SEMINÁRIO DE LITERATURA - ARCADISMO - PARTE II

2---ARCADISMO EM PORTUGAL (cont.) --- Século XVII, chamado "das luzes", ARCADISMO ou NEO CLASSICISMO, tudo pode ser explicado pela razão e pela ciência, crença consolidada na Enciclopédia, França, a partir de 1751, projeto que visa reunir todo o conhecimento de um determinado momento histórico: já existia no Renascimento, realidade no Iluminismo. Censura e proibição em 1752, crises fortalecidas pelos organizadores, último volume em 1756. Grande sucesso editorial, circulou por toda a Europa, solo americano só no final do século. Origem de Academias na Itália do século XV, pastoreio. Visão científica do mundo. Arquitetura greco-romana, retomada da Antiguidade e do Renascimento - mitologia clássica, idealismo e humanismo do século XVI. Produção artística impregnada do despojamento religioso e do equilíbrio, isto é, síntese entre razão e fé.

CONTEXTO HISTÓRICO PORTUGUÊS --- 1764, publicação do "Verdadeiro método de estudar", de LUÍS VERNEY, propondo reforma do ensino superior com base nas ideias iluministas - reforma leiga, fora da influência da Igreja, conduzida pelo Marquês de Pombal, após expulsão dos jesuítas ----- equilíbrio das finanças portuguesas, pela intensa mineração brasileira ----- 1779, fundação da Academia de Ciências de Lisboa, atualizar a universidade ao progresso científico ----- Portugal integrado ao restante da Europa em todos os sentidos ----- cultivo da poesia X pouco registro da produção literária pela prosa (ciência, história, filosofia e pedagogia). ----- Data inicial 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana por três bacharéis em Direito, até 1825, publicação do poema "Camões", de ALMEIDA DE GARRETT, marco inicial do Romantismo Português.

3---ARCADISMO NO BRASIL --- Manifestações na era colonial, literatura transplantada da Europa, especialmente de Portugal - do quinhentismo português, a crônica histórica: famosa carta de CAMINHA ("...e nela se plantando tudo dá), relatos de viajantes e cronistas, o classicismo renascentista imitando em sonetos o modelo camoniano e o teatro popular de GIL VICENTE, inspirando os autos do padre ANCHIETA para catequese; BARROQUISMO introduzido pelos jesuítas em poesia e prosa ufanista, poesia crioula (língua de base portuguesa) de GREGÓRIO DE MATOS, sermões e cartas do padre VIEIRA (tradição retórica renascentistas e barroca, traço dominante na época, objetivo de persuadir pela palavra) e prosa e poesia das Academias. Data inicial 1768, com a fundação da Arcádia em Vila Rica, e publicação dos obras de CLÁUDIO MANUEL DA COSTA. ----- Duas tendências na poesia brasileira do século XVIII - poesia neoclássica, inspirada nos preceitos de gregos e latinos X poesia de espontaneidade lírica pré-romântica; no primeiro tipo, pastores e amadas pastoras, artifício obrigatório na poesia clássica, Razão e Verdade, ideias, sentimentos e atitudes próprios de sua classe social - campo e serenas paisagens, gente simples sem grandes ambições e arrebatamentos; no segundo tipo, em especial poemas folclóricos, "Viola de Lereno", de DOMINGOS CALDAS BARBOSA, 1798, e "Poesias sacras e profanas", inspiração bíblica, de SOUZA CALDAS, 1820/1821 - vocabulário ingênuo, estrofação livre, redondilhas maior e menor, sonetos, églogas, odes. Poucas academias, Rio e Bahia, literatura ociosa e decorativa. Função social da literatura - paradigma do bem e da verdade, isto é, caráter didático e doutrinário. ----- Momento de transição para a Independência - consciência histórica cresce com demarcação, povoação, terra dilatada pelos bandeirantes: orgulho nacional pelos feitos de heróis e acontecimentos político-militares; aparecimento do tipo brasileiro (mestiço de sangue e alma); aumento dos recursos econômicos e financeiros, advindos da exploração das minas; progresso administrativo e social; crescimento populacional; aparecimento de classe aristocrática sob trabalho escravo; desenvolvimento da vida cultural, política, religiosa e social; crescimento da animosidade entre portugueses e nativos, oposição ao despotismo luso. Características de alguns autores: TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA, aspectos da mineração e agricultura; BASÍLIO DA GAMA, índio brasileiro; SILVA ALVARENGA, aspectos da fauna e da flora brasileira.

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LEIAM meu trabalho Dona Gregória é "de morte"...

NOTAS DO AUTOR:

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712/1778) - pensador e escritor francês, em sua obra "Emílio" defende a ideia de que "o homem nasce bom e se corrompe co contato com a sociedade", notadamente a urbana - culto burguês do "bom selvagem" em oposição ao homem corrompido pelo Ancien Régime (o velho regime monárquico) - burguesia, em processo de emancipação política, agora responsável pelo desenvolvimento do comércio e da indústria, atinge a hegemonia econômica e passa a lutar pelo poder político; na França, a partir de 1750, filósofos atacam o poder real e clerical e denunciam corrupção de costumes. Reformular ensino, hábitos, atitudes sociais e arte: novos tempos, novas ideologias.

ROCOCÓ - Em meados do século XVIII, a alta burguesia e a aristocracia estimularam um estilo artístico, o rococó (de 'rocalle', tipo de concha muito usado na decoração francesa), a própria obsessão do prazer, a fé como volúpia e a virtude como gozo. Culto do erotismo sensual e cerebral, sobressaindo a figura da mulher, tempo das favoritas do rei, estética do charme - a literatura rococó evoluiu nos salões e cafés, arte da conversação e opinião pública. Pinturas de FRAGONARD e outros; escritos de VOLTAIRE e outros. Principais características do espírito rococó - amor variando do namoro ao idílio, da lascívia ao erotismo; natureza, lugar ideal para o prazer voluptuoso; vida social pela intimidade dos interiores, música de câmara, cenas íntimas; ditos espirituosos e ironia + paixão nacionalista; máscaras e disfarces como recurso otimista para velar e revelar. Arte rococó - impregnada de desejos impuros, sonhos reprimidos; época do minueto, dança amaneirada, sofisticada, de movimentos miúdos e preciosos; rococó, transição entre os padrões da sociedade cortês e os da sociedade romântica ----- TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA, expressão máxima da literatura rococó.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 16/11/2019
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