Outro o Ano!
A madrugada conforta o silêncio
Ele repousa
E desperta minha solidão
Que me encara no espelho
Olhos pesados, secos
Na vida sempre há
O que descobri
Cavei tão fundo
Que a alma escorreu
Uma dor sem igual
Vi nascer
Durantes esses dias ela caminha no meu corpo
Os cães
A orquestra da madrugada
No escuro do meu quarto
Repenso a vida
A chuva tímida de passagem
Lágrimas se fazem alheias
Um vida quase inteira
Se perdeu na imensidão
Dessa madrugada
Queria um mergulho
Sentir algo
Fazer alguma coisa
Minha mente
Mente,tenta resistir
Nunca estive aqui
No fundo da alma
No nosso vazio
Um breu só
Não pode gerar nada bom
Segue o tic tac
Sem rolegio
O ventilador briga com calor
O corpo busca amor
Não acontece nada
Entrou o ano
E eu fiquei em dezembro
Não há prédio pra pular
Nem uma corda pra entrelaça
Só uma constante queda
Não chego no fim
Não tem fim esse abismo
Pelo dia zumbi
Nem morto
Nem vivo
Olhos querem pular do rosto
O corpo quer libertar alma
Entrou o ano
Estou aqui em dezembro
Viajante do tempo
Dessa vez
Me perdi