SEMINÁRIO DE LITERATURA - MODERNISMO (cont. 3)

4---REVISTAS - 1-KLAXON (som da buzina externa dos carros da época) - a pioneira, grande veículo de afirmação do movimento modernista, circulou logo após a apoteótica Semana, 9 números, entre 1922/23: crônicas, poemas, gravuras, anúncios - editorial do primeiro número: "Klaxon não é futurista. Klaxon é klaxista." - publicação aberta à constante experimentação, busca do atual, proclamação de que "arte não é cópia da realidade", exaltação do progresso; aproveitamento da linguagem da arte recém-criada, o cinema. - MÁRIO DE ANDRADE, OSWALD DE ANDRADE, MANUEL BANDEIRA, MENOTTI DEL PICCHIA, ANITA MALFATTI, DI CAVALCANTI. ----- 2-ESTÉTICA - Circularam 3 números, entre 1924/25, nacionalismo estético, arte em expressão brasileira. - Direção de SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, diversos colaboradores, entre eles BANDEIRA e DRUMMOND. ----- 3-A REVISTA - Primeira publicação modernista mineira, 3 números, entre 1925/26 - editorial do primeiro número escrito por DRUMMOND, poeta ainda inédito em livro. ----- 4-TERRA ROXA E OUTRA TERRAS - 1926, certo tom jocoso. -- ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO, LUÍS DA CÂMARA CASCUDO, SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA. ----- 5-VERDE - Circulou entre 1927/29, grupo de jovens escritores do interior mineiro, Cataguases, cidade em desenvolvimento e modernização, consolidação do cinema de HUMBERTO MAURO. ----- 6-FESTA - Circulou entre 1927, primeira fase, e 1933/35, segunda fase, acentuado caráter espiritualista de tradição católica, valorizando a herança simbolista, sem irreverências rejeitada pela maioria dos modernistas. -- ADONIAS FILHO, MURILO ARAÚJO, CECíLIA MEIRELES, a colaboradora mais importante. ----- 7-REVISTA DE ANTROPOFAGIA - Duas fases ou "dentições", em 1928/29 e 1929, total de 26 números, impressos em página inteira no jornal Diário de São Paulo - no número 1, afirmava "não ter orientação ou pensamento de espécie alguma, só estômago"; a segunda "dentição" trouxe a público dissidência entre as facções literárias, revelando impasse da primeira fase, sempre defendendo a brasilidade em todos os setores da vida do país - além da literatura crítica a sociedade brasileira, cultura e história do país.

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Sobre MÁRIO DE ANDRADE - Estreou em 1917 com obra poética "Há uma gota de sangue em cada poema", ainda sob influência parnasiana. Sua primeira obra moderna é de 1922, "Pauliceia desvairada", em que sua poesia se liberta totalmente do formalismo métrico. Em "Clã do jabuti" e "Losango caqui", ambas obras poéticas, tenta abrasileirar a linguagem, usando modismos e temos de cunho popular. Na ficção, folclore e etnografia, no afã de encontrar um tipo, "Macunaíma", sua mais feliz realização. A fala coloquial, novo enfoque léxico-sintático, são experiências tanto nos romances "Macunaíma" e "Amar, verbo intransitivo", como nos contos "Belazarte" e "Primeiro andar".

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NOTA DO AUTOR:

HUMBERTO MAURO, cineasta - Um dos pioneiros do cinema brasileiro, sempre com temas nacionais - fez filmes de 1925 a 1974.

(Segue.)

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 18/01/2020
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