PLÁGIO REVOLTANTE-PARTE III (cont.)

O CANDOMBLÉ designa cerimônias religiosas de origem africana, trazida pelos negros que vieram para o Brasil como escravos e pertenciam a várias nações, com língua e tradições próprias. Segundo o etnólogo francês PIERRE VERGER, na Bahia os NAGÔS impuseram seu acervo espiritual - culto e adoração aos ORIXÁS - a todos os outros povos, que permanece igualzinho até hoje.

MITOS AFRICANOS citados anteriormente em meus contos "moderninhos", intextextualizados:

XANGÔ - Orixá patrono do trovão e do raio. Orixá da casa real de Oyó, Nigéria, símbolo de dinastia. Na mitologia brasileira, filho de Iemanjá, divindade da água salgada. Emblema - oxê, machado em madeira ou metal. Ornamentos - abalá, um conjunto de tiras de diversas cores caindo da cintura; colares com corais; adê, uma coroa. Dança imitando uma luta em que lança os raios. Cores - vermelho e branco. // OBÁ - Orixá guardiã dos cultos secretos à natureza. Associada às cores escuras e vorazes dos rios. Terceira esposa de Xangô, mais velha e menos atraente, junto com Iansã e Oxum. Cores - vermelho e coral, que representam o poder feminino (atual empoderamento) das conquistas e guerras. // IANSÃ - Também conhecida como OYÁ. Orixá das tempestades e principalmente dos ventos, patrona soberana dos mortos. Na mitologia brasileira, mulher de Ogum e de Xangô. Emblemas - o erukerê, cetro com pelos do rabo de cavalo ou de boi, dois chifres e espada de cobre. Ornamentos - coroa e pulseira de cobre; colar de contas especiais, isto é, monjoló de lava africana. Dança movendo os braços estendidos para cada lado, como se abrisse o espaço. Cores - vermelho e marrom. // OXUM - Deusa dos lagos, rios e cachoeiras, fortemente relacionada à sensualidade, pois é considerada a deusa da beleza, das artes, do dinheiro e da riqueza, associada a luxo e requinte - vaidosa, sempre se admirando ao abebê (espelho). No Brasil, imagem relacionada ao ouro, o metal mais precioso. Símbolo - abebê. Cores - amarelo e dourado. // EUWÁ - Gerreira valente e caçadora de grande sabedoria. Virgem pela qual Xangô se apaixonou, fugiu dele e foi habitar mata inalcançável, acolhida por Obaluaê, ligada a Iroko e Oxóssi. Regente da neblina e do nevoeiro; quem a desafia, fica para sempre perdido na vida. Emblemas - arpão, ofá (arco e flecha) dourado e espingarda ou serpente de metal. // OXÓSSI - Também conhecido como ODÉ, patrono da caça e dos caçadores. Na mitologia brasileira, marido de Oxum, divindade das águas doces. Emblemas - na mão direita, carrega o erukerê, que manifesta sua capacidade de lutar com os espíritos da selva; na esquerda, um ofá. Ornamentos - dois alforges de couro. Dança imitando uma caçada. Cores - azul claro e verde-cana. // OGUM - Patrono do ferro, das ferramentas de guerra, dos caçadores, dos militares e dos guerreiros. Na mitologia brasileira, filho de Iemanjá. Emblemas - espada de ferro ou aço. Cobre o corpo com mariwo, folhas de dendezeiro recém-brotadas edesfiadas. Usa akorô, pequena coroa, chapéu ou capacete. Dança representando a ação de lutas, de desbravar matagais, abrindo novos caminhos com o sabre. // LOGUN-EDÉ - Metade de Oxóssi-pai e metade Oxum-mãe, pais separados, ele no alto da montanha, ela em seu domínio de água e cachoeira. Representa o lado místico, hermafrodita, seis meses ou sete anos masculino, empunhando um ofá (arco e flecha) para a caça, roupas azul-turquesa, e seis meses ou sete anos feminino, roupas amarelo-douradas, com o abebê. Assim, numa desuas particularidades, vive seis meses sobre a Terra, comendo caça, e seis meses sob as águas de um rio, comendo peixe. Não podendo viver no palácio da mãe, foi criado na beira do rio por Oyá, caçando e pescando. // Excepcional homenagem à IEMANJÁ, não inclusa nos referidos contos, mãe de Ogum e de Xangô, e de quase todos os orixás. Emblemas - carrega o abebê, leque ritual em metal branco, e uma espada. Ornamentos - adê, uma coroa com franjas, e pulseiras também de metal branco. Dança imitando o movimento das ondas, saindo da água, imitando umpeixe. Cores - branco cristal, rosa claro e azul celeste.

"LITERATURA" CULINÁRIA

A partir do século XVI......... Na Bahia, indeléveis e portanto eternizadas marcas da cultura africana desde a culinária ao sincretismo religioso - entre igrejas católicas e incontáveis terreiros de candomblé -, música, artesanato, festas e danças. Muitas personalidades baianas são conhecidas e agraciadas (expressão spteropolitana?!) positivamente no mundo todo...

1---ACARAJÉ, de IANSÃ - 1 kg de feijão fradinho (miúdo em terra carioca), 300 g de cebola ralada, 1 cebola pequena, sal, aproximadamente 1 litro de azeite de dendê --- Feijão de molho por 2 horas, lave retire casca e olho. Despeje em vasilha, junte a cebola ralada, um pouco de sal; bata com colher de pau, revolvendo-arejando a massa de baixo para cima, resultado bem leve. Num tacho, aqueça o azeite com a cebola inteira (evita que o azeite se queime), mergulhe uma colher de sopa em água (a cada acarajé, repita o 'mergulho'), modele a massa em bolinhos e frite. Mais gostoso servir depois de fritos com recheio de camarão cozido ou vatapá cremoso. Delícia deliciosa deliciosíssima, quentinha, porém com muitas calorias!!!

2---QUINDIM, de OXUM (meio caminho entre doçaria africana e portuguesa, sendo que nesta leva amêndoa, ralada ou moderna essência) - 12 gemas, 3 claras, 1/2 kg de açúcar cristal, 1 colher de sopa de manteiga, 1 coco ralado, manteiga e açúcar refinado para untar e polvilhar as forminhas --- Bata com colher de pau até obter mistura homogênea, despeje nas forminhas untadas e polvilhadas. Banho-maria, forno quente até que, espetando um palito, este sair seco. Quem resiste a uma série de quindins geladinhos???

ETIMOLOGIA - Palavra 'quindim", yorubana-africana, signiffica dengo, carinho.

MÚSICAS - "No tabuleiro da baiana" (de ARY BARROSO, 1936 - seu primeiro sucesso) e "Os quindins de iaiá" (de ARY BARROSO, 1940).

(ESTROGONOFE, terceiro quitute citado no meu conto ELE... E ELAS, é de origem russa, leva cogumelos e não orelha feminina, como no mito de OBÁ. Pesquisem duplamente.)

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LEIAM meu conto intertextualizado /não ignóbil e censurado plágio/ CAMINHO CURTO ENTRE A MESOPOTÂMIA E STRATFORD-UPON-AVON.

FONTES:

PAI ALVINHO D'OSOGYIAN, famoso babalorixá atuante e consultado no Rio de Janeiro --- Coleção SABORES DO BRASIL, Receitas da Bahia - Rio, InfoGlobo Comunicações, 2007.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 02/03/2018
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