A BRIGA ENTRE O SOL E A CHUVA

Prólogo

Já faz algum tempo, desde maio deste ano de 2024, que eu não faço minha costumeira caminhada na Juscelino Kubitscheck, sito no bairro do Cruzeiro, em Campina Grande, PB.

Isso ocorre porque o sol e a chuva estão brigando, cada um querendo defender seus interesses.

O sol, com sua coroa dourada e raios ardentes, luta para manter a hegemonia, seu domínio sobre a chuva pertinaz. – (Nota deste Autor).

A CHUVA ZANGADA

A chuva não se deixa intimidar nem vencer sem luta. Ela chega 'rodando a baiana' ou sorrateira, trazendo consigo nuvens escuras e trovões ameaçadores.

Suas gotas caem com força, lavando a poeira e saciando a sede da terra, mas também causando estragos e prejuízos.

Eu e muitas outras pessoas estamos no prejuízo! A chuva sapateia nos telhados, formando pequenos riachos nas ruas e/ou estourando barragens e, às vezes, por estar enfezada com seu oponente, o sol, causa estragos materiais e até doenças entre seres humanos e animais.

Dia após dia, desde o mês maio, o sol e a chuva continuam, sobre os céus de Campina Grande, PB, em particular, e sobre a Região Nordeste de uma forma geral, nessa disputa inconsequente.

Para manter o equilíbrio nessa briga necessária, apesar dos males que causa, creio que seria bom a existência de um juiz mediador para evitar os excessos entre o sol e a chuva.

Esse desejável juiz ou mediador manteria a briga em equilíbrio, lembrando aos teimosos que nenhuma força deveria prevalecer sobre o outro.

A ESTÚPIDA BATALHA RECONHECIDA

– Por que você seca a terra e queima as nuvens? – Perguntou, tímida a chuva ao sol.

– Ora, é a vida que eu trago! Sem mim os rios seriam gelados.

– É verdade, mas você também causa incêndios, secando a vegetação, e eu não vou ser omissa, igual aos governantes. A terra sofre, pessoas ficam com insolação, desidratadas... não vou permitir essa sandice.

– Os governantes nada podem fazer contra nossas forças! Vamos fazer um pacto? Você é a renovação! Lava as mágoas, alimenta os riachos, ameniza meu calor, às vezes, demasiado, pelo descontrole de minha força.

Creio que, de fato, estamos nos excedendo e causando prejuízos aos que não têm nada a ver com nossos interesses e divergências individuais. – Disse o sol com um largo sorriso entre chispas douradas amenizadas.

CONCLUSÃO

Tal qual a guerra entre as nações, a batalha entre o sol e a chuva é uma estupidez! O sol espalha calor e luz, secando o excesso de água nos campos e fazendo as flores desabrocharem em um espetáculo de luzes multicores.

A chuva ameniza o calor e sacia a sede dos seres vivos sobre a terra. Sem se excederem, com equilíbrio, tolerância e diálogo, tudo se resolveu porque a chuva, antes recalcitrante, aceitou o pacto necessário para o bem de todos. Agora poderei retomar minhas saudáveis caminhadas.

E assim, entre o sol e a chuva, a natureza segue seu curso, equilibrando luz e sombra, calor e frescor. Uma dança, de mãos dadas, que nos lembra que, mesmo nas lutas mais intensas, estúpidas e destrutivas há beleza e harmonia quando se prioriza a paz.