITOR/ESCRITOR, CADA DIA MAIS INTERESSADO NO OFÍCIO DE ESCREVER/LER.

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OBRIGADO

Renato Lannes Chagas
Enviado por Renato Lannes Chagas em 05/01/2025
Código do texto: T8234210
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