CARTA SELADA... * Parcerias.
Quieta em meu silêncio, penso onde vc pode está?
Caminho por entre tantas flores deste jardim...
Será que lembras de mim?
Silêncio e desejo a arder assim...
E esta sua carta que nem sequer abri ...
Sem coragem de te ver, de te ler e me despedir...
Sinto teu amor na pele, nas mãos, na boca, nas angústias do meu dia, a se espalhar por todo meu ser...Sinto teu amor em minha vida, mas é apenas um lindo sonho...
Ibernise feat Ranhxs . (Poema Livre)
Indiara (GO), 03.09.2007/ Primeiro contato Orkut
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.
Este texto gerador “Carta Selada” foi feito em parceria, no Orkut e usado para a composição de cada poema da série “Carta Selada”. Esta parceria é uma oficina do Método de Ibernise para Fazer Poemas.
II- E O VENTO LEVOU?
Perdida em lembranças estou a sentir...
Esta carta nas mãos, emoção e o vazio,
Silêncio e desejo, sobre o meu existir...
Esta angústia íntima é sentimento frio...
Que me assedia me lembra na emoção
Do nosso aconchego quase nada restou...
Que pode estar escrito? Uma desilusão...
Ao abrir esta carta vou saber, acabou?
A tristeza se espalha por todo meu ser
A boca, a pele, sinto medo, vou abrir...
Querida perdoe, precisa me esquecer...
O sol ofusca a visão,e a face a sorrir...
Passos firmes e as lágrimas teimosas
Que cintilam, escorregam sem resistir,
Surge afinal um horizonte sem rosas...
Eu vou pensar no amanhã, e me decidir...
Parceria Ranxhs/Ibernise (MSN). Indiara (GO), 09.09.2007. 15:00 horas.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.
Primeira oficina do Método de Ibernise para Fazer Poemas. Caro leitor no meu livro Série Didáticas você verá esta oficina passo a passo. Durante a construção deste poema que foi feito no MSN.
III- PAPEL DE AMOR*... (RONDEL)
Olho sua carta num canto
Tremo só ao tentar abrir...
Eu te sinto em cada pranto
Que derramo, Amor, por ti...
E quando ousava me despir,
Mostra sem máscara, manto...
Olho sua carta num canto
Tremo só ao tentar abrir...
Se nestas linhas te encontro,
E se não estás a se despedir?
Esse sonho é o meu encanto
Eu não posso te deixar seguir...
Olho sua carta num canto...
Ibernise feat Ranxhs . Indiara (GO), 03.09.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.
Poema feito em of a partir das discussões e apreciações sobre o texto gerador.
IV- REENCONTRO*
Estou quieta e em silêncio...
Não posso te deixar partir...
Olho tua carta, a essência,
Do teu amor que ficou aqui...
Sinto teu amor Minha vida
E tudo o que ficou em mim...
Selada deixaste, esta missiva
Mas não posso abri-la assim...
Penso em ti... Onde andarás?
Tu estás em tudo o que vejo
Na pele e mãos, não te vás...
Epístola és meu puro desejo...
Decido ir a ti, num repente,
Encontro no papel, já aberto...
Leio, aos pulos, tão contente...
Corro ao teu abraço... Certo.
Ranxhs/Ibernise . Indiara (GO), 03.09.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.
Poema feito em of a partir das discussões e apreciações sobre o texto gerador.Resultados com aproveitamento de sugestões e correções de ambas as partes.
II- CONHECENDO UM POUCO DE TEORIA LITERÁRIA
A justificativa literária para chegar-se ao conceito de versos brancos e livres, pode ser a licença poética.
Sobre Licença poética
A licença poética é a liberdade concedida a um artista, não necessariamente um poeta, para se expressar criativamente, sem obediência rígida a um cânone, a uma gramática, a um código ou a um modelo convencional de escrita. Ao sabor deste tipo de liberdade, é possível encontrar os mais diversos desvios à norma poética, desde rimas falsas a versos de métrica irregular, desde temas obscenos em épocas de contenção moral a mistura de várias formas de expressão literária na mesma composição.
...Aristóteles tolerou na Poética (1460a, 26) este tipo de liberdade, encorajando os poetas a aproximarem-se das “coisas possíveis” pela verosimilhança: “De preferir às coisas possíveis mas incríveis são as impossíveis mas críveis”.
O importante, para validar aos olhos do público leitor a legitimidade da licença poética, é que os fins da poesia livre sirvam os meios utilizados....
Sobre Fernando Pessoa, o Professor Trochee, num didáctico texto, “Ensaio sobre Poética: Escrito para edificação e para a instrução dos pretensos poetas” (s.d.), comenta:
“Espero escapar ao ridículo universal ao afirmar que, teoricamente, a poesia é susceptível de escansão. Gostaria, porém, que ficasse claro que concordo com o Sr. A. B. quando afirma que a escansão estrita não é de todo necessária para o sucesso e mesmo para o mérito de uma composição poética.
...William Shakespeare ou Shakspere que viveu há alguns séculos. Tinha por hábito cortar, ou acrescentar, uma ou mais sílabas nos versos das suas numerosas produções, e se era inteiramente permitido naquela época de beleza quebrar as regras do bom senso artístico e imitar algum obscuro escriba, ousarei recomendar ao principiante o prazer desta liberdade poética.” (Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa, trad. de Luísa Medeiros [Atribuído inicialmente ao Dr. Pancrácio], Teresa Rita Lopes, Estampa, Lisboa, 1990).
