A origem e a estrutura do conto
O conto tem origem desconhecida e remonta aos primórdios da própria arte literária. Segundo Massaud Moisés, alguns exemplares podem ser localizados antes do nascimento de Cristo, como "O Naufrágio de Simônides" de Fedro e "A Matrona de Éfeso" de Petrônio na Antiguidade Clássica.
No Século XIX, o conto se distancia da novela e do romance adquirindo espaço próprio. Grandes contistas surgem no mundo inteiro: Edgar Allan Poe nos EUA, Maupassant na França, Eça de Queirós em Portugal e Machado de Assis no Brasil.
A estrutura do conto
Na estrutura do conto há um só drama, um só conflito. Ele rejeita as digressões e as extrapolações, pois busca um só objetivo, um só efeito. Com isso, a dimensão do conto é reduzida: o autor usa a contração, isto é, a economia dos meios narrativos. Essa preferência pela concisão e a concentração dos efeitos torna o conto uma narrativa curta. Uma característica importante é que ele termina justamente no clímax, ao contrário do romance em que o clímax aparece em algum ponto antes do final.
O espaço físico da narrativa normalmente não varia muito devido à própria dimensão do conto. A variação temporal não importa: o passado e o futuro do fato narrado são irrelevantes. Caso seja necessário, o contista condensa o passado e o expõe ao leitor em poucas linhas.
Devido a essas características (pequena extensão e pouca variação espacial e temporal) o número de personagens que participam do conto é pequeno. Também não há espaço para personagens complexas: a ênfase é colocada em suas ações e não em seu caráter.
É claro que essas características do conto podem variar de uma época para outra, mas essas variações ocorrem em maior ou menor grau constituindo sempre uma estrutura básica que configura o gênero.
Bibliografia:
GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do Conto. São Paulo: Ática, 1987.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974.