PLÁGIO REVOLTANTE-PARTE II

Existe literatura de apropriação? Claro que existe.

Bom, em debate questionamentos vários sobre : 1-autoria (originalidade, criação espontânea); 2-remix (copiar, mudar alguma coisinha, repetindo o cientista LAVOISIER, "...tudo se transforma...", e o inesquecível apresentador CHACRINHA, "nada se cria, tudo se copia": colagens, montagens?) e 3-plágio descarado (cópia integral ou bem perto disso, sem declarara origem com "apud" na bibliografia)....... Bom, afirma-se /estou isento do disse-me-disse: nasci muito tempo depois/ que as obras "de" HOMERO, SÓFOCLES e mesmo SHAKESPEARE nasceram em outros cérebros, criações coletivas amealhadas porque pequenos textos avulsos de autores do tipo 'sei-lá-quem-inventou-e-escreveu' 9povão, tadinho) não despertariam a atenção do público.

INTERTEXTUALIDADE I - Não é nada fácil para uma professora de português prender a atenção de uma gaeotada de 10 ou 11 anos. A inspiração surgiu de uma garotinha a quem ensinaram as músicas de CARMEM MIRANDA, muita coisa para uma cabecinha ainda ao início de pensante, não sei com precisão se criava-remixava a partir do "Taí..." (de NOEL ROSA) e misturava tudo de propósito ou, atrizinha precoce, fingia que não aprendeu para a prima bem mais velha, desistir dela. Num carnaval, vestida de baiana, sequestro curtíssimo em bloco de rua ao longo de poucos quarteirões, cantou tanta miscelânea sem nexo que o casal que a pegara a menos de um quilõmetro por certo se sentiu aliviado quando o pai a resgatou... Mais tarde, repetia para os aluninhos um CONTO DE FADAS TRADICIONAL e sugeria atividades literárias a partir desse estímulo. PERRAULT e GRIMM devem ter gostado porque eram efusivamente relembrados e revisitados no século XX, sem risco de 'processo por texto não autorizado'.

INTERTEXTUALIDADE II - Foi até engraçado. Minha AMIGA geminiana carioca, não sei com exatidão se religiosa ou pesquisadora de mitos e lendas, transformou a "vida" de XANGÔ, orixá africano (ELA insiste que sou uma re-re-re-encarnação dele) numa estorinha moderna, conto que apresenta um protagonista sedutor perante... quatro mulheres enlouquecidas pelo galã, vizinhas e 'amigas' (grrrrr...) que trocam beijos - nunca tapas - e receitas culinárias, numa incrível corte de traições consentidas sem lágrimas: melhor e mais sadio ELE dividido a abandonar qualquer delas... a favor de uma quinta?! Numa outra estória, JERÕNIMO, o mesmo homem-deus no sincretismo religioso agora inteligente advogado com muita lábia, seduz a cunhada... Por que engraçado? Sim, o fato da leitura de conto em ambiente comum (espaço) de nossos dias (tempo) ter gerado para minha AMIGA um comentário externo de reconhecimento de intertextualidade. Sim, ELA nunca negou e assume. Pista no acarajé e no quindim, para leitor/leitora de devoção......... Mas aqui a minha palavra: EU, agnóstico, não frequentador de terreiros, nem médium nem plateia, apenas saberia analisar protagonista (personagem) e enredo (estória) numa narrativa ficcional (imaginativa) de gente contemporânea, não de milenares mitos negros africanos.

Acima, contos ELE... E ELAS e PRÍNCIPE-PRINCESA-DRAGÃO OU JORGE-BÁRBARA-JERÔNIMO???

GÊMEOS MONOZIGÓTICOS E DIZIGÓTICOS - Como traduzi-los? Natureza espontânea, remix (menino & menina) ou plágio gestacional?

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LEIAM meus trabalhos INTERTEXTUALIDADE I-II-FINAL / "INTERTEXTUALIDADE" POLÍTICA / PLÁGIOS CONSENTIDOS / PLÁGIO É "OUTRA" COISA.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 02/03/2018
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