Começou em 1527, quando Francisco Sá de Miranda retornava a Portugal, vindo da Itália, trazendo o doce estilo novo (soneto + medida nova).
Clóvis Monteiro assinala que o Classicismo em Portugal durou três séculos de atividades literárias: iniciado em 1527 e encerrado em 1825, quando da publicação do poema Camões, de Almeida Garrett. Esse longo tempo pode ser dividido em três períodos: o primeiro, encerrado em 1580, quando a literatura do país recebeu influências da Itália e da França; o período Cultista, até 1756, data da fundação da Arcádia Lusitana, influenciado por Petrarca e com influência de Gôngora e Quevedo, na Espanha, e Marini, na Itália; e o último período, encerrado com o advento do Romantismo no país.
Alguns autores ...
Luís Vaz de Camões
Soneto ...
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Sá de Miranda,
Redondilhas
Ó meus castelos de vento
que em tal cuita me pusestes,
como me vos desfizestes!
Armei castelos erguidos,
esteve a fortuna queda,
e disse:– Gostos perdidos,
como is a dar tão grã queda!
Mas, oh! fraco entendimento!
em que parte vos pusestes
que então me não socorrestes?
Caístes-me tão asinha
caíram as esperanças;
isto não foram mudanças,
mas foram a morte minha.
Castelos sem fundamento,
quanto que me prometestes.
quanto que me falecestes!
Bernardim Ribeiro
Cantiga
Entre temor e desejo,
Vã esperança e vã dor,
Entre amor e desamor
Meu triste coração vejo.
Nestes estremos, cativo
Ando, sem fazer mudança;
E já vivi de esperança
E agora de choro vivo!
Contra mim mesmo pelejo;
vem duma dor outra dor
e dum desejo maior
nasce outro môr desejo.
Antonio Ferreira
SONETO
Dos mais fermosos olhos, mais fermoso
Rosto, que entre nós há, do mais divino
Lume, mais branca neve, ouro mais fino,
Mais doce fala, riso mais gracioso:
Dum Angélico ar, de um amoroso
Meneio, de um esprito peregrino
Se acendeu em mim o fogo, de que indino
Me sinto, e tanto mais assi ditoso.
Não cabe em mim tal bem-aventurança.
É pouco üa aima só, pouco üa vida,
Quem tivesse que dar mais a tal fogo!
Contente a alma dos olhos água lança
Pelo em si mais deter, mas é vencida
Do doce ardor, que não obedece a rogo.
E como os clássicos escreviam ...
Monossílabo
Verso com uma sílaba métrica, como na balada Gentil Sofia, de Bernardo Guimarães :
Dissílabo
Verso com duas sílabas métricas, como os presentes em A valsa, de Casimiro de Abreu :
Trissílabo
Verso com três sílabas métricas, tendo como exemplo o presente no poema Trem de Ferro, de Manuel Bandeira :
Tetrassílabo
Verso com quatro sílabas métricas, como em um poema de Almanaque das Musas, de Caldas Barbosa :
Pentassílabo
Verso com cinco sílabas métricas, também conhecido como redondilha menor, presente na quarta parte de I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias :
Hexassílabo
Verso com seis sílabas métricas, também conhecido como heroico quebrado, encontrado no poema A Canção de Romeu, de Olavo Bilac :
Heptassílabo
Verso com sete sílabas métricas, também conhecido como redondilha maior, como em Cantiga sua partindo-se, de João Roiz de Castel-Branco:
Octossílabo
Verso com oito sílabas métricas, presente em O bestiário ou cortejo de Orfeu, de Guillaume Apollinaire :
Eneassílabo
Verso com nove sílabas métricas, presente ao longo do Hino ao Senhor do Bonfim, de Arthur de Salles e João Antônio Wanderley:
Decassílabo
Verso com 10 sílabas métricas, como em Alma minha gentil, que te partiste, de Luís de Camões :
Heroico
Decassílabo com sílabas tônicas nas posições 6 e 10, como ao longo d'Os Lusíadas, também de Luís de Camões :
Sáfico
Decassílabo com sílabas tônicas nas posições 4, 8 e 10, tendo como exemplo este verso de O Uraguai, de Basílio da Gama :
Martelo
Decassílabo heroico com tônicas nas posições 3, 6 e 10, como em versos da canção Procissão, de Gilberto Gil
Gaita Galega
Decassílabo com tônicas nas posições 4, 7 e 10, que recebe esse nome em função das muinheiras galegas, cantadas com acompanhamento de gaita de foles, cuja metrificação era ritmada com o instrumento, como em um dos cantares de Dom Fernan Rodrigues de Calheiros
Hendecassílabo
Verso com 11 sílabas métricas, presente na guarânia Índia
Galope à beira-mar
Hendecassílabo com tônicas nas posições 2, 5, 8 e 11, que recebeu esse nome em função da parecença de seu ritmo com o galope e as ondas do mar, tendo seu nome sido inspirado no poema Galope à beira-mar para a mulher amada, de Artur Eduardo Benevides
Dodecassílabo
Verso com 12 sílabas métricas, como os do poema Domínio Régio, de Jorge de Lima:
Alexandrino
Verso dodecassílabo que possui tônicas na sexta e na décima segunda sílaba, formando dois hemistíquios, como no poema Spleen, de Baudelaire
Soneto :
Soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos);
Soneto inglês ou Shakespeariano: três quartetos e um dístico;
Soneto monostrófico: Apresenta uma única estrofe de 14 versos:
Fonte:
Wikipédia ...
http://brasilescola.uol.com.br/literatura/classicismo.htmClóvis Monteiro assinala que o Classicismo em Portugal durou três séculos de atividades literárias: iniciado em 1527 e encerrado em 1825, quando da publicação do poema Camões, de Almeida Garrett. Esse longo tempo pode ser dividido em três períodos: o primeiro, encerrado em 1580, quando a literatura do país recebeu influências da Itália e da França; o período Cultista, até 1756, data da fundação da Arcádia Lusitana, influenciado por Petrarca e com influência de Gôngora e Quevedo, na Espanha, e Marini, na Itália; e o último período, encerrado com o advento do Romantismo no país.
