SONDEL – TEORIA GERAL (Parte 1)

SONDEL – TEORIA GERAL

Buscando novas propostas para o gênero lírico, por meio da poesia, e inspirado na beleza que os Sonetos (expressão clássica da poesia) e os Cordéis (expressão popular da poesia) proporcionam, surge o estilo literário de conteúdo lírico denominado SONDEL. O sondel - de som + el, literalmente Som do céu – tem a sua gênese no ano de 2019, na Região Nordeste do Brasil, especificamente na cidade de Alexandria-Rn, pelo poeta/historiador Antônio Miranda de Freitas Júnior (1979...) cujos primeiros versos foram publicados em sua obra Êxodus in Poesia (2019).

Representante da poesia lírica, o sondel é uma composição caracterizada tanto pela linguagem formal e informal nos versos, acompanhado pela beleza das rimas e, na maioria dos casos, o rigor da poesia erudita representado pelo uso da métrica nos versos onde, geralmente trabalha-se a redondilha maior e menor (versos de 7 e 5 sílabas), os Decassílabos (versos de 10 sílabas) e os Dodecassílabos (versos de 12 silabas poéticas). No caso dos versos decassílabos, o ritmo e a sonoridade são demarcados pela tonicidade nas sílabas poéticas, como veremos na sequência.

Quanto a estrutura estrófica, o sondel se constitui de uma quadra e mais duas estrofes, que varia conforme o modelo do sondel: quinteto, sextilha, septilha, oitava ou décima. Nesses modelos teremos no quarteto a parte introdutória do tema e a “elevação” do assunto, seguida de um desenvolvimento das ideias do pensamento do autor (duas estrofes – que varia conforme o modelo do sondel: quintilha, sextilha, septilha, oitava ou décima) terminando com uma conclusão, que aparece na última estrofe. Essa é, em geral, a estrofe "chave-de-ouro", porque estabelece significado global do poema.

Vale ressaltar que o Sondel também pode ser construído de forma livre (Sondel Livre), ou seja, fora da métrica também chamados de versos irregulares e com diferentes distribuições de rimas. No esquema livre, o Sondel se torna independente em relação as estruturas fixas da métrica, porém, se submete à forma do poema - conforme a proposta – e com a musicalidade com as rimas (som do céu).

CARACTERÍSTICAS DO SONDEL

1. ESTROFES:

Estrofe é um agrupamento rítmico formado de dois ou mais versos, que, em geral, se combinam pela rima.

Na estruturação estrófica, o sondel pede 3 estrofes, sendo 1 quarteto seguido por 2 estrofes (Quintilha, Sextilhas; Septilhas. Oitavas ou Décimas).

• Quarteto ou Quadra: estrofe formada por quatro versos.

• Quintilha: estrofe formado por cinco versos;

• Sextilha: estrofe formada por seis versos.

• Septilha: estrofe formada por sete versos.

• Oitava: estrofe formada por oito versos.

• Novena: estrofe formada por nove versos.

• Décima: estrofe formada por dez versos.

2. TEMAS:

Quanto ao tema, ao assunto do sondel, este deve percorrer as 3 estrofes, ter uma chave de abertura no quarteto e um desenvolvimento e fecho nas demais estrofes. Não se pode dividir o tema do poema em partes, tratando uma no quarteto e outra nas demais estrofes.

Abaixo um exemplo de Sondel (em septilha):

NOVO ENXERGAR

Repare que tem muita gente,

Que não vive uma vida plena,

Vive correndo atrás do vento,

E se perdendo em tristes cenas

Já cansei de lemas sem temas,

Nesse despúdico endoidar!

Que frente as ilusões desta vida,

Nos induz a rir ou chorar!

Entre as escórias e os entulhos,

E entre as retas ou pedregulhos,

O que importa mesmo é chegar!

Acredite que sempre dá

Pr’enxergar um pouquinho além!

Além das lesões desta vida,

Pois ninguém vive sem ninguém!

Nos desertos da caminhada,

O vento chega e varre a estrada,

Porquanto, Deus sempre intervém!

ANTONIO MIRANDA DE FREITAS JÚNIOR

FREITAS JÚNIOR
Enviado por FREITAS JÚNIOR em 04/06/2020
Reeditado em 08/06/2020
Código do texto: T6967994
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