Hoje aceita-se que nenhuma forma de expressão literária pode estar sujeita a regras castradoras da sua concretização artística.
Citação do post da RoseBib.: Marjorie Perloff: Poetic License: Essays on Modernist and Postmodernist Lyric (1990).LICENÇA POÉTICA (postado fórum do site Luso Poemas em 24.05.2008 por Helen de Rose)
Alexandre Tambelli, poeta, afirma: “O escritor e poeta, primeiramente devem conhecer e praticar o que são as possibilidades clássicas de escrita poética para então, numa ruptura consciente, se fazer valer de uma licença poética. (Licença Poética é a expressão metafórica pronunciada e de forma livre por um poeta (um artista, um escritor).Fernando Pessoa afirmando que ele tinha noção completa da criação poética clássica, o tempo em que viveu era de ruptura com a tradição clássica: métrica, rima, ritmo, etc. Ele está inserido no Modernismo, que tem um olhar diferenciado para a realidade e como representá-la através da Literatura. "
Segui-se a justificativa do poeta luso ...”O Modernismo buscou maior verossimilhança para as novas realidades abordadas (exemplo: a temática social - urbanização e seus efeitos) através do verso livre, branco, das figuras de linguagem como a onomatopéia, etc e ele, nos seus primórdios, deixou em segundo plano a temática amorosa - a temática principal da Poesia clássica.
Fernando Pessoa daria opinião e ensinamentos favoráveis à ruptura ao modelo clássico de Poesia, porém começou do começo: lendo a Poesia Clássica...”
Tambelli complementa: “... Poetas que crêem não ser necessário conhecer métrica, ritmo, rima, versos alexandrinos, heróicos, figuras de linguagem, etc. porque são ultrapassados elementos do poema...“ encaram esta linha de pensamento como camisa de força, caixas, hermeticidade poética, tecnicismo,etc... O que impediria a possibilidade do fluir completo das emoções do poeta...
No entanto esta polêmica, entre clássico e moderno, na literatura, tem gerado falta de qualidade acadêmica...
Os mestres do modernismo brasileiro: Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Raul Bopp, Jorge de Lima, etc. fizeram sonetos à moda clássica também. João Cabral de Melo Neto cansou de utilizar a Redondilha maior, como em seu Poema mais conhecido: "Morte e Vida Severina" lá ela aparece inúmeras vezes, entremeada por alguns decassílabos. Fernando Pessoa, com seu heterônimo: Ricardo Reis usou e abusou da métrica: Versos de 4, 6, 10 sílabas poéticas (aqui com versos heróicos e sáficos)."
Alexandre Tambelli conclui:
"...Para a licença poética ser consciente tornam-se necessários conhecimentos profundos de Literatura, exercícios práticos de poemas, na sua forma clássica e da Língua Portuguesa na variante Culta...
O bom poeta é aquele que sabe caminhar tranqüilamente entre a tradição e a licença poética utilizando a forma mais adequada para representar poeticamente o tema por ele proposto.Licença poética é ruptura consciente...”
III- Resultados desta Oficina:
Foram produzidos:
“Carta Selada” (um poema livre)
E O VENTO LEVOU? (poema com rimas)
PAPEL DE AMOR*... (RONDEL)
REENCONTRO* (poema com rimas)
Esta variedade de produção poetica, nesta oficina, acompanha toda a amplitude entre o clássico e o moderno.
Hoje aceita-se que nenhuma forma de expressão literária pode estar sujeita a regras castradoras da sua concretização artística.
Mesmo havendo esta abertura modernista, portanto, esta Série de Poemas Didáticos, enfoca ambas as propostas, dando ênfase a estruturação de versos rimados na sua forma clássica, uma vez que o Método de fazer Poemas de Ibernise, se propõe a garantir o êxito do poeta, ao produzir versos clássicos, restritos a temáticas propostas, em concursos, propagandas, roteiros de novela, cinema, etc.
Assim como na elaboração de Coroas de Sonetos, Duetos, etc. São orientações básicas que não se constituirão amarras, nem hermetismo, pelo contrário darão maior liberdade ao poeta. Deixa o autor à vontade sem depender apenas de sua inspiração, podendo exercitá-la e construí-la já na elaboração do poema segundo uma sistemática de procedimentos.
Em outras Oficinas poderão ser encontradas várias formas poéticas e estruturais com versos brancos e livres e versos com rimas e clássicos em geral, chegando também à prosa poética.
Links
Autores citados
1. Poeta Helen de Rose no site Luso-Poemas em sua Postagem (http://www.luso-poemas.net/modules/newbb/viewtopic.php?topic_id=1222&forum=21 ), e do poeta Alexandre Tambelli (http://www.luso-poemas.net/modules/yogurt/index.php?uid=2840 ) daquele mesmo sítio.
Outra Oficina do Método
Poeta Flávio Marinho ( Flávio Ranxhs ) http://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?p=32456#32456 )
Segunda oficina do método... http://www.ibernisemaria.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=868003
Muito grata e até a próxima.
Ibernise.
Indiara (GO), 05.10.2007.
Texto Inédito!
Núcleo Temático Educativo.
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