Alguns autores ...
Luís Vaz de Camões
Soneto ...
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Sá de Miranda,
Redondilhas
Ó meus castelos de vento
que em tal cuita me pusestes,
como me vos desfizestes!
Armei castelos erguidos,
esteve a fortuna queda,
e disse:– Gostos perdidos,
como is a dar tão grã queda!
Mas, oh! fraco entendimento!
em que parte vos pusestes
que então me não socorrestes?
Caístes-me tão asinha
caíram as esperanças;
isto não foram mudanças,
mas foram a morte minha.
Castelos sem fundamento,
quanto que me prometestes.
quanto que me falecestes!
Bernardim Ribeiro
Cantiga
Entre temor e desejo,
Vã esperança e vã dor,
Entre amor e desamor
Meu triste coração vejo.
Nestes estremos, cativo
Ando, sem fazer mudança;
E já vivi de esperança
E agora de choro vivo!
Contra mim mesmo pelejo;
vem duma dor outra dor
e dum desejo maior
nasce outro môr desejo.
Antonio Ferreira
SONETO
Dos mais fermosos olhos, mais fermoso
Rosto, que entre nós há, do mais divino
Lume, mais branca neve, ouro mais fino,
Mais doce fala, riso mais gracioso:
Dum Angélico ar, de um amoroso
Meneio, de um esprito peregrino
Se acendeu em mim o fogo, de que indino
Me sinto, e tanto mais assi ditoso.
Não cabe em mim tal bem-aventurança.
É pouco üa aima só, pouco üa vida,
Quem tivesse que dar mais a tal fogo!
Contente a alma dos olhos água lança
Pelo em si mais deter, mas é vencida
Do doce ardor, que não obedece a rogo.
E como os clássicos escreviam ...
Monossílabo
Verso com uma sílaba métrica, como na balada Gentil Sofia, de Bernardo Guimarães :
Dissílabo
Verso com duas sílabas métricas, como os presentes em A valsa, de Casimiro de Abreu :
Trissílabo
Verso com três sílabas métricas, tendo como exemplo o presente no poema Trem de Ferro, de Manuel Bandeira :
Tetrassílabo
Verso com quatro sílabas métricas, como em um poema de Almanaque das Musas, de Caldas Barbosa :
Pentassílabo
Verso com cinco sílabas métricas, também conhecido como redondilha menor, presente na quarta parte de I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias :
Hexassílabo
Verso com seis sílabas métricas, também conhecido como heroico quebrado, encontrado no poema A Canção de Romeu, de Olavo Bilac :
Heptassílabo
Verso com sete sílabas métricas, também conhecido como redondilha maior, como em Cantiga sua partindo-se, de João Roiz de Castel-Branco:
Octossílabo
Verso com oito sílabas métricas, presente em O bestiário ou cortejo de Orfeu, de Guillaume Apollinaire :
Eneassílabo
Verso com nove sílabas métricas, presente ao longo do Hino ao Senhor do Bonfim, de Arthur de Salles e João Antônio Wanderley:
Decassílabo
Verso com 10 sílabas métricas, como em Alma minha gentil, que te partiste, de Luís de Camões :
Heroico
Decassílabo com sílabas tônicas nas posições 6 e 10, como ao longo d'Os Lusíadas, também de Luís de Camões :
Sáfico
Decassílabo com sílabas tônicas nas posições 4, 8 e 10, tendo como exemplo este verso de O Uraguai, de Basílio da Gama :
Martelo
Decassílabo heroico com tônicas nas posições 3, 6 e 10, como em versos da canção Procissão, de Gilberto Gil
Gaita Galega
Decassílabo com tônicas nas posições 4, 7 e 10, que recebe esse nome em função das muinheiras galegas, cantadas com acompanhamento de gaita de foles, cuja metrificação era ritmada com o instrumento, como em um dos cantares de Dom Fernan Rodrigues de Calheiros
Hendecassílabo
Verso com 11 sílabas métricas, presente na guarânia Índia
Galope à beira-mar
Hendecassílabo com tônicas nas posições 2, 5, 8 e 11, que recebeu esse nome em função da parecença de seu ritmo com o galope e as ondas do mar, tendo seu nome sido inspirado no poema Galope à beira-mar para a mulher amada, de Artur Eduardo Benevides
Dodecassílabo
Verso com 12 sílabas métricas, como os do poema Domínio Régio, de Jorge de Lima:
Alexandrino
Verso dodecassílabo que possui tônicas na sexta e na décima segunda sílaba, formando dois hemistíquios, como no poema Spleen, de Baudelaire
Soneto :
Soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos);
Soneto inglês ou Shakespeariano: três quartetos e um dístico;
Soneto monostrófico: Apresenta uma única estrofe de 14 versos:
Fonte:
Wikipédia ...
http://www.suapesquisa.com/artesplasticas/
Obs: Estes trabalhos foram publicados devido ao meu interesse sobre o assunto, pesquisa e achando de valor compartilhar com os colegas ...
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