Análise da Obra Literária Um Bonde chamado Desejo de Tennessee Williams

Características do Autor

Thomas Lanier “Tennessee” Williams, nasceu no Columbus, Mississippi, em 26 de março de 1911.

Tennessee Williams começou a escrever nos anos em que iniciou a fluir a psicanálise e as teorias freudiana que se expandiam, deste modo, o autor levava em cena assuntos como repressão sexual, racial, social nos Estados Unidos de uma forma mais profunda e violenta, agora, os criminosos e vilões desapareceram para dar lugar ao neurótico e perverso.

Tennessee foi revelado para o grande público do teatro americano Brodway em 31 de março, quando estreou com imenso sucesso de público e crítica a sua obra À margem da vida.

O autor procurava enredos baseados em violência e nos aspectos abrangentes da vida do americano, neste âmbito escreveu muitos textos entre esses se destacaram:

Um bonde chamado desejo (1947)

A rosa tatuada (1950)

Gata em teto de zinco quente (1955)

Muitos dos seus trabalhos foram levados ao cinema, Tennesse tinha muitas diferenças com as produtoras que possuiam a tendência clara aos finais felizes de Hollywood, enormidades contrastaram com os fracassos que o autor reservou para seus personagens.

Tennesse Williams morreu em Nova Iorque em 24 de fevereiro de 1983, aos 72 anos.

RESENHA

Um bonde chamado desejo é uma história que retrata a sociedade decante da época, em que Blanche Dubois volta para a casa da irmã dela, pois não tem mais nenhum lugar para onde ir.

Uma mulher bonita, porém muito sofrida, com muitos trauas e está em constante briga com o cunhado Stanley Kowalski, marido de sua irmã. À beira da loucura, traumatizada e sofrida, ela entra em confronto com o mundo rude e viril do cunhado.

O que causa uma tensão na rotina da família, e que demonstra uma família sem amor e sensibilidade.

RESUMO DO LIVRO

Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams.

Certo dia Blanche Dubois desembarca em Nova Orleans, no estado de Luisiana, numa região pobre, embora com um certo charme por sua condição de ser um local mal afamado, chamado Campos Elísios. Ao chegar na cidade informam-na que deve tomar um bonde chamado Desejo e depois um outro chamado Cemitério, andar seis quarteirões e descer nos Campos Elísios.

Chocada com as condições decadentes em que sua irmã Stella vive, Blanche tem dificuldade de compreender porque Stella, casou-se com um polonês vulgar e insensível, de forte contraste com o passado aristocrático de ambas na fazenda Belle Rêve, a qual foi perdida.

Mas, sem ter para onde ir, Blanche pretende juntar-se à sua irmã e cunhado, mas Stanley faz de tudo para infernizar sua permanência, que só é amenizada pelo trato delicado e sincero de Stella.

Blanche conhece alguns amigos de Stanley, e acaba se interessando por Mitch,e começa a ter esperanças de casar-se com ele.

Conhecendo esse desejo secreto, Stanley compromete o passado de Blanche, coletando informações, algo calunioso a seu respeito e relata tudo ao amigo Mitch.

E para desonrar definitivamente Blanche, ele embriagado atira por terra o que restaria de esperança e sanidade na personalidade da cunhada, violentando-a, enquanto Stella estpa dando à luz na maternidade.

Mitch abalado, mas acreditamdo namaldade de Stanley, decide romper o precoce noivado.

Vendo a magia desvanecer-se e dar lugar a realidade de sua suna solitária, Blanchje, em desespero contido, ludibria-se e tenta passar um telegrama para Shep Huntleigh, um antigo namorado do colégio, na esperança de ainda ser por ele desejada.

Stanley simula o envio do telegrama pelo relefone de onde moram, enquanto isso Stella providencia o internamento de Blanche.

Quando o médico chega, Blanche diz:

O Senhor não é o cavalheiro que eu estava esperando (…). Aquele homem não é Sheip Huntleigh.

Não conseguindo controlar os delírios de sua mente, é conduzida ao sanatório por um psiquiatra e uma enfermeira, repetindo ao médico o que tem dito frequentemente: “Seja o Senhor quem for... eu sempre dependi da bondade dos estranhos”.

