Os dois lados do consagrado "TE AMO" (com justificativa)

Recentemente, inserimos, neste nosso espaço,

a frase "TE AMO", com o seguinte complemento (incompleto):

"TE AMO"..."a mais verdadeira das manifestações sentimentais..

a mais grosseira das aberrações gramaticais"...

Assim posta, a frase acha-se vaga. Não foi apre-

sentada a justificativa necessária para o uso da expressão "a mais grosseira das aberrações gramaticais". Por isso, aqui vai essa justifi-

cativa:

É que temos um conteúdo gramatical chamado COLOCAÇÃO PRONOMINAL(ou colocação dos pronomes oblíquos),e, ao estudarmos o primeiro dos três casos - a PRÓCLISE, que consiste na colocação do pronome pessoal oblíquo ou átono ANTES do verbo - a

Gramática nos ensina , GRAMATICALMENTE FALANDO, É INCORRETO QUALQUER FRASE COMEÇAR POR UM PRONOME OBLÍQUO (e, na frase

acima, é o que acontece : A frase começa com o pronome pessoal do

caso oblíquo "TE"). (A propósito, os pronomes oblíquos átonos são :

me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, os, as, lhes).

Portanto, a mesma frase, com a mesma carga de

sentimentalismo, para estar enquadrada nos padrões gramaticais, de-

veria sofrer apenas esta pequena alteração :

Ao invés de : "TE AMO",

deveríamos dizer :

EU TE AMO

(Repare que, com essa quase imperceptível alteração, a frase já não estaria começando pelo pronome oblíquo,

mas sim, agora, pelo pronome pessoal do caso reto "Eu").

"Tamos" entendidos?

(Agradeço a minha querida e - parece - assídua

leitora Luna Steinhertz - parece que é assim que

se escreve - que, num comentário oportuno, me

alertou a respeito desse "pequeno" detalhe invo-

luntariamente omitido por mim. Valeu, lindinha!)

pedralis
Enviado por pedralis em 02/11/2007
Código do texto: T720818
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