PERGUNTAS DO FERNANDO E RESPOSTAS DO EUGÊNIO

Prólogo

Fernando perguntou para o seu heterônimo Eugênio:

Amigo Eugênio... Diga-me o tipo de mulher ideal para homens especiais iguais a mim e você.

A RESPOSTA DE EUGÊNIO

Você se considera especial, mas eu não me considero especial. O sol nasce para todos, mas só os resilientes que aprendem com seus erros e bons ensinamentos alheios progridem tornando-se vencedores.

Há pessoas, não recíprocas, que só sabem e só querem ouvir um SIM, mas não sabem ao menos pedir nem agradecer. Essas pessoas fariam melhor se trabalhassem duro igual a mim e você.

Em atenção a sua pergunta passo a responder: O essencial para uma mulher perfeita é ser companheira, amiga, carinhosa, confiável, discreta, não ciumenta e não ser limitada quando se entregar em quaisquer lugares: No chuveiro, em cima da mesa ou na cama.

Mulher ideal é mulher feminina, atualizada, não acomodada, higiênica e não gostar de fazer cobranças. Precisa ser uma boa mãe, firme nas suas decisões (não esperar que o homem tome a iniciativa), carinhosa e sensual.

Enfim, na minha opinião, respeitando todos os entendimentos contrários, uma mulher especial deve ser companheira, cúmplice, amável, e se respeitar acima de tudo.

Como você define o ser humano? – Perguntou Fernando. – Eugênio respondeu com a voz baixa e educada, mas firme:

Nós seres humanos não somos iguais. Não somos piores nem melhores do que ninguém. Somos todos diferentes! Somos seres competitivos, vaidosos e/ou humildes, às vezes, indulgentes, cultos ou incultos, doentes ou sãos, palermas ou inteligentes.

Somos ambulantes, tais quais mortos-vivos sempre em busca de progresso, refúgio e proteção. Alguns humanos são acomodados e pidões, outros são guerreiros e não esperam imerecidas ou não caridades (assistencialismos). Só os fortes vão à luta pela sobrevivência!

Recalcitrante, Fernando perguntou para o Eugênio:

Como você entende que é o ser humano Eugênio? – Nesse instante os olhos de lobo, enviesados, de Fernando brilharam de um modo estranho, talvez esperando uma resposta bombástica e egocêntrica.

EUGÊNIO RESPONDEU SEGURO E SOLENE

Sou um homem que cultua, estribado nas virtudes

teologais, imoderadamente, a família, a saúde,

a cultura e a paz.

No momento sou a antítese do bem,

da luz e do cheiro, do prazer e da esperança...

Sou uma luz difusa que se autorregenera pela

força da paz que acredito ser possível alcançar.

Acredito viver em eterna provação aceitável

apenas porque, às vezes, creio ter e ser essa

força divina da natureza em transformação.

Enfim, minha palavra é magnética, licenciosa, embora considerada difusa, por ousar mergulhar na corrente do rio que representa o ser em êxtase, inseguro de suas potencialidades; impetuosa por usurpar pensamentos complexos, pontos nevrálgicos, metas intransponíveis e a deixar no cúmplice entrevistador e/ou leitor a inquieta ideia de perseguir essa aventura orgástica, impudica, talvez pervertida, revelada de forma simbólica, subliminal, mas satisfatória e lírica pelo menos para mim.

CONCLUSÃO

Este texto é fruto exclusivo de minha notável, mas pouco compreendida imaginação. Fernando e Eugênio são dois dos meus heterônimos que se mesclam em uma simbiose inexplicável deste autor que tenta, a todo custo, superar seus conceitos, ilações e limitações.

Solidão faz isso com a gente que, sem amigos ou amigas, por excesso e/ou falta de tempo, busca no próprio interior a segurança outrora existente nos bosques floridos da imaginação.