ESTOU SEMPRE SOZINHO

Prólogo

Todas as vezes que ouço “Now We Are Free”, composição de Hans Zimmer e interpretado por Lisa Gerrard, sinto-me sozinho, volitando num trigal viçoso e sem-fim. – (Nota deste Autor).

AS POUCAS AMIZADES

Afirmo o que todos sabem, mas negligenciam com naturalidade. Durante as nossas breves ou longas existências conquistamos poucas, talvez pouquíssimas, leais, honestas e sinceras amizades.

O verdadeiro amigo (a) não é aquele (a) que nos elogia o tempo todo. O leal, excelente e sincero amigo (a) também faz críticas, ensina com paciência e maestria, e nos faz compreender que nada é tão bom que não possa ser melhorado.

Com o passar do tempo apenas algumas dessas amizades permanecem presentes em nossas vidas socioafetivas, profissionais, e se adaptam aos nossos defeitos, hábitos, usos e costumes.

Outras, por motivos desconhecidos diversos (conveniências familiares, sociais, funcionais, religiosos, conjugais etc.), e até de foro íntimo, pela afetividade pouco ou não cultuada... Afastam-se!

NÃO SOU O CULPADO

Infelizmente, para mim, esses amáveis, considerados e respeitáveis amigos e/ou amigas desaparecem tal qual gota d’água num oceano revolto. Por isso, sem eu querer, me transformaram num misantropo, mas não sou o culpado.

Vivo só com meu pragmatismo incompreendido, minha lealdade rara, seriedade considerada bisonha e meus defeitos de fábrica. Assim é a vida. Mesmo envolto por uma multidão estou sempre sozinho!

UM ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO

Preciso esclarecer que não tenho aversão às pessoas, tampouco prefiro a solidão. Minha misantropia é caracterizada por eu não expressar alegria em situações em que normalmente pessoas, onde se encontram, estão supostamente felizes.

Estou sempre sozinho por acreditar que a felicidade é uma jornada de contínua realização, não um ponto de chegada. Continuo caminhando, progredindo, mas praticando o desapego.

CONCLUSÃO

Já aprendi que as pessoas felizes são em geral mais sociáveis e capazes de suportar as frustrações causadas por expectativas alimentadas por atitudes alheias.

Pessoas felizes geralmente são mais amorosas e dispostas ao perdão. Aprendi também que felicidade é estar com a autoestima sublimada; estar com o corpo, mente e espírito em perfeita harmonia.

A felicidade está associada a uma paz interior que oligofrenia ou ingratidão alheia nenhuma são capazes de tirar. Enquanto eu não alcançar essa plenitude ou dádiva estarei sempre sozinho.