Romantismo Português

INTRODUÇÃO

Quando Garrett se exila na Inglaterra, por volta de 1823, ele tem contato com o Romantismo Inglês e com o teatro Shakespeariano. Fato que o influencia e em 1825 publica o longo poema narrativo "Camões". Neste poema, observa-se a presença de elementos clássicos e inovações românticas: subjetivismo, culto da saudade, o sabor agridoce do exílio, a melancolia, a solidão, as ruínas, etc. E devido às ultimas características citadas, o poema passa a ser considerado o introdutor do Romantismo em Portugal.

CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO

O que é o Romantismo? O Romantismo é muito mais do que uma revolução literária, é uma verdadeira revolução histórico-cultural, que abrange a filosofia, as artes, as ciências, as religiões, a moral, a política, os costumes, as relações sociais e familiais etc. Com o Romantismo a aristocracia de sangue cede lugar a Burguesia.

O Romantismo é visto como a maneira de pensar e agir dos burgueses. Nessa fase, a visão macrocósmica que os clássicos tinham da vida e da arte é substituída por uma visão microcósmica, isto é, centrada no “eu” interior de cada um (a semelhança de Narciso).

O sentimentalismo implica em uma introversão. Essa introversão de que falamos, mergulha o romântico em um caos interior onde surgem outras características do romantismo: melancolia e tristeza que cultivadas, o conduzem ao tédio, ao mal “do século”. Para fugir do “mal do século” os românticos fogem de duas maneiras: suicidam-se ou fogem para a Natureza.

O suicídio vulgarizou-se após o exemplo de Werther. O sonho de todo romântico era morrer antes dos trinta anos, por isso, mergulhar no álcool e levar uma vida boemia era bastante comum.

Quanto à fuga para a Natureza, significa dizer que a Natureza reflete os sentimentos do romântico. A projeção do próprio “eu” se estende e passa para a Pátria (influenciado pelos princípios da Revolução Francesa).

A beleza para os românticos é algo relativizado e a necessidade de fuga, de viajar, dá origem a uma copiosa literatura durante o Romantismo.

A partir do Romantismo, o tempo pela primeira vez é visto como dimensão psicológica. O Romantismo, contrapondo-se ao Classicismo, que era pagão e mítico, cultua uma Idade Média cavalheiresca e cristã.

PRIMEIRO MOMENTO DO ROMANTISMO

O romantismo dessa fase está nos ideais, no espírito libertário e no nacionalismo. Com Garret, Herculano e Castilho, temos o primeiro “momento” do Romantismo português, a que sucedem outros dois, conforme os estágios evolutivos do pensamento instalado no século XIX.

Garret de maneira geral, não se tornou um romântico autentico, pois lhe faltava a condição fundamental para o ser: faltava-lhe o egocentrismo do sentimentalismo, apoiado numa imaginação poderosa e desbordante.

Alexandre Herculano é diametralmente oposto a Garrett em todos os aspectos. Herculano trata de temas predominantemente medievais e a fonte em que se apóia é Fernão Lopes. O que o difere é que aborda as questões morais e religiosas sem a intervenção divina, acima dela está a vontade e o livre-arbítrio.

O SEGUNDO MOMENTO DO ROMANTISMO

O segundo momento romântico, que se desenvolve mais ou menos entre 1838 e 1860, diverge do anterior: desfeitos os laços arcádicos que prendiam os escritores do tempo, inicia-se um período que corresponde ao pleno domínio da estética romântica. Este momento corresponde ao "ultra-romantismo", em que há o exagero e o reinado da emoção, a sensação de tédio, melancolia, desespero, morbidez em relação à vida e ao mundo. Com isso, praticam ao extremo o ideal romântico na parte da sensibilidade e da liberdade moral; Dentre seus principais representantes, estão:

Soares de Passos: ele é a encarnação perfeita do “mal-do-século” que, por sua vez, encontrou expressão no ultrarromantismo anárquico e piegas.

Camilo Castelo Branco: Camilo em suas obras coloca a razão do coração contra a razão burguesa e em geral, acaba por escolher a razão burguesa. Fato que se explica ao analisarmos que sua escrita era destinada a agradar até mesmo pelo fato de ser publicada em folhetins.

O TERCEIRO MOMENTO DO ROMANTISMO

O terceiro momento, que corresponde ao crepúsculo do Romantismo e às antecipações do realismo, é o de maior equilíbrio e está representado pela obra de Júlio Dinis e João de Deus que purificam até o extremo as características românticas.

LeHills
Enviado por LeHills em 04/06/2019
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