Gloriosa ilusão
Quando um escritor escreve um livro, ele tem a doce ilusão de publicá-lo, para ver seu trabalho permear nas mãos dos seus leitores.
Mas ele não é famoso e não tem seu nome na mídia, será que alguma Editora arriscaria em publicar o seu trabalho?
Pois bem; depois de passar horas, dias e longos meses, queimando as pestanas madrugadas afora, corrigindo ou desmanchando e refazendo textos, para levar ao leitor um trabalho sério, termina de escrever o seu livro. Mas é aí que começa o verdadeiro inferno do escritor. Ele submete os originais do seu trabalho a dezenas de Editoras e, espera dias, meses e anos pela resposta afirmativa, mas a resposta é sempre um sonoro não! Sem ter outra alternativa, o escritor acaba publicando seu trabalho através do sistema independente. Paga caro! Mas não há outra solução para ver o seu trabalho publicado.
Também não termina por aí. Como divulgar seu trabalho para ter boa comercialização, sabendo-se que, sem divulgação ninguém consegue vender seus livros? Mas divulgar um trabalho não é fácil e custa caro, muito caro. Aliado a tudo isso, há outro problema: como fazer a distribuição nas Livrarias, se elas são milhares espalhadas por este Brasil afora? Pode-se dizer que é quase impossível.
Então, ele coloca os livros debaixo do braço e sai por ai tentando vender aos amigos, aqui e ali. Assim, de escritor ele se transforma em simples vendedor.
É uma gloriosa ilusão, mas será que vale a pena?
É quando me quedo a pensar: “Não seria mais fácil pegar pelo braço algum garoto ou garota de programa e escrever um diário sobre a sua vidinha?” Nesse caso você não tem que criar nada é muito fácil por que tudo está na cabeça do garoto, ou da garota é só ouvir e anotar. Depois, basta algum remendo na gramática e pronto. Penso que qualquer Editora aceitaria publicar o livro sem o escritor gasta nada. Ganha a Editora, o escritor, o garoto, ou garota de programa, porque o livro venderia facilmente, aos milhares.