A Subjetividade na Poesia - Parte 1
Gostaria de compartilhar com vocês uma reflexão minha acerca da Subjetividade como característica do texto poético. Na verdade, é uma reflexão que cabe às outras formas de arte, mas tratarei especificamente em relação à poesia, até por ser mais expressivo, pois ela trabalha com as palavras, assim como nosso pensamento. Nós assimilamos o mundo a nossa volta através das palavras, assim traduzindo-o, racionalizando-o. No entanto, antes de falarmos da poesia, vamos definir Subjetividade. E para fazer isso de uma maneira mais completa, precisaremos definir também o que é Objetividade.
Pois bem, Subjetividade é uma derivação de Subjetivo, que vem do Latim Subjectivu, relativo ao Subjectu, ou seja, ao Sujeito (indivíduo, ser consciente). Portanto, quando falamos em Subjetividade, estamos nos referindo àquilo que é pertencente, que é da natureza do indivíduo, ou simplificando, tudo aquilo que nos é individual. Sendo assim, falamos de:
- Impressões pessoais,
- Sentimentos,
- Sensações,
- Sentidos,
- Conclusões, e assim por diante.
Ou seja, tudo aquilo que constitui nossa identidade. Essa Subjetividade é aquilo que emancipa os indivíduos do grupo, da sociedade, pois seu funcionamento e suas associações são livres e formam um produto único, apesar de poder assemelhar-se com outros indivíduos mais próximos, pertencentes a seu grupo social. Por isso o indivíduo é imprevisível e incontrolável. Ao grupo pode-se controlar, mas não ao indivíduo.
Já a Objetividade é todo o resto, tudo o que é Objeto, o mundo, seu corpo, o corpo do próximo, enfim, tudo aquilo que desperte as sensações, os sentimentos, as conclusões, as impressões, o Subjetivo. É tudo aquilo que tem existência material. Sendo assim, o que é Objetivo é uma generalidade, pois só existe aquilo que conhecemos como humanidade, como sociedade. É preciso uma convenção social sobre os Objetos para que eles existam e sejam o que são.
Por exemplo, quando você vê um carro na rua, você sabe o que ele é, do que é feito, pra quê é feito, tem noção de como é feito, como funciona, pode imaginar o que tem dentro dele e assim por diante, mesmo sem nunca ter visto aquele carro específico. Isso por que você utiliza um conhecimento social que dá substância à ideia de "carro".
É assim também com as palavras, sendo que com elas é mais óbvio, pois são símbolos, então só fazem sentido se houver uma convenção social que dite a ideia por trás daquele símbolo e somente se for usado para a comunicação, a transmissão de ideias. Sendo assim, as palavras também são Objetos, são objetivas.
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