SIMBOLISMO
De acordo com Massaud Moisés (2013), o Simbolismo é um movimento literário que surgiu na França no final do século XIX, com a publicação do soneto "Correspondência" em "As flores do mal" de Charles Baudelaire.
Sua escrita inaugura uma verdadeira revolução poética, de onde vieram o Simbolismo, o Decadentismo, o Surrealismo, entre outros. A partir de 1882, passa-se a utilizar o termo "decadente" para indicar o novo gênero da poesia. Com isso, os "decadentes", seguindo os passos de Baudelaire, pregavam a anarquia, o satanismo, as perversões, a morbidez, o pessimismo, ao mesmo tempo que cultuavam neologismos e vocábulos preciosos.
Em 1886, Jean Moréas publica um manifesto literário, no qual define pela primeira vez o que chama de Simbolismo, termo que viria substituir o Decadentismo. Desse modo, estava instalado e definido o Simbolismo na França, que de lá se alastraria pelo resto do mundo.
Dentre as características deste movimento, destacam-se: antipositivismo, antinaturalismo e anticientificismo. Assim sendo, há uma busca do "eu" e de suas camadas mais submersas (inconsciente/subconsciente), não sendo, entretanto, possível descrever o inefável, o que restava aos simbolistas apenas um meio: a sugestão.
No tocante à métrica, defendem o poema em prosa, o verso livre, com sinestesias. Em suma, uma busca pela "poesia pura", criação de um mundo utópico. Foi justamente na poesia que o Simbolismo se realizou de modo vasto.
Dentre os grandes poetas desse período, encontra-se Camilo Pessanha, onde a poesia e a vida se tornaram congruentes. Nele, o Simbolismo manifesta-se em todas as suas características fundamentais, especialmente como música, sugestão e símbolo.
Em Portugal, o simbolismo é instaurado por Eugênio de Castro com seu livro "Oaristos", de 1890. Quanto a Álvaro Gomes (1986), podemos dizer que este distingue três correntes diversas quanto às inovações formais da poesia simbolista em Portugal. A primeira diz respeito a uma escrita ainda marcada pelos resquícios do Parnasianismo; A segunda trata de uma poesia memoralista; A terceira, na qual Camilo Pessanha é o maior representante, busca uma expressão fluida, quase transparente.