Os dois lados do consagrado "TE AMO" (com justificativa)
Recentemente, inserimos, neste nosso espaço,
a frase "TE AMO", com o seguinte complemento (incompleto):
"TE AMO"..."a mais verdadeira das manifestações sentimentais..
a mais grosseira das aberrações gramaticais"...
Assim posta, a frase acha-se vaga. Não foi apre-
sentada a justificativa necessária para o uso da expressão "a mais grosseira das aberrações gramaticais". Por isso, aqui vai essa justifi-
cativa:
É que temos um conteúdo gramatical chamado COLOCAÇÃO PRONOMINAL(ou colocação dos pronomes oblíquos),e, ao estudarmos o primeiro dos três casos - a PRÓCLISE, que consiste na colocação do pronome pessoal oblíquo ou átono ANTES do verbo - a
Gramática nos ensina , GRAMATICALMENTE FALANDO, É INCORRETO QUALQUER FRASE COMEÇAR POR UM PRONOME OBLÍQUO (e, na frase
acima, é o que acontece : A frase começa com o pronome pessoal do
caso oblíquo "TE"). (A propósito, os pronomes oblíquos átonos são :
me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, os, as, lhes).
Portanto, a mesma frase, com a mesma carga de
sentimentalismo, para estar enquadrada nos padrões gramaticais, de-
veria sofrer apenas esta pequena alteração :
Ao invés de : "TE AMO",
deveríamos dizer :
EU TE AMO
(Repare que, com essa quase imperceptível alteração, a frase já não estaria começando pelo pronome oblíquo,
mas sim, agora, pelo pronome pessoal do caso reto "Eu").
"Tamos" entendidos?
(Agradeço a minha querida e - parece - assídua
leitora Luna Steinhertz - parece que é assim que
se escreve - que, num comentário oportuno, me
alertou a respeito desse "pequeno" detalhe invo-
luntariamente omitido por mim. Valeu, lindinha!)