O Veneno Silencioso
O ego é quase um ser sobreposto ao humano. Este se encarrega de fazer acreditar-se na sua completude singular e na sua universalidade perante a ética e moral adjacente à personalidade individual.
Um ser com o ego inflado pode estar se levando ao envenenamento do coração, envenenando a todos e a si próprio. É um passo perigoso encher esta bolha de veneno, bem fina e imperceptível.
A partir daí, o próximo estágio é a altivez, momento em que o indivíduo se enxerga como o centro dos acontecimentos, independentemente de uma ação direta ou não dentro de uma relação interpessoal.
Logo, porém, vem a soberba, onde o veneno chega ao limite do suportável. Para o indivíduo e para os seus interlocutores, este passa a pensar que não só é o centro das atenções, como também não se importa em dar atenção para as outras pessoas.
Nesse último passo, o veneno já transbordou e o declínio interno corrói como ácido que é a inveja. Ora, se o indivíduo que pensa estar na sua plenitude observa que outros, teoricamente superiores, iguais ou mesmo inferiores, mas apresentam uma vida produtiva, feliz, sem ressentimentos, o ser que não é soberbo, mas também sucumbe na inveja, não só dá atenção aos demais, mas procura agora prejudicá-los.