Um amor literário
Se o meu amor fosse influenciado por uma escola literária, queria que fosse o Trovadorismo, pois lá temos amores medievais nas cantigas de amor e de amigo, além disso temos a religiosidade e juntamente a natureza, já pensastes que lindo seria o nosso amor... repleto de sonhos, desejos e com o mistério de algumas incertezas!
Mas eu poderia querer um amor mais universal, em que a explicação do que é amar atingisse um valor mundial. Para isso recorreria ao Classicismo que com suas técnicas e idéias me ajudaria a construir um amor inconfundível.
Porém, se eu fosse uma pessoa contraditória, cheia de dúvidas e incertezas, cheia de paradoxos e antíteses, escolheria o Barroco ! Pois ele sustenta tudo isso de uma maneira inexplicável e, com certeza com ele construiria um amor inigualável.
Mas eu poderia voltar para o tempo clássico e lá buscar: a beleza, a verdade e o equilíbrio e, diferentemente, do Barroco teria um amor mais calmo e bucólico, onde a natureza teria um papel essencial e unida com a razão revelaria um estilo de amar sem igual, depois dessa quem sabe nós pensássemos numa "fugere urbem", para viver o nosso amor de uma maneira mais tranquila.
Ou se eu fosse uma exagerada nos sentimentos, me influenciaria pelo Romantismo, pois nele me tornaria uma romântica subjetivista e com um toque de melancolia te descreveria de maneira idealizada e doce.
"O romântico só ama uma vez, por isso quando ama, ama intensamente".
No entanto, se de repente me revoltasse com tudo, e em vez de um amor cercado de emoção e de idealização, escolhesse um amor mais realista, um amor que despreza a hipocrisia e valoriza a realidade. Já pensaste, que incrível! O nosso amor seria verdadeiro, sem lugar para a falsidade!
Ainda temos o Parnasianismo e o Naturalismo, eles até poderiam me ajudar, mas o Naturalismo só pensa na moral e na patologia. Enquanto que o Parnasianismo só pensa na "Arte pela Arte" e eu, por minha vez, só penso em amar-te!
Mas se eu não me importasse com a realidade e não agisse mais de forma racional e materialista, buscaria então apenas sugerir e nunca afirmar como as coisas são de fato. Para isso utilizaria metáforas e sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, com a finalidade de sugerir o amor de forma simbolista e mostrar que ele não é apático.
E para finalizar, as influências literárias na minha forma de amar, poderia escolher o Modernismo que com sua base crítica e seu racionalismo me auxiliaria na construção de um amor mais íntegro, e com isso me desprenderia das desventuras do passado.
Ah! São tantas as formas de amar, cada uma com sua época e com sua própria ideologia, que na literatura se revelam autênticas, com intensidade e com um toque de ousadia. Sim, o amar é belo, e mais belo é com poesia!