QUADRILHA, poema de CDA-Aula no ensino médio

“QUADRILHA - João amava Teresa que amava Raimundo / que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili / que não amava ninguém. / João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, / Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, / Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes / que não tinha entrado na história.”

1-LINGUAGEM DO POEMA - Significados: O que é... a) convento? Habitação de comunidade religiosa; vida conventual; clausura. --- b) desastre? Fatalidade; revés; desgraça; sinistro; acidente (geralmente de veículos). --- c) suicídio? Ato ou efeito de suicídio, isto é, atentar contra a própria vida. --- O que quer dizer “ficar para tia”? Não casar; ficar sempre solteira. (Solteirona - diz-se da mulher de mais de meia-idade que ainda não casou) --- Nome da pessoa (mulher) que possível e logicamente gerou o apelido Lili? Resposta pessoal, livre.

2-INTERPRETAÇÃO /discussão com alunos antes da conclusão no quadro-de-giz/ - Poema acumulativo, acumulação de elementos --- tema do amor desencontrado (amor em forma de quadrilha), passando de um a outro personagem, como se fosse uma ‘corrente de mãos dadas e em seguida largadas’ ou, no caso do poema, ‘troca de mãos’ = quadrilha do folclore junino. --- Acumulativo ou cumulativo - uso correto dos dois vocábulos - dicionário do “tio” AURÉLIO: “acumular - amontoar, juntar; cúmulo - reunião de coisas sobrepostas”. --- Poema acumulativo - reunião de elementos diversos. --- Conceito cumulativo - reunião de diversos resultados: provas, testes etc. --- Cúmulo-nimbo (latim ‘cumulonimbus’ - meteorologia) - AURÉLIO: “tipo de nuvem constituída por grandes cúmulos assentados em nuvens escuras ou pardacentas que acaba em tempestade”.

3-ESTRUTURA DO POEMA - Primeiro momento - ainda todos juntos / quadrilha (tipo de dança global): procura do amor (fechamento) - “João (...) ninguém.” --- Segundo momento - agora todos dispersos / dispersão: diferentes destinos (abertura) - “João (...) história.” --- Destinos: João -emigração -- Teresa - religiosidade -- Raimundo - morte casual (desastre) -- Maria - celibato -- Joaquim - morte provocada (suicídio) -- Lili - não amava ninguém, casamento com “estranho” -- J. Pinto Fernandes /o mesmo “J” de João e Joaquim/ - parece nome de firma comercial: não amor e sim casamento de interesse (mútuo?).

4-VERSIFICAÇÃO - Uma única estrofe de 7 versos ou linhas - sétima ou setilha. --- Versos sem rima - brancos, soltos ou livres. --- Não preocupação do poeta modernista com rima; importante a emoção - não sílabas rigorosamente contadas - ritmo também livre (não sequência melódica de sons fortes e fracos, como nos sonetos).

5-TAREFAS - 1-Mini biografia de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. --- 2-Ilustração mínima (crie outras) - círculo: use moeda de 1 real e intercale as iniciais dos personagens e coraçõezinhos.

6-REDAÇÃO - mínimo de 10 linhas - Opções: 1-O poeta é contra ou a favor do AMOR no poema lido? Para ele, vale a pena amar? - Não, ele é nitidamente contra, não havendo reciprocidade entre estes personagens; não aparece o amor correspondido; somente casa quem não ama ninguém. --- 2-Carta, prece ou poema a SANTO ANTÔNIO, dito “o santo casamenteiro”, pedindo para viver um grande amor.

7-PESQUISA - EXPRESSÃO POPULAR - Significado de “tirar o pai da forca” - O imaginário (ficção) é literatura. Lenda de origem católica. O padre Antônio rezava missa em certa cidade portuguesa (ou italiana?) e seu pai enfrentava a forca em Lisboa. Ele saiu rapidinho do púlpito (do latim ‘pulpitum’) em espírito e foi defendê-lo. Ninguém na igreja percebeu nada... e a missa seguiu normalmente. Milagre ou não, este é o (impossível?) “poder da ubiquidade”, estar em dois lugares ao mesmo tempo. Daí, virou Santo Antônio etc. etc. etc.

8-T R O V A - Recitação em grupo - “Na vida de toda gente / tanta gente a gente vê, / mas na minha vê somente você, você, só você!” - autor: LUÍS OTÁVIO (1916 / 1977 - poeta carioca chamado “o príncipe da trova”).

9-SUGESTÃO - Filme “Suplício de uma saudade” (Love is a many splendored thing), produção dramática norte-americana de 1955 /clássico fácil de achar.../ - Jennifer Jones e William Holden.

F I M