A lírica e teoria da história
Lírica era um gênero poético, cujo traço a melodia.
A música era divina como criação do espírito, um meio de alcançar a perfeição.
A música e a poesia elevavam o homem ao Olimpo como um modo moral - o Ethos: corpo e alma se embalam ao ritmo da lira: os ritmos sensuais, religiosos, guerreiros, criativo (Filme: Narrativas de Nárnia)
Surge a tradição: teatro, música e declamação nos cantos e poesia: melodias-padrão, tragédias cantadas.
Era o apogeu da civilização helênica (séc. VI ao IV a.C.).
Com a conquista da Grécia pelos romanos, a lírica foi apropriada em
outro contexto.
http://5f-egito-mitologia-religiosidade.blogspot.com/2009_05_01_archive.html, disponível no google, às 21;05
Trovadorismo
Symphonia da Cantiga 160, Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio - Códice do Escorial. (1221-1284).
Trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa com Portugal Independente (séc. XII).
A lírica medieval galaico-português possuiu características próprias...
Classificação das cantigas:
A cantiga de amor
A cantiga de amigo
A cantiga de escárnio
A cantiga de maldizer
Os trovadores medievais escreviam em pergaminhos, por exemplo, em pergaminho Vindel
Quatro teses fundamentais da origem(cânon em formação?) dessa poesia:
a tese arábica,
a tese folclórica
a tese médio-latinista, ,
a tese litúrgica (tradição litúrgico-cristã)
OBS: As teses são insuficiente em si mesma.
Trovador mais antigo:João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente por volta do ano 1200: "Ora faz host'o senhor de Navarra",
Paio Soares de Taveirós:"Cantiga de Guarvaia" ou "Cantiga da Ribeirinha" por ter sido dedicada à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha.,
Conde D. Pedro, Conde de Barcelos,D. Pedro de Barcelos, filho primogênito bastardo de D. Dinis, compilador das cantigas
("Livro das Cantigas" para o sobrinho, D.Afonso XI de Castela)
O teocentrismo estruturava a cantiga de amigo, cujo amor era espiritual e inatingível.
As cantigas,tornaram-se coletâneas de canções ou Cancioneiros (livros de trovas).
Três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" (Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana".
Mais cantigas à Virgem Maria, do rei Afonso X de Leão e Castela;prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara e as novelas de cavalaria (a demanda do Santo Graal).
A cantiga de amor
O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.
Origem em Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (ou pastor; porque, em galego-português, não havia o feminino).
Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". À sua amada se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (o bem nas trovas).
Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. (patriarcal e teológica...)
São tipos de Cantiga de Amor:
- Cantiga de Maestria: sem refrão, nem estribilho, nem repetições
- Cantiga de Tense ou Tensão: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher.
- Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora (plebéia).
- Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.
Ex: lírica galego-portuguesa (de Bernal de Bonaval):
"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a
Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."
Ex: lírica galego-portuguesa (de Bernal de Bonaval):
"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a
Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."
* Amor cortês; vassalagem amorosa.
* Amor aristocrático das cortes.
* com influência provençal.
* Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhora".
A cantiga de amigo
origem popular (marcas da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho),
Facil à memorização.
o eu-lírico é uma mulher (o autor era masculino), que canta seu amor pelo amigo (namorado), em diálogo com sua mãe ou suas amigas.
A jovem se inicia no amor, lamenta a ausência do amado (guerras) ou canta sua alegria pelo encontro.
não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo.
Ex: D. Dinis – cantiga de amigo
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
* Eu lírico feminino.
* Presença de paralelismos.
* Predomínio da musicalidade.
* Assunto Principal: o lamento da moça cujo namorado partiu.
* Amor natural e espontâneo.
* Amor possível.
* Ambientação popular rural ou urbana.
* Influência da tradição oral ibérica.
* Deus é o elemento mais importante do poema.
* Pouca subjetividade.
A cantiga de escárnio
o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa.
trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, os "equívoco".
O cômico verbal, dependente do emprego de recursos retóricos.
A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. Exemplo de cantiga de escárnio.
Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! (…)
satirizada não é identificada.
* Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades
* Ironia
Cantiga de maldizer
Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
Ex: Joan Garcia de Guilhade
"Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!
Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!"
sátira é indireta e não cita nome da pessoa. Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de Maldizer, pois contém todas as características diretas como sátira da "Dona".
* Horácio: Odes
* Virgílio: Bucólicas
* Catulo: O livro de Catulo
* Antero de Quental
* Cesário Verde
* Camilo Pessanha
* Fernando Pessoa
* Federico García Lorca
* Rubén Darío
* Jorge Luis Borges
* Octavio Paz
* Victor Hugo
* Charles Baudelaire
* Stéphane Mallarmé
* Paul Verlaine
* Paul Valéry
* Arthur Rimbaud
* Giacomo Leopardi
* Lord Byron
* Percy Bysshe Shelley
* John Keats
* T. S. Eliot
* William Butler Yeats
* Edgar Allan Poe
* Walt Whitman
* Johann Wolfgang von Goethe
* Friedrich Hölderlin
* Rainer Maria Rilke
* Vladimir Mayakovsky
* Luís Vaz de Camões
Bibliografia de textos sobre memórias literárias à parte:
ENEIDA OLHARES DE UM CIDADAO Publicacoes AEM UFMG.mht | ( 67.42 KB )
ENEIDA Publicacoes AEM UFMG.mht | ( 13.53 KB )
OLIVIA PURISCO ABREU MEMORIAS DE ARQUIVO.
O ACERVO COMO MUSEU Publicacoes AEM UFMG.mht | ( 38.80 KB )
REINALDO MARQUES Publicacoes AEM UFMG.mht | ( 56.69 KB )
RODRIGO SANTOS DE OLIVEIRA. RECEPCAO POETA DA MORTE Publicacoes AEM UFMG.mht | ( 64.56 KB )
THAIS O DISCURSO DA AUSENCIA EM ARQUIVOS E MEMPORIAS Publicacoes AEM UFMG.mht | ( 33.44 KB )