20 de Novembro

“A todos aqueles que, pela força das armas ou pela resistência pacífica, lutaram contra a violência que se perpetuou contra os negros deste país; aos quilombos, aos malês, às irmandades religiosas, aos terreiros de candomblé, aos blocos afro e afoxés, aos movimentos negros e a todos os cidadãos que, em grupo ou isoladamente, vem seguindo os passos dos heroicos no combate ao racismo e a discriminação. Pela preservação do legado cultural africano ”.

É triste perceber que, ainda hoje, o racismo e a discriminação são gritantes em nossa sociedade que se diz tão evoluída. Ainda se pode ouvir a intolerância que ressoou em uma só voz em vários momentos em tão pouco tempo nesse semestre final. Ainda é possível ouví-los em um simples jogo de futebol, ou em uma escola, quando um menino é coagido e proibido de entrar, apenas, por expressar sua fé, ou mesmo por um jovem é preso e humilhado por estar em área pública, etc...

Mas o que estes e muitos outros fatos escondem é o incômodo intrínseco e disfarçado por uma cor de pele. O que comemorar neste 20 de Novembro, quando uma população (de esmagadora descendência negra) não se sente representada por candidatos, também, negros? O que comemorar quando temos a triste evidência de um povo negro, por muitas vezes religioso, desinteressado das questões AFRODESCENDENTES em sua cidade, símbolo de um misticismo intrínseco e portadora de uma magia que invade a todos que aqui aportam? A palavra NEGRO é tão forte que, até os dias de hoje, incomoda a todos, até mesmo aos que não conseguem e nem tem coragem de se assumir como negro, como filhos e herdeiros de um povo que foi escravizado brutalmente!

Que tipo de luta é essa que dizemos que temos, quando, por fora, em nosso semblante fazemos do racismo um inimigo invencível? Para manter viva a chama de luta e resistência, quantas guerras terão que ser vencidas por um pouco de paz? Acredito que o preconceito é só a ponta do iceberg, pois pessoas que não se amam ou se respeitam ou mesmo se aceitam como são não tem o porquê de fazer isso aos seus semelhantes. Fica exaustivo supor a raiz de tal problema: espiritual, pessoal... O que percebo, atualmente, é a condição humana se esvaindo progressivamente. Em uma época em que o mais importante é gravar alguém ser espancado hediondamente que ajudar ou denunciar, o que mais esperar de tais consciências? Este é só um dos muitos horrores que acontecem cotidianamente. As redes sociais que o digam... Pensando nisso, chego a arriscar que o racismo seja o menor de nossos problemas.

Mesmo assim, o povo negro tem uma história que não pode ser, simplesmente, ignorada. Que este Novembro negro não seja mais um entre tantos que se passaram. Há muito a ser feito! Esperamos que, resolvendo, aos poucos, o problema do racismo, possamos resolver um pouco o ódio que está imperando em nosso tempo. A todos os heróis esquecidos do povo negro, meu mais sincero respeito e agradecimento por não se acanharem diante de tanto ódio!

Êa, povo negro!!!!!!

Rosdrigo
Enviado por Rosdrigo em 30/10/2014
Reeditado em 30/10/2014
Código do texto: T5017264
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