CONFISSÕES DO EUGÊNIO
Prólogo
Na música "Réu Confesso" Tim Maia (nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia) canta:
"Venho lhe dizer se algo andou errado
Eu fui o culpado, rogo o seu perdão
Venho lhe seguir, vim pedir desculpas
Foi por minha culpa a separação." – (sic).
A luxuria nada mais é que uma carapuça que uma pessoa decepcionada e triste veste para se fantasiar de felicidade e/ou prazer. Nessa pendenga sentimental, refiro-me ÀS CONFISSÕES DO EUGÊNIO, a incerteza causou-lhe mais sofrimento do que a triste realidade. – (Nota deste Autor).
O EUGÊNIO ARREPENDIDO
Estou profundamente arrependido! Durante muito tempo (mais de trinta anos) vivi nas trevas aceitando e acreditando na amizade de uma mulher ruim, usurpadora, desleal e interesseira.
Eu não percebia, mas a luxúria, isto é, a lascívia, libertinagem e/ou concupiscência, estavam me enterrando vivo e cego numa cova profunda da improbidade socioafetiva.
Isso ocorreu ao me envolver, emocionalmente, com uma criatura de má índole, de caráter esconso, distorcido e duvidoso.
Luciana (nome trocado em respeito à privacidade alheia) é uma pessoa, ao mesmo tempo, tempestiva e incompreensiva; desleal, ambiciosa, desonesta, desconfiada e ignorante. Entretanto, a lorpa é extremamente feminil e envolvente.
O DESCUIDO COM O PASSAR DO TEMPO
À medida que o tempo passava eu me enrolava mais e mais e me consumia pela paixão irresponsável, até que numa madrugada fria e chuvosa, de uma primavera contagiante, chorei copiosamente ouvindo Altemar Dutra, Fábio Júnior e Júlio Iglésias.
E bebendo um vinho tinto seco com queijo gorgonzola, na solidão do meu sofrido isolamento, se abriram meus olhos para enxergar o obvio erro que eu estava cometendo.
Diante da luminosidade que me livraria da cegueira danosa decidi me libertar do mal e da mentira destrutiva do bom senso para poder sussurrar em minhas preces:
Obrigado meu Deus! Graças a sua benevolência livrei-me da luxúria pela carne de quem não valoriza a honra da família e não se respeita como pessoa. Eu também tive culpa, mas hoje estou remido e regenerado por sua graça.
EUGÊNIO ESCREVEU UM ENIGMA?
Três jovens senhoras muito bonitas e preocupadas me procuraram. Todas se diziam inocentes embora reconhecessem que a carapuça era para elas como se fosse uma acusação indireta e ofensiva.
A elas prometi desvendar o enigma do meu heterônimo Eugênio. Perguntei ao enigmático Eugênio para quem era a indireta e ele, sempre muito educado, conciliador e respeitoso, me respondeu o seguinte:
EXPLICAÇÃO DO EUGÊNIO
Não lanço indiretas ao vento... Escrevo diretas exclusivas para quem for capaz de compreender minhas palavras. Ah! Também faço uma confissão necessária, sincera e honesta em busca de um perdão por acreditar ser merecedor de uma necessária paz.
Entendo que cada cabeça que abriga uma mente atormentada pela culpa, ingratidão e desconfiança reconhecerá a sua carapuça justa e na medida certa.
CONCLUSÃO
Infelizmente, creio que no mar das desconfianças e incertezas perdem-se valiosos tesouros. Acredito que nunca mais Eugênio e seu amor errante irão se encontrar porque assim como o óleo, que sempre estará sobre a água, Luciana e Eugênio sempre estarão sob uma carapuça perfeita e bem ajustada.
Os envolvidos nessa trama socioafetiva, onde as chamas dos horrores tormentosos lhes calcinaram os brios familiares, seguirão procurando seus caminhos floridos e iluminados como um refrigério para seus espíritos atormentados.
A carapuça serviu em Luciana? Ela se identificou com as confissões do Eugênio? Então que ela se olhe num espelho limpo para ter um reflexo exemplar. Que façam, Luciana e Eugênio igual aos criminosos que fazem "mea-culpa" e lamentam as consequências dos seus danosos atos.