TEOREMA: sobre Inês de Castro - PARTE II

1---Fragmentos de uma palestra - INÊS DE NOVO?

Intertextualidade - INÊS DE CASTRO, a rainha morta, o mito. ----- Em Camões, Inês = amor; em Jorge de Lima, não mais mito. ----- Camões, identidade no "Cancioneiro" de Garcia de Resende - amor queixoso contemplativo: lírico e épico - amor = dor. ----- Resende - moralista, fabulista; estrutura dramática, aparece o diálogo. ----- Camões - força fatal do amor, destino (tragédia): razão porque Inês morre. ----- Resende - pecado, razão porque matam Inês - Rei Pilatos, Inês Cristo. ----- Camões - mais acusadora (diferente de Resende); muito lírica e trágica - luta contra outra força. ----- Resende - Inês, mais natureza humana (diferente de Camões); Inês no "inferno dos namorados" (pecado por amor); alma religiosamente perdida, posição humilde, a 'coitadinha'. -----Camões - beleza física de Inês sublinha sua pureza e não culpa; amor-personagem, alegoria "tu": Inês também "tu" = amor; Inês-mito. ----- Jorge de Lima - Inês, símbolo do amor. ----- Resende - obra fechada: começo, meio, fim. ----- Camões - obra aberta: continua na Fonte dos Amores, água feita de lágrima das ninfas; metáfora e imagens estabelecendo relações; oposições - amor-personagem, amor-vida, amor-puro, amor-fatalidade, amor-fero (feroz), amor-morte etc. ----- Jorge de Lima - "Hoje és ritual" (sacração atemporal pela repetição); ultrapassa o amor, chega à própria poesia (diferente fábula em Camões e Resende) - "Vives de longe, sempre Inês, Inês da Terra, Inês do Céu, sempre linda Inês" - J. Lima. --- Narrador - ponto de vista; Inês/Camões - posição favorável; Inês/Resende - posição de advertência. ----- Discurso emotivo - TODOROV: intervenção do poeta através de epítetos. ----- Imortalidade renascentista em Inês - lembrança da pessoa depois da morte (Dante, Beatriz).

2---Conto TEOREMA, de HERBERTO HELDER DE OLIVEIRA

Em matemática, afirmação que pode ser provada. ----- Em sentido figurado, objeto de estudo ou meditação, regra, princípio: conceito moral. ----- Enredo = conto de fadas (modernamente telenovela sentimental): "Era uma vez um príncipe que amava uma plebeia..." /Quase rotina europeia na modernidade! E todos aprovam.../ Ele foi ao encontro da noiva, futuro casamento arranjado, e caiu de amores pela dama de companhia, que saía do coche... Ela foi morar num palácio, mas o rei-pai, pressionado pelos tais "negócios de Estado" (intrigas de 'compadres palacianos invejosos'), covardemente aproveitou a ausência do filho, na caça, para mandar matar a "frágil mulher" (feministas de hoje, em volumosa passeata, exibiriam cartazes de "Justiça - morte ao rei!"). Ninguém é fisicamente eterno e o rei-herdeiro caçou os executores - transacionou com o rei da Espanha um troca-troca de exilados políticos (que já existia no 'antes-de-Cristo', bem antes desse tempo lusitano!) - depois, torturou pessoalmente os taizinhos e comeu em banquete o coração de um deles. Antes, arrancara do túmulo, trasladados de outra cidade sob tochas acesas, e nos ombros do povo instalada no trono, ossos em trajes de rainha, "mão" beijada por toda a corte. Estória sinistra. Rainha depois de morta! ----- Qual o verdadeiro fato histórico repassado como "negócios de Estado" ao longo das gerações de poetas, escritores e leitores? Em 1383, morte de D. Fernando, último rei da primeira dinastia portuguesa, revolução burguesa, nova dinastia... INÊS, portuguesa-espanholada... e se de fato se unissem na mesma coroa Portugal e Espanha?! E se o discurso amoroso fosse escamoteador, foi o pensamento dos poderosos conselheiros, ela não era inocente e o rei "Pilatos" lavou as mãos, isto é, não defendeu. Jogo político e safado. EU mandaria estes canalhas conselheiros para a................................

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NOTA DO AUTOR:

Filme "Pedro e Inês" - amor em três épocas diferentes, cinema português, 2018.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 21/07/2019
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