MINHA PESQUISA SOBRE O RONDÓ
 
 
RONDÓ ==>>  É um poema de forma fixa, criada na França, composto em versos de oito ou dez sílabas, em duas rimas. Com a seguinte estrutura:
uma quintilha (rimas aabba);
um terceto (rimas aab), 
ao qual se ajusta(m), à guisa de refrão, a(s) primeira(s) palavra(s) da composição.  
e uma segunda quintilha, também seguida pelo refrão.
Tal refrão não se conta como verso, nem rima com qualquer dos versos anteriores.

(Na literatura de língua portuguesa, esse tipo de poema lírico tem sofrido pequenas modificações em sua forma, conforme podemos comparar como exemplo o Rondó dos Cavalinhos de  
Manuel Bandeira). 

Na sonata e na sinfonia clássicas, esta composção serve de movimento final, caracterizada pela repetição de uma frase musical (refrão) entre os couplets

(couplets = dístico que é um estilo de versejar em que as rimas se fazem em grupos ou estrofes de dois versos)

De composição musical seccionada, e estruturada a partir de um tema principal com vários temas secundários (normalmente dois ou três), sempre intercalados pela repetição do tema principal. Surgida na Idade Média, foi largamente adotada a partir do Classicismo no último movimento das sonatas e das sinfonias. O termo "rondó" pode ainda designar um gênero literário, constituído da mesma estrutura. O poeta do arcadismo Silva Alvarenga cultivou esse gênero e o madrigal em sua obra lírica. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rondo)
 
rondó dobrado é formado de seis quadra sobre duas rimas.

rondó simples, também sobre duas rimas, é formado de três estâncias:
a primeira de cinco versos
a segunda de três
e a terceira de cinco,
repetindo-se a primeira palavra com o último verso.
http://www.dicio.com.br/rondo/

 

Segue abaixo só o primeiro trecho do "RONDÓ"
traduzido por Carlos Drummond de Andrade.

Tu, que me levaste a amante (a)
Dar-me-ás castigo incessante (a)
Se me deixares com vida. (b)
Sem ela já não sou forte. (a)
Que te fez minha querida, a Morte (a)?


 
 
Rondó dos Cavalinhos
Manuel Bandeira

Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda, 
Acabou me enlouquecendo.


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
O sol tão claro lá fora
E em minhalma — anoitecendo!


Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys partindo,
E tanta gente ficando...


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
A Itália falando grosso,
A Europa se avacalhando...


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma — anoitecendo!


(Consta que o poema acima, feito durante a "II Grande Guerra", foi escrito enquanto o autor almoçava no Jóquei-Clube do Rio de Janeiro, assistindo às corridas.  Extraído do livro "Manuel Bandeira - Antologia Poética", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2001, pág. 104.)