O ONTEM, O HOJE E O AMANHÃ

Prólogo

Quero dedicar este texto a todas as pessoas que lutam pela superação de suas obliteradoras conveniências religiosas, funcionais e socioafetivas. – (Nota do Autor).

VERDADES COMPARTILHADAS

Eu sei que a doce e melancólica espera de uma iniciativa pessoal precisa se sobrepor a tudo e a todos, mas o tempo é inexorável e por isso... O passado deve ser esquecido. O presente tem que ser vivido.... E o futuro a Deus pertence.

O ontem e o hoje passaram rápidos. Quase não percebermos essas irreparáveis perda de tempo e expectativas enaltecidas e por nós sublimadas.

O meu sapientíssimo heterônimo Eugênio já dizia: "A vida tem mais graça quando nos comunicamos, convidamos o outro para conhecer a nossa vida interior.". Noutra ocasião ele me disse: "A finalidade da comunicação é fazer-se entender. Mas há quem prefira se desentender.".

A FALTA DE UMA COMUNICAÇÃO

Nesses momentos (Ontem e Hoje)... Nem você nem eu dissemos um ao outro bom dia, boa tarde ou boa noite. Não houve tempo. O mais importante na comunicação é compreender o que não foi dito. Não possuímos, ainda, essa capacidade.

Notícias ruins minaram nossas esperanças e nossas conveniências pessoais e sociais nos impediram de fazermos prosperar um colóquio apenas iniciado numa explosão, aspergindo o cheiro frio de uma indiferença que dói.

Aonde vamos e onde queremos chegar não sei. A única certeza é a minha peleja recalcitrante em controlar essa dificuldade que temos de melhorar nossa comunicação. Não há culpados, mas sinto que isso não é bom e talvez seja péssimo para um provável e ansiado reencontro.

PERGUNTAS SUSSURRADAS

Ouso perguntar num sussurro tímido, temeroso de ouvir uma resposta indesejada, talvez embargada pela emoção e/ou insegurança de quem antes não temeu se entregar. Mesmo assim ousarei perguntar: Queremos quebrar as barreiras dos preconceitos e/ou hipocrisias sociais?

Desejamos substituir o cheiro da terra molhada pelo aroma doce do absinto que faz tempo não sinto? Devemos permitir passar o tempo que não temos para ver no que isso vai dar?

Tenho minhas certezas e verdades que, provavelmente, são diferentes das suas. Grifam-me sons de cor e de perfumes misturado com suores de corpos agitados numa noite fria e chuvosa.

Mas quando acordo desse sonho colorido, às vezes, cinzento e agitado, percebo que estou sozinho e tudo se repete no ontem e no hoje que temo não se transmudarem num desejado amanhã iluminado.

CONCLUSÃO

Sabemos que o vitimismo não leva ninguém a lugar nenhum. Não basta desejarmos ter um futuro melhor do que o de ontem e mais excelente do que o de hoje. É necessário lutarmos arduamente e agirmos escudados pela discrição, lealdade e respeito mútuos.

A paixão que nos envolve haverá de subjugar as antes carícias tempestivas e rudes. Os sentimentos ardentes, vermelhos, precisarão de uma metamorfose divina para debelar o incêndio dos nossos corpos hoje em chamas apenas surreais.

Precisamos rever nossos conceitos sobre o certo e o errado e nossas compreensões necessitam de uma criteriosa revisão. Só assim ousaremos conquistar um amanhã não apenas esperançoso, mas sobretudo diferente do ontem e de hoje, mas sem esquecermos que o futuro a Deus pertence.