TeoriA LiTeráriA
Eu tenho grande predileção pelos versos soltos, aqueles versos tão soltos que são chamados de livres. Aqueles versos libertos, que voam levemente entre os ventos da imaginação. Que se disfarçam e se revelam feitos de suspensa e infinita inspiração. Certa vez, encontrei-me com o meu anjo da guarda, que se revelou a mim através do vento, e ele recitou os mais sublimes versos, Entre Céus e Poesia. Por isso, eu gosto do vento: o vento leve e suave das mais eternas manhãs de luz (...) é este vento que me permite sentir o sopro das direções e observar através dele voos invisíveis, voos inimagináveis, voos sonhados e tangíveis ao tempo. Eu gosto de poetizar o tempo, de rascunhar as rimas do tempo: com ele junto verso, voo e vento em ritmos ainda não inventados. No ar rabisco versos, em suspiros líricos tão poéticos – ainda não metrificados.
© Ver 'Processo Criativo' (2004)