ANÁLISE DO LIVRO (local e período em que foi escrito/biografia e posicionamento do autor/corrente historiográfica/comparação com outras obras)

Após a Segunda Guerra Mundial, Tennessee Williams (1911 – 1983) trouxe nova vida para o drama americano. Foi um tempo difícil especialmente para os artistas e intelectuais. Durante os anos 30, peças americanas mostravam ferquentemente “tipos humanos” (oimigrante, o homem da classe média, e o homem rico). No final dos anos 40, contudo, essas características, tipos humanos começaram a serem mostrados de uma maneira diferente. Tennessee era uma pessoa alienada e ele se sentia como se não pertencesse a nenhum grupo.

Suas peças mais famosas basearam-se na alienação do homem moderno. Os seus personagens vivem num mundo irreal e frequentemente expressam medo da realidade e o poder destrutivo do tempo.

Nós podemos ver claramente elementos da tradição literária do sul em seus trabalhos. O primeiro destes elementos é o seu sentimento complicado sobre o tempo e o passado. O passado é sempre lembrado com tristeza, culpa e medo. Como muitos escritores sulistas, ele descobriu que sua sociedade é como o inferno de brutalidade e perseguição ao ódio.

O pessimismo espiritual está presente em todas as suas obras, pois elas mostram os horrores, os sofrimentos da alma.

ANÁLISE DAS PERSONAGENS:

STANLEY KOWALSKY: cunhado de Blanche, é um personagem violento, autoritário, efetivamente rude, machista. (Tennessee Williams comparava-o ao seu pai).

BLANCHE DUBOIS: frágil, sensível, com gestos finos, com fome de amor, com uma ambígua neurose e a procura de compreensão. (Tennessee Williams comparava-a a figura de sua mãe).

STELLA: irmã de Blanche, mais realista, soube adaptar-se a pobreza e ao meio social em que vivia.

HAROLD MITCHELL (MITCH): Amigo de Stanley, calmo e educado interessou-se por Blanche.

Personagens secundários:

EUNICE: esposa de Steve, amiga de Stella, submissa.

STEVE: marido de Eunice e amigo de Stanley, violento, operário rude.

Simbologia:

Stanley Kowalsky: simbolizava a classe operária, um homem rude e grosseiro.

Blanche: simboliza a classe aristocrata, uma mulher elegante e refinada, representa também a mulher frustada e de fragilidade física e psicológica.

A luz da lâmpada: simboliza a realidade temida e a verdade de Blanche.

Lanternas de papel: simboliza a fantasia que encobre o medo e o passado de Blanche.

Apartamento pequeno e desorganizado: simboliza o conflito entre as personagens.

CONTEXTO HISTÓRICO

Com a crise da superprodução a Bolsa de Valores de Nova York teve uma crise com as ações das grandes empresas, sofreram uma queda perdendo quase todo seu valor, levando vários empresários à falência.

Milhões de pessoas tornaram-se pobres ociosos, significando fome, destruição, doenças, uma descida às condições melancólicas e sombrias de ter de lutar para sobreviver.

Como a América era o lugar onde o amor próprio estava intimamente ligado à capacidade de ganhar dinheiro, o ônus psicológico de não ter lugar na economia foi pesado. Para milhões de americanos, a depressão significou o fim de um período útil de vida, precipitando um tempo de angústia.

Durante o governo do presidente Franklin Delano Roosevelt, foram feitas várias medidas econômicas, destinadas à superar a crise.

Essa política chamada New Deal, foi relativamente bem sucedida. Os Estados Unidos voltaram a crescer economicamente estando já bastante fortalecido na época da eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939.

CONTRIBUIÇÃO DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR (De que forma a leitura deste livro contribuiu para sua formação?)

Podemos encontrar em sua obra temas como a solidão, a marginalidade, a violência, o desejo reprimido, o medo, o sofrimento, a corrupção, a ganância, e um final desesperançado para a humanidade.

Retratando esse seu pessimismo filosófico diante da vida, é um vedadeiro prato cheio à psicanálise.

Este infatigpavel autor coloca no palco personagens que representam a um tempo de nostalgia da pureza perdida, entre a realidade e a fantasia.

O que o autor quer revelar para sua platéia ou leitor é que o mundo está mariginalizado conduzindo ao esgotamento nervoso; a alma em busca de liberdade e ao mesmo tempo torturada pela solidão.

REFERÊNCIAS

Bibliografia

TENNESSEE, Williams, Um bonde chamado desejo, 1ªedição, L & PM Editores, Porto Alegre, 2008.